Uma falou que "no começo do relacionamento a frequencia é maior", outra que a "qualidade era mais importante que a quantidade", que "homem gosta disto ou daquilo" e assim por diante. Nada muito novo e revelador. Mas o silêncio da Barbara Gância para mim foi constrangedor!
Como lésbica assumida eu acho que ela perdeu uma excelente oportunidade de enriquecer a conversa, de mostrar como esta relação de quantidade e qualidade pode ser diferente na percepção de duas mulheres que estão juntas. E foi uma saia justa para todas, porque, sabendo que a Barbára é lésbica, tanto a Astrid, quando a Mônica Martelli- tão "moderninhas" - podiam claramente ter abordado esta questão! E todas se calaram! Na minha opinião foi uma chance perdida para se falar da homoafetividade de maneira natural e aberta.
Não sei se existe algum "acordo" entre elas do tipo DON´T ASK DON´T TELL, para não manchar a aura de clube da luluzinha hétero do programa... especialmente depois que a Bárbara foi agredida pela Paula Lavigne (veja AQUI )... Dificil acreditar que nenhuma delas pensou "mas entre duas mulheres deve (ou é) diferente"
Não estou dizendo que a Bárbara deve ser uma militante aguerrida e pontuar sempre os asuntos com seu olhar "não hetero", nem acho que ela devia, ao falar do assunto, falar de suas relações ou de sua orientação e prática sexual. Mas eu acho que sim, ela teria a obrigação, como jornalista, como minoria, como mulher, de ajudar a tornar cada vez mais este assunto MENOS TABU e mais natural!
Porque os homofóbicos não se envergonham de falar de suas preferências não é?
Aliás, se fossem boas jornalistas elas deveriam ter falado disto mesmo sem ter nenhuma lésbica no recinto - e tenho quase certeza que não falaram justamente PORQUE tinha uma lésbica no recinto, da mesma forma que presenciamos quando amigos nossos - até familiares - se" esquecem" de comentar sobre o Felix da novela com a gente! Ou outros assuntos relacionados á homossexualidade!
Mas minha prima não é jornalista, nem formadora de opinião!
Acho que, de certa forma, enquanto nós gays não nos acostumarmos em falarmos de nossas relações, de nossas particularidades, com naturalidade, vamos ter que continuar aceitando que o assunto não seja pautado nas leis e nas reinvidicações!
E você, acha que jornalistas gays e lésbicas devem pontuar mais suas opiniões? Isto ajudaria?