Quando falamos em homossexuais que temos filhos acho que podemos definir duas maneiras distintas que isto acontece. Há aqueles que tiveram relacionamentos heterossexuais anteriores e tem seus filhos frutos destes relacionamentos e há aqueles que decidem ter filhos após terem, pelomenos para si mesmos, sua orientação sexual.
Neste prisma acho que a maneira como as crianças, filhos destas pessoas homossexuais, vão lidar com estas questões podem ser contextualemnte diferentes.
Para aquela criança que viu seu pai e sua mãe conviverem durante algum tempo, dormindo juntos, se beijando, pode parecer que seu pai, ou sua mãe, ao assumirem um novo relacionamento, desta vez homossexual, "mudaram", se tornaram pessoas diferentes, e que talvez estas crianças não consigam entender esta "mudança".
Já para as crianças, cujos pais e mães optaram pela maternidade ou paternidade - seja por que meio for - depois de se aceitarem como homossexauais, talvez seja mais facil, uma vez que não implica em uma "saida do armário", e sim um processo de explicações continuas, de descobertas diárias destas crianças.
Não vou dizer com isto, que as duas crianças não enfrentam questões dificeis em seu dia a dia, seja com relação a outros parentes (o ex-marido ou ex-esposa), seja com relação á homofobia que permeia a sociedade.
Isto vai depender muito mais da maneira como os pais encaram sua orientação sexual do que com a meneira que elas chegaram a esta questão. Se for um pai ou mãe que se envergonha da sua orientação, que se esconde e se sente em pecado e devedor, ai vai ser impossivel a criança enfrentar esta situação com a força e o apoio que só os pais podem dar.
A situação já pode ser totalmente diferente, se a criança estiver mergulhada num caldo de amor, de atenção e respeito, onde seus pais ou mães não se sentem envergonhados por ser o que são, e que buscam a companhia de outras familias homoafetivas de forma a melhorar esta percepção das diferenças.
Mas sei que nada disso se enfrenta sem coragem, sem amor e sem apoio, por isto, se a sua hora de conversar com seu filho ainda não chegou, não se preocupe, se você se mantiver atento as oportunidades e a força vão surgir!
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