(História para mostrar como o mundo é, na real, e não como a gente gostaria que fosse)
Minha prima e meu primo, cuja mãe morreu quando eles tinham 13 e 10 anos respectivamente, eles foram criados praticamente como nossos irmãos, pois o pai deles não teve estrutura para "aguentar o tranco", praticamente os abandonou e minha mãe e eu assumimos esta tarefa. Meu primo foi morar com minha mãe e minha prima veio morar comigo, junto com minha avó na época, então somos muito próximos. Aliás sou como se fosse irmão mais velho de minha prima e ela sempre diz que eu sou o único homem que ela confia...o único homem de verdade na vida dela...
Minha prima e meu primo, cuja mãe morreu quando eles tinham 13 e 10 anos respectivamente, eles foram criados praticamente como nossos irmãos, pois o pai deles não teve estrutura para "aguentar o tranco", praticamente os abandonou e minha mãe e eu assumimos esta tarefa. Meu primo foi morar com minha mãe e minha prima veio morar comigo, junto com minha avó na época, então somos muito próximos. Aliás sou como se fosse irmão mais velho de minha prima e ela sempre diz que eu sou o único homem que ela confia...o único homem de verdade na vida dela...
Ela já foi casada duas vezes, uma, ainda muito nova, com um cara que era bem "tranqueira" e sem noção, estilo "músico incompreendido pelo mundo", mas com quem, por sorte, não teve filhos. A segunda vez casou-se com um cara até legalzinho, mas também bem fraco no quesito "trabalhador e provedor responsável", mas com quem ela teve seus dois filhos.
Ela é uma mulher de 40 anos, independente, bem resolvida, que anda tendo seus namorados depois que se separou, que não tem nenhum problema em ter um primo gay e que não tem muitas papas na língua quando se sente agredida. Mas mesmo sendo esta mulher de bem com a vida, ela passou na semana passada por uma saia justíssima
O Edu, filho dela e meu afilhado, vai ser o pajem no casamento, como eu contei AQUI, então este assunto - o primo gay se casando - está presente nas conversas na casa dela. O outro filho dela, 10 anos, até me perguntou se o padre ia falar "eu vos declaro marido e marido"? ou o que? Mas ele falou com total naturalidade, tipo "curiosidade técnica"...rsrsr
Pois bem, ela mora num condomínio com quase duzentos apartamentos, onde as crianças são todas amigas e brincam juntas. Na semana passada ela foi surpreendida com o convite "amistoso" de um casal, cujo filho é amigo do mais velho dela, para subir e tomar um café.
Eles serviram café, bolo e ai começaram: (estou reproduzindo minha prima contando )
- Então nós soubemos que seu filho mais novo vai ser pajem num casamento
E ela anuiu com a cabeça, achando que iam falar "que bonitinho"
- E nós soubemos que o casamento é de dois homens, seu filho mais velho contou.
E ela "uhum" com um pedaço de bolo na boca
- Nós te chamamos aqui para perguntar se você sabe que isso errado, que é contra a palavra de Deus, e que você deixar seu filho puro participar desta ofensa a Deus pode prejudicar a moral dele.
Ela sem mastigar, tomando café com cara de paisagem, Ai a mulher tomou a frente:
- E como nós sabemos que você é uma mulher divorciada, sem marido, sem ter alguém que te guie e te oriente, nós queríamos nos colocar a disposição, especialmente meu marido, que ele pode servir para te aconselhar nesses assuntos.
E ela com a boca num esgar (podem rir que ela é engraçada), lembrem também que ela não podia rodar a baiana violentamente pois estava dentro da casa deles:
- Eu agradeço muito o seu conselho e oferecimento, mas está tudo em ordem, meu primo é uma pessoa digna e correta e eu apoio todas as formas de felicidade que ele busque. Dá licença que eu tenho roupa para lavar.
Ela saiu sem acreditar e ficou louca para me contar! Mas só conseguiu isso dois dias depois, tadinha da divorciada, ficou mordendo os lábios de vontade de contar para um homem e pedir conselhos. E entre estupefato e assustado eu ri muito!
