meu quarto, meu mundo! |
A aventura de ser pai é fantástica, acho que já deixei bem clara esta minha certeza em diversos textos. Tenho que admitir que não é uma aventura para qualquer um, especialmente ser Pai, Solteiro, e Homossexual, mas também não é um bicho de sete cabeças...
Cada momento de crescimento de um filho traz sabores para serem verdadeiramente "degustados"... mas você tem que estar preparado para os eventuais sabores doces demais ou ácidos demais. E é muito importante você não esquecer duas coisas: Primeiro que você é uma pessoa, você tem necessidades, você tem desejos, você tem limites e direitos. Tem gente que se "anula" pelos filhos, a vida dos filhos, e especialmente as conquistas dos filhos..
Em segundo lugar você não pode esquecer que você é o pai, você é quem educa, quem põe limites, quem tem um monte de obrigações...independente da idade. Tenho certeza que minha mãe, mesmo eu tendo 50 anos, ainda sabe disto... e faz isto...
A fase atual de minha filha eu chamaria de FASE SEM NUANCES...
O que aconteceu foi que, ao entrar na faculdade, ela adquiriu uma liberdade que nunca tinha experimentado antes, pois você há de concordar que quando o filho está no colégio, perto de casa, ele está mais controlado. O pai sabe o horário de saída e de chegada, recebe relatórios do colégio, conhece alguns dos outros pais... é claro que ela não era nenhuma "prisioneira na torre do castelo", mas a situação mudou...
Não que eu tenha algum tipo de NEUROSE de controle, (tá.. um pouco...) só o controle normal, saber onde está, que horas volta, se tem lição de casa, se está estudando na semana de provas... isto é papel de pai não é?
Na universidade você não tem como saber horário de aulas da filha, se está matando aulas por exemplo. Antes eu levava e buscava no colégio, agora ela vai de ônibus. Antes eu acompanhava as notas...
Além desta liberdade toda, ela está num momento de grandes descobertas, de receber muitas informações novas, novas influências... além dos hormônios, os idealismos da adolescência, a revolta contra a autoridade que é absolutamente natural e esperada...
Nesta fase sem nuances, apesar de todo amor que ela sente por mim, e isto eu não questiono, eu sou um "burguês" acomodado cuja geração "perdeu a chance" de mudar o mundo e "se acomodou" no sistema... minhas ideias em geral são "ultrapassadas" e eu não defendo as "causas" importantes... o que no meu tempo seria a perfeita descrição de um BOÇAL.
Para ela atualmente não existem nuances. Ela acha que algumas coisas, especialmente opiniões, estão certas, e outras estão erradas! Na versão dela 50 TONS DE CINZA seria só PRETO E PRETO!
Exemplo: Minha irmã fuma, meu cunhado fuma. Ela acha um ABSURDO eles fumarem, que isto já tem afetado a saúde deles (verdade) e que eles TINHAM que parar de fumar. Então ela atualmente se recusa a ir na casa deles - que cheira a cigarro - pois eles tem que parar de fumar!
Outro exemplo: Minha mãe ainda "baba o maior ovo" pelo meu pai, apesar deles estarem separados há muitos anos e ele AINDA tratar ela mal, minha filha acha que ela NUNCA mais tinha que falar com ele e nem dar atenção á opinião dele. (no que eu até concordo, mas com outra nuance). Ela fica tão brava com esta atitude "submissa" da avó que tem perdido a paciência com ela...
Entenderam? Ela está com dificuldade de entender que mesmo que ela não goste de algumas atitudes das pessoas essas pessoas não devem ser alijadas de nosso convívio. Ela tem tanta vontade de defender suas posições que ela não consegue perceber as nuances, e até mesmo entender que a gente gosta das pessoas apesar dos defeitos delas, ou justamente por alguns deles...
Ela está com discursos muito bem articulados sobre a "opressão das mulheres", sobre "o preconceito racial" e sobre "o capitalismo selvagem"... e tudo o mais que a universidade alimenta...
Eu acho isto incrível! Eu sempre me esforcei para que ela tivesse opiniões próprias, independência. Eu sempre pontuei para ela o quão importante é defender suas opiniões. Ou seja, eu estou até orgulhoso do que está acontecendo. E se for ela a mudar um pouco o mundo! Que mude!
É claro que algumas conversas são cansativas, e eu sempre tenho que encerrar porque ela vai se inflamando, se inflamando e eu não gosto de discussões... penso que eu tenho que ter paciência, estar por perto, mostrar o que penso, sem nunca dizer para ela que ela esta errada de pensar deste jeito, apenas pontuando o quanto ela tem que aprender a dosar os limites...e as reações, que ela tenha.
Quer ver ela ficar PUTA comigo? É só eu dizer que ela "pensa deste jeito porque tem 19 anos" e que "depois quando ela tiver vivido mais as coisas vão mudar" .. é muito divertido poder provocar ela... só ás vezes...
