26 de agosto de 2018

solteiro x liberdade

Somos o que são nossos hábitos, certo? Juntamos várias atitudes que, repetidas diariamente, se transformam em rotinas mentais. Aceitando ou criando normas que norteiam as nossas condutas, criamos espécies de programas para agir automaticamente, deixando nossa vida mais prática. O problema é que nem sempre nos damos conta do que estamos fazendo, ou por quê.
Solteironormatividade é um conceito em volta de um desses programas. Significa, basicamente, valorizar, voluntariamente ou não, tudo aquilo que é característico de uma pessoa solteira. Mesmo não estando solteiro.
Nunca foi tão fácil estar disponível, mesmo quando não se quer estar. Isso é parte do resultado de um mundo que incentiva a liberdade individual – e não faria sentido algum se não houvesse por trás uma história inteira da reformulação das relações sociais, principalmente com a revolução tecnológica. É a vida nas cidades desde que vem sendo incentivada a autossuficiência emocional. Cada dia mais.
Seduzir, interagir e se expor a hora que quiser e bem entender não é apenas aceito, é festejado e instigado. Mas, e se por um acaso você encontrou alguém legal? Não acha que velhos hábitos devem mudar? Ou acredita que aquela sua foto aleatória sem camisa deitado na cama é realmente inocente?
Há no estar com alguém um infinito de possibilidades menos divulgadas pelos comerciais de bebidas. Um comportamento solteironormativo inflado e intempestivo pode te impedir de viver o bom de outros mundos. Não enxergar isso é prova de infantilidade e pode ser falta de preparo para a vida adulta.
Identificar costumes é difícil. Transformá-los, mais ainda. Mas pode ser bem fácil, sim, parar de curtir selfies de desconhecidos no Instagram. A forma como você trata abordagens, flertes e pessoas que adiciona em redes sociais diz um pouco sobre como você, talvez não queira estar ali, “amarrado”. Ou pior, traduz sobre como você deseja estar, mas talvez ainda não saiba…
O significado da liberdade não deve ser confundido com o de estar sozinho. Precisa ser entendido como ter responsabilidade em suas próprias escolhas. Sem medo, pois se você não está solteiro é importante ter maturidade para ser feliz a dois. Priorizar seu relacionamento é também uma forma de valorizar novas possibilidades e oportunidades de ser feliz.
Largue o osso, viva por inteiro e esqueça de todo o resto. Se por acaso um dia acabar, não tem importância: inúmeras aventuras estarão esperando por você da mesma forma que existe sempre o mar quando descemos da serra.
(texto encontrado na Internet, mas com que eu concordo muito!)

20 de julho de 2017

a PARADA não parou!

Hotel Marriott
Eu não sei vocês mas eu percebi uma "institucionalização" maior das paradas, uma certa maturidade do movimento e das associações que organizam, não só por aqui mas mundo afora... mais visibilidade, mais empresas apoiando, menos conotação governamental na maioria. Muitas cidades, incluindo Sampa City se cobriram de arco iris em lojas, restaurantes, hoteis, empresas, ruas.
DM9 - São Paulo
Entendo isso como um avanço, principalmente em termos de resultado da legislação... a oficialização do casamento, primeiro aqui e depois nos EUA, mas tb em outras partes do mundo, legitima de certa forma muitas coisas... Legitima as políticas públicas pois saímos da "informalidade" e da "invisibilidade" e nos tornamos famílias com garantias de direitos. Legitima nossos filhos nas diversas maneiras como escolhemos tê-los e criá-los. Legitima as empresas terem "verbas" para o segmento LGBTI, para campanhas publicitárias iguais ao dia das mães, natal, páscoa.. mesmo que seja ruim sermos um "mercado". Legitima podermos andar de mãos dadas onde quisermos, se quisermos.  Legitima sentirmos orgulho de quem somos, porque não? Legitima aquele menino da periferia pensar em poder viver sua sexualidade sem medo - mas nem tanto -  pois ainda muitos morrem e sofrem apenas por isso!
Sinto que realmente a oficialização do casamento mudou a parada...

Indianápolis 
Este ano eu não fui na "maior parada do mundo" aqui em São Paulo... aliás me aconteceu uma coisa até engraçada.  Eu e Mr. Jay estávamos de férias, viajando, e "desencontramos" de 3 paradas! Na primeira cidade que fomos, chegamos na segunda e a parada tinha sido no domingo... na de São Paulo ainda não estávamos de volta, e na terceira fomos embora na véspera da parada da cidade em que estávamos!  Confesso que fiquei frustrado... pois se eu tivesse "me atentado" poderia ter participado de ao menos uma delas!