É incrível não é, preconceito contra gays, contra divorciada, mulher tutelada, a tal da palavra da igreja, tudo em poucos minutos... século XIX na veia! Mas, de verdade, é assim que muita gente pensa não é?
E alguns dias, eu perguntei... e eles continuam deixando o filho deles brincar com o seu? Ela disse... SIM... vai entender, vai ver que eles querem deixar uma boa influencia por perto...rsrsrsr
E você, foi preconceito o que aconteceu? Ou eles queriam mesmo ajudar do jeito torto deles?
Coincidentemente o CARA COMUM, publicou uns meses atras, uma série de estorinhas com este tema que ele viveu.. clique AQUI e leia
Coincidentemente o CARA COMUM, publicou uns meses atras, uma série de estorinhas com este tema que ele viveu.. clique AQUI e leia
Olah!! :)
ResponderExcluirSou akele garoto gay de 16 anos q fez um desabafo em outro post.
Ñ pareceu preconceito, pareceu mesmo querer ajudar do jeito mto torto deles.
Sei q sou jovem e posso ñ ter a mesma capacidade e experiência de vida p/ julgar direito a situação mas pelo q vejo da minha própria família, foi um jeito bem torto de axar q podiam ajudar.
Minha família eh tão religiosa, tão influenciada pela religião q fica cega, de tanto acreditar nakele discurso e nakela forma de ser, fica cega mas tão cega q ñ percebe qdo estah falando coisas absurdas e preconceituosas.
O discurso e postura homofóbica eh tão comum q passa a ser o "normal" p/ eles e ñ se dão conta do qto estão errados.
Akilo q estah errado passa a ser a "verdade" p/ eles e soh soltam barbaridades e ñ percebem q estão sendo odiosos e preconceituosos c/ os outros e comigo também.
Se fosse soh por puro preconceito, eles teriam impedido q a criança deles continuasse vendo o filho da sua prima.
Jah vi mto isso acontecer na região onde vivo, c/ base nas fofocas ou no q acontece mesmo, o pessoal vai se censurando, vai se segregando, tal pessoa eh isso ñ fale c/ ela, tal pessoa fez isso ñ olhe p/ ela, tal pessoa disse isso atravesse a rua qdo a ver e por aih vai.
Eu juro que tento compreender essa necessidade das pessoas de dar pitaco na vida alheia, que no caso do Brasil acaba rendendo diverso projetos de leis.
ResponderExcluirJá sofri preconceito desse tipo de uma senhora que trabalhava na lavanderia de uma moradia estudantil que morei, ela perguntou se eu tinha eu era gay e se tinha sofrido abuso quando criança, na concepção dela todos os gays o são por terem sofrido abuso. Mas não tinha muito o que argumentar com ela, pela visão de mundo que a mesma tinha, fundamentada na bíblia. Como o anónimo acima disse, a intenção é ajudar, mas o que a religião lhes provê os fazem acreditar que estão ajudando, fazendo o bem, como bons cordeiros do senhor. Todas as vezes que ia lavar roupa eu já sabia que ia receber vários convites para ir à igreja que ela frequentava, mas por ser uma senhora já de idade, que teve uma vida bastante sofrida de maus tratos da mãe e marido eu acabei relevando tudo isso. Em alguns casos, resta ignorar, mas se tornar corriqueiro e impositivo, penso que rodar a baiana seja uma alternativa "sensata", dependendo de quem vem esse tipo de ataque.
Sorte a tua prima levar tudo numa boa. Se fosse comigo, tinham levado o chá e o bolo na cara mesmo! xD
ResponderExcluirDesculpe o linguajar chulo que vou usar aqui, mas preciso caracterizar como foi o caso específico que aconteceu comigo e que doravante, depois da reação dos envolvidos resolvi que, doravante será a minha tática a ser adotada em situações similares:
ResponderExcluirObs: Odeio o tal modismo do "politicamente correto" ... rs
Fui abordado por um casal de vizinhos aqui no condomínio em que moro e eles relataram que viram no meu Face, em meu perfil [não sei como e porque foram xeretar lá já que não os tenho no rol de meus amigos virtuais e muito menos reais] e disseram que ficaram espantados com o que viram e leram. Eu me assumi publicamente que era gay e casado com outro homem. Aí vei o discurso similar ao que sua prima ouviu. Queriam me levar à Igreja deles, e blá blá blá blá. Eu ouvi tudo calado. Só olhando.