Mas nem tudo está perdido (!) ela continua sendo uma moça que todos adoram, inteligente, culta, e até continua doce comigo... quando não esta trancada no quarto... o que também é absolutamente normal. Eu mesmo fui um verdadeiro OGRO nesta fase, pelos mesmos motivos, faculdade, liberdade , opiniões... só que, como era em outra época... tive que me explicar lá no DOPS... e ai me acalmar... rsrsrsrs
Para mostrar que ela está ainda próxima, neste fim de semana consegui arrastar ela para ver em DVD um dos meus clássicos favoritos, IMITAÇÃO DA VIDA, de 1934, e ela estava aflitíssima por ser um filme P&B, mas, por ter a temática do racismo como eixo, ela ficou surpresa a ponto de dizer que "gostou" do filme, apesar de meio devagar...
Em segundo lugar você não pode esquecer que você é o pai, você é quem educa, quem põe limites, quem tem um monte de obrigações...independente da idade. Tenho certeza que minha mãe, mesmo eu tendo 50 anos, ainda sabe disto... e faz isto...
A fase atual de minha filha eu chamaria de FASE SEM NUANCES...
O que aconteceu foi que, ao entrar na faculdade, ela adquiriu uma liberdade que nunca tinha experimentado antes, pois você há de concordar que quando o filho está no colégio, perto de casa, ele está mais controlado. O pai sabe o horário de saída e de chegada, recebe relatórios do colégio, conhece alguns dos outros pais... é claro que ela não era nenhuma "prisioneira na torre do castelo", mas a situação mudou...
Não que eu tenha algum tipo de NEUROSE de controle, (tá.. um pouco...) só o controle normal, saber onde está, que horas volta, se tem lição de casa, se está estudando na semana de provas... isto é papel de pai não é?
Na universidade você não tem como saber horário de aulas da filha, se está matando aulas por exemplo. Antes eu levava e buscava no colégio, agora ela vai de ônibus. Antes eu acompanhava as notas...
Além desta liberdade toda, ela está num momento de grandes descobertas, de receber muitas informações novas, novas influências... além dos hormônios, os idealismos da adolescência, a revolta contra a autoridade que é absolutamente natural e esperada...
" O MELHOR SUBSTITUTO PARA A EXPERIÊNCIA É SER ADOLESCENTE" |
Para ela atualmente não existem nuances. Ela acha que algumas coisas, especialmente opiniões, estão certas, e outras estão erradas! Na versão dela 50 TONS DE CINZA seria só PRETO E PRETO!
Exemplo: Minha irmã fuma, meu cunhado fuma. Ela acha um ABSURDO eles fumarem, que isto já tem afetado a saúde deles (verdade) e que eles TINHAM que parar de fumar. Então ela atualmente se recusa a ir na casa deles - que cheira a cigarro - pois eles tem que parar de fumar!
Outro exemplo: Minha mãe ainda "baba o maior ovo" pelo meu pai, apesar deles estarem separados há muitos anos e ele AINDA tratar ela mal, minha filha acha que ela NUNCA mais tinha que falar com ele e nem dar atenção á opinião dele. (no que eu até concordo, mas com outra nuance). Ela fica tão brava com esta atitude "submissa" da avó que tem perdido a paciência com ela...
Entenderam? Ela está com dificuldade de entender que mesmo que ela não goste de algumas atitudes das pessoas essas pessoas não devem ser alijadas de nosso convívio. Ela tem tanta vontade de defender suas posições que ela não consegue perceber as nuances, e até mesmo entender que a gente gosta das pessoas apesar dos defeitos delas, ou justamente por alguns deles...
Ela está com discursos muito bem articulados sobre a "opressão das mulheres", sobre "o preconceito racial" e sobre "o capitalismo selvagem"... e tudo o mais que a universidade alimenta...
Eu acho isto incrível! Eu sempre me esforcei para que ela tivesse opiniões próprias, independência. Eu sempre pontuei para ela o quão importante é defender suas opiniões. Ou seja, eu estou até orgulhoso do que está acontecendo. E se for ela a mudar um pouco o mundo! Que mude!
É claro que algumas conversas são cansativas, e eu sempre tenho que encerrar porque ela vai se inflamando, se inflamando e eu não gosto de discussões... penso que eu tenho que ter paciência, estar por perto, mostrar o que penso, sem nunca dizer para ela que ela esta errada de pensar deste jeito, apenas pontuando o quanto ela tem que aprender a dosar os limites...e as reações, que ela tenha.
Quer ver ela ficar PUTA comigo? É só eu dizer que ela "pensa deste jeito porque tem 19 anos" e que "depois quando ela tiver vivido mais as coisas vão mudar" .. é muito divertido poder provocar ela... só ás vezes...
Mas nem tudo está perdido (!) ela continua sendo uma moça que todos adoram, inteligente, culta, e até continua doce comigo... quando não esta trancada no quarto... o que também é absolutamente normal. Eu mesmo fui um verdadeiro OGRO nesta fase, pelos mesmos motivos, faculdade, liberdade , opiniões... só que, como era em outra época... tive que me explicar lá no DOPS... e ai me acalmar... rsrsrsrs
Para mostrar que ela está ainda próxima, neste fim de semana consegui arrastar ela para ver em DVD um dos meus clássicos favoritos, IMITAÇÃO DA VIDA, de 1934, e ela estava aflitíssima por ser um filme P&B, mas, por ter a temática do racismo como eixo, ela ficou surpresa a ponto de dizer que "gostou" do filme, apesar de meio devagar...
