O normal é as pessoas estarem em momentos diferentes de vida, um pode estar num momento em que precisa batalhar pela ascensão profissional, o outro num momento de estabilidade e de aproveitar as conquistas.
Um pode estar num momento em que os filhos estão grandes, alçando voôs solo e o outro com o desejo de ter filhos. Um pode estar num momento em que deseja conhecer coisas novas, pessoas novas e talvez fazer sexo com pessoas diferentes e o outro num momento mais caseiro e familiar...
Um pode ter desacreditado dos relacionamentos e o outro nunca ter acreditado!
Além disto existem as diferenças de personalidades, de sonhos, de histórias de vida, de experiências e por ai vai....
Então a primeira impressão é que fica difícil estas duas pessoas conviverem, afinal de contas somos sempre estimulados a sonhar com a "metade da laranja", alguém que te complete, que te compreenda totalmente, que compartilhe seus sonhos! Ou seja, fica difícil encontrar alguém para namorar! E casar!
Mas ai é que esta a "armadilha". Buscar alguém que te complete... E esta foi uma crença minha durante muito tempo!
Hoje eu percebo que a dinâmica de um bom relacionamento é diferente. Mais do que buscar alguém que seja sua metade faltante, devemos buscar alguém que esteja disposto a te conhecer e a te reconhecer, alguém que respeite suas diferenças e queira aprender com elas, alguém que entenda seus defeitos e te ajude a mudar os que você quer mudar, pessoas que estejam disposta a caminhar juntas... e não um relacionamento em que um, de certa forma, carrega o outro com seus sonhos e desejos, sem perceber o que está acontecendo...
Meu terapeuta sempre usa uma figura para falar sobre relacionamentos, ele diz que num relacionamento existem três elementos: Eu, o outro e o" relacionamento" que é uma terceira "entidade", com personalidade e desejos próprios, com aspirações e sonhos próprios, que vem do compartilhamento de partes minhas e do outro, coisas em comum e coisas construídas juntas.
Ou como está na moda, coisas que "agreguem".
Mas você tem que perceber se a pessoa está disposta a caminhar com você, mesmo que ela tenha medo ou se sinta insegura, esta não é uma aventura solitária...
Por isto eu sempre digo para minha filha:
Não acredite nos argumentos "Eu também gosto de você e você sabe disto", " eu não gosto de dizer isso", "eu não costumo falar assim", "acho que não é o momento de falarmos disto" ou qualquer outra coisa fugidia parecida, PULA FORA!
Não vai ficar acreditando que um dia ele vai te amar, ou - pior ainda - que o seu amor vai modificar ele, que seu amor é suficiente pelos dois!
Mesmo que você vá sofrer por ter que desistir desta pessoa, mesmo que você vá sofrer por pensar que nunca mais achará uma pessoa como aquela... pode acreditar, se ela não estava disposta a te amar, a pensar em te amar, ela não merece ficar com você!
Procure pessoa que sejam um eco para seus sentimentos, seus sonhos, seus desejos, não alguém que te complete, mas alguém que possa acreditar no que você fala e que esteja disposta a construir um "eu te amo"...
E você, gosta de ouvir "EU TAMBÉM TE AMO"?
Um texto perfeito! A reciprocidade é a resposta certa para medir o quanto esperamos e queremos do Amor!
ResponderExcluirPerceber quando se emite uma sonata de Chopin e escuta-se de volta um funk é fundamental e no entanto é o trabalho de uma vida para não confundir as duas sonoridades!
Levantado-me da cadeira e escrevo merecidamente : BRAVO ,HHP!
Bjs
Pura e profunda sabedoria: "Eu, o outro e o relacionamento" ... aprendemos isto a muito tempo atrás ... resultado:39 anos ...
ResponderExcluirNão gosto, porque "também" soa falso. Pouca gente tem coragem de responder um "eu te amo" com um "eu gosto de você" ou variantes mais sinceras, afinal.
ResponderExcluirPrefiro o "eu te amo" dito espontaneamente, em outro momento.
Um texto muito bom, esclarecedor, achei interessante a individualidade do relacionamento, com se fosse uma outra ¨pessoa ¨
ResponderExcluirEstar disposto a amar, a conhecer , a ceder
Sobre o dizer eu te amo , tenho cá minhas dúvidas porque será que isso é realmente importante, eu posso falar eu te amo de outra forma, em outro momento e nem por isso eu deixaria de gostar de verdade da minha parceira ou do meu parceiro. Sobre os momentos diferentes estes quando estão muito intensos , dificilmente terá uma sintonia e sempre um cederá mais que o outro, Nesse quesito acho que estabilidades de emoções e propósitos , levam isso mais adiante do que qualquer momento que se esteja a seguir
Confesso que nem sempre gosto de ouvir.
ResponderExcluirDizer o que de um texto destes?
ResponderExcluirIrretocável.
Beijo querido e grato em nos brindar com algo tão bonito.
Pensamos da mesma maneira...
ResponderExcluirNão é que eu desgoste da frase, mas às vezes penso que ela se banalizou demais. Prefiro que me digam essas coisas de um outro jeito - com gestos concretos, de preferência. Sou daqueles que não costuma dizer muitos "eu te amo" ou "eu te amo também" e até já fui cobrado por isso, mas penso que mais importante são as atitudes.
ResponderExcluirfico lendo seus textos e aprendo muito com eles sobre relacionamentos, nunca vou usar nada disso que não seja para escrever um conto no futuro, mas aprendo muito, obrigado.
ResponderExcluire respondendo sua pergunta: eu nunca ouvi um eu te amo nem dos meus pais, quanto mais um eu também te amo.
haha imagem de conjuntos numéricos ali em cima!
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