Hard Rock Times Square
É uma pena muitos LGBTI ainda torcerem o nariz para a parada, verbalizando o discurso de que "é só baixaria" e "que não me representa" pois tem muitas drags e caras com pouca roupa (como se não fosse bom issso!kkkk) pois tudo isso, além de muitas outras coisas, é o retrato de uma comunidade diversa, muito alem do padrão "papai, mamãe e filhinhos" que durante muito tempo foi a unica possibilidade e que tanto nos sufocou. Gostamos tanto de dizer que ser homossexual é muito mais do que a discussão de com quem gostamos de transar, mas acabamos definindo tudo como isso! Com aquele monte de caixinhas...

Quem disse que para ser sério não pode fazer oba oba, lançar purpurina, dar piruetas? Seriedade é diferente de braveza, de raiva, de dentes cerrados. Eu faço a minha militância de formiguinha, seja nesse blog, seja lançando um livro sobre uma parte do universo lgbt, seja dando grana de vez em quando para alguma causa que me sensibiliza como a Casa 1.

E você? Percebeu uma mudança nas paradas? O que tem feito pela causa LGBTI?





18 de julho de 2017

A Parada e o blog Parado...


Tadinho do blog... ficou abandonado enquanto eu estava enrolado....

Eu, que normalmente sou tão organizadinho com meus posts nestes últimos dois meses me atrapalhei "pra caramba"... Tudo começou com uma "dorzinha" na perna em abril... que virou uma PUTA DOR em maio... que virou uma cirurgia de emergência da coluna no dia 12 de maio... com a colocação de uns pinos de titânio pois eu tinha pinçado tres hérnias lombares... agora eu estou mais parecido com o Wolverine... (foto ao lado para comprovar)
Duas semanas de molho, não podia nem dirigir, lidando com aquela famosa sensação de "como a vida é frágil" e como "shit hapens" sem a gente poder prever, alterando totalmente nossa rotina, e hábitos... no meu casao hábitos alimentares...pois a primeira coisa que o médico falou quando acordei da cirurgia foi: "tem que emagrecer 20 quilos no mínimo" alegando que senão as próteses não iriam aguentar... E eu me pergunto? porque não colocou umas próteses melhores???? que aguentassem ???? kkkk

No meio de tudo isso dia 15 de maio foi o lançamento do livro, e no começo de junho ainda tivemos nossa viagem de férias - que já estava programada e organizada há semanas!

Agora as coisas estão voltando todas ao normal, consegui entregar os trabalhos que ficaram atrasados na USP, estou trabalhando normalmente... Não estou 100% pois estou ainda no começo da fisioterapia, retomando um pouco de atividade física, "aprendendo" a sentar e levantar corretamente...tentando me doutrinar junto aos vigilantes do peso... vamos ver no que tudo isso vai dar...  

Aos que ficaram sabendo e mandaram recadinhos fica meu abraço, meu agradecimento...aos que estão sabendo agora fiquem tranquilos... nem quando passa no Raio X do aeroporto os pinos apitam.. então o stress tem sido pouco! 

Vou ainda sentar e escrever sobre essa sensação de "tornado" que a gente vivencia, fatos que mudam nossa vida, pois foi algo que me impactou muito... foi a primeira vez que isso me aconteceu...

E sobre a parada no título? CLIQUE AQUI para continuar!


10 de junho de 2017

neutralidade e injustiça

Desmond Tutu dizia que “se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor.”

30 de maio de 2017

aniversario do blog 12 anos



Fala sério! 12 anos de "brogui"! 
Quantos projetos que a gente faz a tão longo prazo? Confesso que como esta é uma "obra aberta" ele é um projeto do tipo "contrato sem prazo determinado", então enquanto estiver funcionando esta tudo bem, mesmo com os altos e baixos naturais de processos de longo prazo.
A relação que a gente tem com o blog, ou em alguns casos com leitores do blog, pode ser meio parecida com outros relacionamentos... ficamos feliz com o que escrevemos, trsites por acharmos que não temos assunto, as vezes nos decepcionamos por não ver retorno do "investimento" de tempo, ás vezes meio chateado com a falta de feed back, as vezes conformados com a aparente solidão do "escritor". 

Com relação ao livro que lançamos agora em maio eu estou numa relação parecida... não recebo muita noticia do que está acontecendo, o que as pessoas estão achando... parece que só os "amigos" estão lendo e ficam meio sem graça de comentar... então dá uma certa "ansiedade"... porque como todo mundo a gente quer que gostem do que fazemos - maldita mania de esperar aprovação dos outros...

Mas eu sigo por aqui, falando, tagarelando, refletindo... 