Se bem que no sábado tive que exercer meus poderes paternos e proibir ela de ir numa festa... pois ela tinha que estudar...
E você? Foi um adolescente nervoso? Deu muito trabalho?
E você? Foi um adolescente nervoso? Deu muito trabalho?
Tenho 23 e ainda não vejo muitas "nuances". Talvez a adolescência seja mais longa do que parece.
ResponderExcluirnao ve nuances... melhro comprar uma caixa de lapis de cor em tons pasteis! rsrsr
ExcluirEu fui do tipo rebelde e porraloca, queria só me divertir, estar com amigos, dançar e beber ! Achava política um saco e não queria nem saber desses assuntos "muito sérios".
ResponderExcluirNada como a idade não é mesmo? A gente muda muito !
Minha adolescência foi acompanhada de clássicos por todos os lados. Boas maneiras, bons livros, uma etiqueta britânica, ou seja: a antítese da chamada revolta adolescente. Aliás eu odiava os adolescentes quando eu era adolescente. Diziam que eu tinha nascido velho....rsrs.....e no entanto hoje sou um cinquentão que todos dizem ser jovem.
ResponderExcluirAssista Mildred Pierce com ela!
Eu tive uma adolescência conturbada. Lidar com o divo´rocio violento dos meus pis numa altura em que ter pais divorciados ainda era um assunto um pouco comum no meio onde vivo, foi uma chatice. E um desespero. Os colegas afastaram-se de mim e me senti meio perdido no mundo, ao ponto de passar a andar sempre sozinho e por uma ou duas vezes ter tentado o suícidio.
ResponderExcluireu em parte compreendo a atitude instransigente da tua filha. Esta naquela idade em que se questiona tudo e só a opinião dela é que conta. é uma fase. Com o tempo, com a experiência que a vida lhe ensinará, ela irá "vergar" e passar a ser mais tolerante. Caso isso não aconteça, por certo passará muitos dissabores pela vida, porque a vida não é só preto ou branco. É um arco-íris infinito de possibilidades e perspectivas.
Abração. :3
Não eu não fui assim. Muito calmo mas muito maduro para a fase. Sempre tive uma índole mais madura desde criança. Sempre gostei de ouvir, falar, vivenciar experiências com os mais velhos, principalmente tios e primos bem mais velhos. Claro q tive amigos, colegas de minha idade mas era um orgasmo a mais os momentos desfrutados com os mais velhos.
ResponderExcluirNa época do colegial e da universidade sempre antenado, posicionado e militante. Mas tudo isto dentro de um contexto crítico e nunca em um ritmo oba oba bem peculiar desta idade.
Não vou falar sobre a minha adolescência, pois quero aplaudir mais um post aonde vi você ministrar uma palestra para muitos pais, homossexuais e pais homossexuais, eu estou virando seu fã, meus parabéns por esse post.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Primeiramente os meus parabéns por seres o pai que és. Por vezes é difícil o controlo e ainda pra mais se estamos fora de casa, longe dos pais, dos vizinhos, do nosso antigo meio... Mas creio que todas as nuances passam e a tua filha me parece ter a cabeça no certo lugar!
ResponderExcluirEu, ainda me considerando um adolescente, tive fases menos boas: de responder torto, gastar muito dinheiro, mas nunca fui uma pessoa "má": sempre fomentei as minhas opiniões e sempre soube seprar o errado do certo. Cresci com as minhas quedas, estou me formando ainda quanto pessoa e creio que sempre estarei.
Abraço.
Não dei trabalho aos meus pais, sempre educado e calmo sem grandes problemas ao meu redor. Se foi bom, acho que não...
ResponderExcluirA adolescência atual vai até os 25... rs
ResponderExcluirhttp://nolimbodopseudo.blogspot.com.br/
ResponderExcluirNo Limbo do Pseudo
Uma grande história irá começar!
Precisamos de vc!
Segue lá!
acompanhando la no seu blog
ExcluirTrabalho nenhum. Não gostava de sair de casa... problema veio quando acabei a faculdade ah ah ah
ResponderExcluirproblema? agora fiquei curioso! rsrsr
Excluir"Acordei" para a vida... tive carro... e comecei a sair à noite e a conhecer pessoas. Cheguei a sair todos os fins-de-semana e durante a semana andava 40 km's todos os dias para ir ao café com amigos.
ExcluirPelo menos ela ainda mora com você. Eu quando entrei na faculdade fui parar em outra cidade há mais de três horas da casa dos meus pais. No início eram no mínimo três telefonemas por dia, depois as coisas se acalmam. Até as nossas idealizações abrem nuances... Rsrs
ResponderExcluira distancia tem seus beneficios... e maleficios! espero ue estejam bem hoje em dia, do ponto de vista de relacioaemnto
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