8 de julho de 2008

de volta para o armário...

ele tinha uma festa, uma reunião com os alunos da nova turma do curso de pós-graduação em que dá aulas...e tomamos a decisão que eu não iria...
eu tomei a iniciativa de propor isto, estava sentindo a tensão, algo engasgado, o que o deixou muito aliviado...
embora triste.
ele já estava pensando nisto há algum tempo, desde que tinha tido muitos problemas com uma outra turma anterior, fofoquinhas, diz-que-me-diz, não diretamente relacionadas ao fato dele ser gay, mas uma ingerência muito grande na vida privada, e olha que estou falando de gente formada, culta...
ao mesmo tempo ele sabia que propor uma coisa destas feria profundamente tudo pelo que batalhamos e lutamos, para sermos aceitos de maneirta natural, para sermos respeitados, como homens e como casal.
ele sabia que eu poderia me magoar.
mas amar alguém também é isto, é não querer impor só o que se sente, mas o que é real, o que é possível. e ele também se sentiu magoado em tomarmos esta decisão, porque, afinal de contas foi uma decisão conjunta.
pensamos em carreira, pensamos na real necessidade de darmos espaço a pessoas quenada significam em nossa vida.
voltar para o armário numa situação desta pode parecer covardia, medo, pode mesmo, eu, que sou super beligerante, adoro enfrentar uma rusga. mas não preciso enfrentar as rusgas! ou criá-las!
eu sou muito mais militante que ele, aliás, ele só participa das militâncias por me amar, ele gosta mesmo é de aporveitar os momentos livres para descansar...pense em alguém que gosta de dormir!
mas dar um passo atrás, manter-se sereno, ficar em casa, pode parecer inteligência...
ficamos ambos magoados, mas ficamos tranquilos por uma decisão madura, pensada, de respeito aos limites de cada um.

o mais engraçado é que a maioria dos que foram á festinha também não levaram os pares...achoque também não queriam expor-se sem necessidade...


12 comentários:

  1. Puxa, ontem mesmo Bichinho e eu concordamos na mesma coisa em relaçào ao condomínio onde vamos morar: nada de expor-se tanto a quem nem conhecemos (ou queiramos conhecer). Dentro de casa é uma coisa: liberdade total. Da porta pra rua... vai depender muito de quem for.

    Chato, mas é a vida.

    Beijo!

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  2. é, foi realmente a melhor decisão; como você disse: madura.
    e eu concordo que não há motivos para expor-se sem real necessidade.

    [muito obrigado por sua visita em meu blog]

    abraços.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Anônimo2:27 PM

    COMPRAR BRIGAS OU ARRANJAR DORES DE CABEÇA SEM NECESIDADE, SEM QUE ISSO GERE ALGO POSITIVO, NÃO VALE A PENA. HÁ MOMENTOS EM QUE É MELHOR TIRAR O TIME DE CAMPO. NÃO HÁ VERGONHA NISSO. NÃO PRECISAMOS PROVAR NADA PRA NINGUÉM, NINGUÉM MERECE ESSE ESFORÇO.

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  5. Sabem, eu no seus lugares faria exatamente a mesma coisa. Já fui em vários eventos com a Paula, do trabalho dela e etc, mas sempre vou como amiga. Alguns colegas dela sabem da gente, mas a maioria, não. Preferimos, por enquanto, evitar aborrecimentos. Acho que temos que nos poupar de certas coisas, e isso não significa voltar ao armário... afinal, no final das contas, nossos relacionamentos não interessam a ninguém.

    Beijos!

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  6. Também achei a 'melhor' escolha. Quem sabe em outro grupo, outra hora isso pode se encaixar de uma maneira melhor.

    Abraço

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  7. eh
    p q se expor tnt?

    naum vai ser vc se expondo e dando motivos p falarem d vc q vc vai tornar a situação do preconceito contra homossexuais uma realidade menor...

    e um casal d heterossexuais mts vezes tb naum expõe assim sua vida pessoal no trabalho...

    axo q nem eh uma questão da relação homossexual, eh uma questão profissional-pessoal

    decisão certa
    xx

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  8. É uma situação delicada, uma situação tão simples, a sociedade complica tanto, mas as vezes se reservar é a melhor saída.

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  9. Anônimo12:49 PM

    POis é.
    Acho que decisões como essa devem ser tomadas em conjunto.
    Às vezes, a militância não é necessária e o bom senso deve ser priorizado.
    Abraço

    http://www.confissoesaesmo.wordpress.com

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  10. oh amigão, obrigado por passar no meu blog outro dia e deixar comentario. Desculpe, mas fiquei sem acessar meu blog esses dias. Só vi hoje seu recado.

    Volte sempre.

    abração

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  11. um certo dia minha mãe me disse

    as vezes é necessario dar um passo pra trás pra poder dar dois adiante

    Levo isso sempre comigo e alguns momentos quando preciso tomar decisões tão importantes como a sua
    essa frase martela, martela na cabeça

    Não sei bem se, se aplica ao seu caso, mas fazer concessões nesse mundo preconceituoso e homofobico é necessario!

    Grande abraço!
    Continue na militancia!

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  12. Anônimo11:59 PM

    Curioso que a minha resposta está num post de 5 de Julho:
    "Engraçado como dá para fazer um paralelo com os homossexuais não é? Somos pessoas que não existem, que não podem pedir coisas porque não tem documentos, cujos relacionamentos e amores não são aceitos e atestados.
    Pessoas que não existem! Não quero me sentir assim!"

    Infelizmente, nós nascemos com o medo, que continua dentro de nós e por mais consciência que a gente tenha de que ele está lá, nós não o conseguimos eliminar.

    Felizmente, há gays mais novos e por esse mundo fora que já conseguiram ultrapassar essa barreira e serão eles que vão viver a vida deles, como por exemplo Matthew Mitcham.

    ver estes sites:
    Why Not Now
    Felizes Juntos

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