E sua relação com seu blog? E a relação como o seu blog como está? E o livro, teve chance de ler? Se leu o livro e quiser comentar clique AQUI!

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28 de abril de 2017

A água sempre acha um caminho!

Resultado de imagem para erosão
Em arquitetura, em construção, dizemos que "a água sempre acha um caminho"... explicando: em qualquer projeto que se faça, sempre,  você tem que se lembrar da Água! ... se não lembrar que a água tem que escorrer, tem que fluir, tem que ser usada, precisa de um caminho,  amiguinho vai ter problemas. Pode ser a água da chuva, a do esgoto, a do banho, a do manancial natural que tem no seu terreno...
A água parada vai pesar, vai solapar telhados, e se infiltrar nas estruturas! a água represada vai procurar uma fresta, um desnível para ir para um nível mais baixo, contaminar e minar as fundações, a aguá represada quer gerar vida, plantas crescerão de sementes que não se sabe de onde vieram e vão forçar as estruturas,  fungos são plantas, musgos, o bolor corrói as estruturas... as fontes viram rios e cavam seu caminho através do solo! A tal da erosão!

De certa forma a vida é como a água não acha? Nossa vida precisa fluir, precisa achar seu caminho, precisa gerar algo... o apelo é inerente... a água fluir pode ser a sua carreira, pode ser cuidar de quem você ama, pode ser cuidar com esmero e dedicação do seu corpo, estudar algo que te interesse muito, viajar aprender, pode ser cuidar da sua saude, pode ser cuidar de sua solidão, do seu casamento, não existe, na minha opinião, nenhum jeito "errado" ou "pouco produtivo" de fazer sua vida fluir.

Só que muitas vezes não sabemos, não conseguimos descobrir, entender, por que caminhos nossa vida deve fluir, ou porque não conseguimos cumprir os objetivos que julgamos importantes, sem entender porque não conseguimos, ou ás vezes até sabemos os interesses da nossa água mas achamos que eles são menos válidos, não são importantes... a nossa água vital acaba erodindo lugares que não estamos atentos e aquele belo telhado cai porque a água passou por ele e se acumulou nas fundações...

Eu passei por isso, no começo da minha vida pensava que minha água tinha que ser usada no sucesso profissional, carreira, ganhar dinheiro, fazer algo significativo para o mundo, mudar o sistema, criar... mudar, reverter, subverter... E isso me gerava uma grande apreensão, angustia, frustração. Tive épocas que virei dias muitas vezes emendando compromissos de trabalho, de estudo, de entidades e grupos a que estava filiado e que iriam mudar o mundo... descuidando (ou fugindo) de mim mesmo... até que minha avó, uma mulher única em minha vida e que este mês teria completado 99 anos... Sem que eu pedisse, sem que eu nada perguntasse, mas presenciando esse meu processo, me disse uma vez:
"Você tem que cuidar mais de você, se você não cuidar de você, você não vai conseguir cuidar dos outros, se você não tiver seus confortos pessoais, sua saúde financeira, seu coração, seus amigos..."

E quão feliz eu fui em prestar atenção ao que ela disse... foi um ponto de mutação em minha vida, e poucas vezes temos esses pontos de mutação sem muita dor, sem perdas, fui muito sortudo. Mudei de trabalho, desmanchei a sociedade que tinha, me afastei de atividades paralelas excessivas (mas nunca abandonadas de vez), até parei a segunda faculdade que fazia na época (porque eu achava que nunca podia parar de estudar)... fui viajar, mochilei por quase 4 meses - e eu que era uma pessoa que não fazia nada sem mil planejamentos, que levava na mala desde repelente para tubarões até unguento para picada de escorpião, viajei só três camisetas na mochila... numa época sem celulares, computadores portáteis...
Uma vida com menos que procuro levar - sem tantos sucessos como gostaria - até hoje...

Percebi que a minha água flui, fica feliz, com a comunhão, com o outro, deixei de ser "gay" e de certa forma me tornei um "homem homossexual", que além de desejos tinha sonhos. Me permiti me apaixonar, me envolver, vivenciei isso, cuidei mais da minha alma tentando buscar uma forma de comunhão - um Deus dos Homens - que me acolhesse - pena que só encontrei igrejas de homens - mas tb encontrei esse meu Deus interior. 
Mais tarde me tornei pai, e vi um outro caminho da minha água fluir, e seus desvios, e seus frutos e suas ondas e erosões... aprendi a valorizar minha água... e ela continuou fluindo... relacionamentos, conquistas pessoais, novas descobertas, casamento...

E você, já encontrou o caminho da sua água vital? Por onde ela flui?