Quando resolvi que já era hora de parar de ouvir e de falar, agradeci a preocupação deles e disse que me sentiria honrado e feliz de ir à Igreja deles desde que eles me garantissem que lá eu teria um atendimento preferencial e vip e que lá eu pudesse desfrutar de muitas, mas de muitas rôlas mesmo. Disse que eu tinha uma especial predileção pelas rôlas de Pastores, que não sabia bem porque isto, mas imaginava que por elas serem ungidas tinham um efeito orgástico em mim muito maior. Eles ali parados e estupefactos ... ouviram ao final: Queridos, minha mãe sempre dizia: Quem conversa muito dá bom dia a cavalo!
Saí dali linda e relaxada, senti minha cútis renovada. Só faltou o saltinho para eu sair batendo ... kkkkk
Beijão
Volta meteoro!!! É pra cabar com o pequi do Goiás, não é?!
ResponderExcluirMas acho que o Anônimo "matou" a charada, infelizmente esse povo fica cego quando entra essas questões de religião, peço a Deus que eles parem por ai, não queiram interferir na amizade das crianças.
Achei que sua prima foi de uma elegância impar! Ela podia fazer o que quisesse que teria direito, contudo, provavelmente seria acusada de intolerância e tudo mais. Com o que ela fez, além de ter dado o recado, com certeza deve ter feitos pensar a razão dela não aceitar tão generosa oferta.
Que fiquem lá no mundinho deles e não a importunem mais.
Nessas horas que a gente percebe como ainda tem muita coisa para mudar nesse mundo, né?!
Abração.
Claro que foi preconceito, a religião funciona como "termómetro" da moralidade, mas se é o Homem que está por detrás dela, é preciso escrever mais alguma coisa?
ResponderExcluirNo caso relatado por sua prima, é machismo e homofobia combinados, perpetrados por crenças religiosas que mais afastam do que aproximam do Deus de Amor. Essas duas ignorâncias, quando colocadas na mente de pessoas boas, geram desconforto e repressão, mas não as transformam em assassinos. No entanto, é por causa de ideias assim que muitos assassinatos e agressões são cometidos contra mulheres e homossexuais, trans e travestis.
ResponderExcluirNão existe desculpa. Dizer que é normal porque são religiosos "não cola". Não vivemos na Idade Média mais (embora pareça). As pessoas têm acesso à informação e liberdade de pensamento. Não é justificável essa atitude sob nenhum aspecto.
ResponderExcluirÉ ignorância no pior sentido da palavra (brutalidade, chucrice, "cabeça fraca" etc).
Tenho exemplo na família: minha irmã, apesar de ter acesso a todas as informações, de ser estudada, sabe que sou gay, conhece meu namorido e ainda tem coragem de dizer que o tal do Malafaia é um "homem bom, ele fala de Jesus"...
Já briguei muito... tolerância zero, atualmente...
A atitude de sua prima foi excelente.
É que para alguns religiosos os gays são pessoas sem Deus; simples assim. Pessoas de branco, encapuzadas e com cruzes pegando fogo podem te convencer a se salvar. Aleluia.
ResponderExcluirAinda vivemos em uma mundo rodeados de pessoas moralistas e antiquadas. A diferença de algumas décadas atrás é que há alguns grupos que são verdadeira contra-cultura e assumem socialmente novas verdades.
ResponderExcluirComo bem afirmado acima, procura-se explicações na religião, bons costumes, etc. para validar comportamentos invasivos e defender uma postura de perseguição com direito à discurso de ódio, violência verbal e física.
Quanto mais as 'minorias' cobrarem seus direitos e colocarem a cara no sol, mas teremos uma resistência que tentará organizar argumentos contrários, e convenhamos que os religiosos são ótimos, afinal 'a vontade de Deus' não deve ser ameaçada.