23 de fevereiro de 2016

Oi Mô! Fala Benhêêêê!

BENHÊÊÊÊ?
Qual sua opinião sobre apelidos carinhosos de casais apaixonados?

Nesta semana estávamos numa festa, eu e Mr Jay, e ao nosso lado tinha um casal que se tratava por BEM... na realidade Benhê... Era Benhê para cá, Benhê para lá... Benhê acolá... 
Na hora em que eu prestei atenção em como se tratavam eu olhei para o lado e esta era mais ou menos a cara do Mr. Jay:

Nós não fazemos uso destes  "apelidos carinhosos" em nosso relacionamento, muitas vezes nos tratamos por "namorado" - Oi namorado, Bom dia Namorado... eu até costumo chamar ele de "bonitinho" ou "gostoso" ou  algum outro apelido ....que poderíamos chamar "de alcova". Mas nunca, nunca, nunca, em hipótese alguma, nunca fazemos isto em público!
Acho que isso, de certa forma, demonstra um certo nível de maturidade no nosso relacionamento, ou pelo menos maturidade dos que estão envolvidos no relacionamento... Vamos falar sério, não seria ridículo um 50tão tratar o namorado - futuro marido - cheio de  tatibitati? Pode até parecer ageismo, - preconceito de idade - mas eu ia me sentir ridículo!

Mas - momento confessionário - eu não fui sempre assim... tão maduro...  Eu já estive num longo relacionamento onde nos tratávamos de NÊ e BÊ, nê de neném e bê de bebê (pode vomitar...) o que combinava perfeitamente com o relacionamento paternalista e infantilizado que estabelecemos sem perceber - ou percebendo!
Já fui o MORE (do italiano AMORE) e tive um outro relacionamento em que eu era GATO, era chamado de GATO o tempo todo... o que definitivamente não combina com meu perfil... rsrsr 

A meu ver os apelidinhos carinhosos são "aceitáveis" - e até esperados - em casais jovens, nos primeiros amores, onde tudo é possível, onde tudo é vivido com intensidade.... mas em adultos, em marmanjos.... soa muito estranho..
Talvez, comigo falando deste jeito, fique parecendo que falta carinho entre eu e Mr Jay, e isto não é verdade, somo muito carinhosos e amorosos um com o outro, só não somos "diabéticos", não exageramos no açúcar.

Sem querer parecer misógino eu tenho a impressão que as mulheres são mais propensas a criar - e impor - apelidinhos carinhosos nos relacionamentos, e me parece, sem nenhuma base cientifica, que seus namorados e maridos aceitam e adotam estes apelidos apenas para não "arrumar confusão"... porque se eles não usarem os apelidos vão ter que "discutir a relação"....

Agora é a hora da verdade! Você usa apelidinhos carinhosos? Confesse! E o que acha de quem usa?



E já que eu falei em açúcar.... me lembrei de uma das mais deliciosas colheres de açúcar que conheço!

Será que o açúcar no relacionamento ajuda a engolir melhor o remédio?(*)



(*)A spoonful of sugar helps the medicine go down

16 de fevereiro de 2016

boas surpresas na aparente normalidade...


Quando começamos a organizar as questões do casamento eu já me preparei para alguns momentos de dificuldade, em função da homofobia que permeia a sociedade. 
Fiquei até imaginando que ia me deparar com pessoas - ou empresas - que se recusassem a nos atender, por convicções religiosas ou coisa parecida, como eu já vi acontecer mais de uma vez nos EUA, quando uma empresa se recusou a fazer o bolo de um casal gay.

Então a primeira iniciativa foi ser super incisivo e atento a isto desde o primeiro momento. Quando pedia os orçamentos eu já dizia se tratar de um casamento de dois homens, e - quando ouve um segundo contato - eu pessoalmente falava das questões relacionadas a preconceitos que precisavam ser observadas e explicava que os funcionários envolvidos deviam receber orientação específica. Muitas vezes questionei se já tinham realizado um trabalho num casamento gay.
No geral eu diria que tive boas surpresas...

O Mr. Jay tinha conversado com a gráfica que faria os convites, mas acabamos indo lá pessoalmente para fecharmos a questão, pois achei difícil decidir isto sem "por a mão" nos modelos de convites... quando começamos a falar sobre o convite do nosso casamento eu não percebi nenhuma surpresa por parte do senhorzinho que nos atendia. Acho que ele ficou mais surpreso com nossa diferença de idade...kkkk
Em outros lugares, como os buffets, eu podia perceber as pessoas que nos atendiam rapidamente adotarem a postura ANA CLAUDIA, e achar o casamento gay uma "gracinha" e "super legal" e uma ou outra acreditando que a parte mais importante deveria ser a musica porque "vocês adoram dançar não é?"
No local que comprei as alianças eles pareciam estar mais preparados, inclusive a vitrine onde estavam as alianças mostrava uma foto de dois caras. de mãos dadas, e mesmo que seja uma "jogada de marketing" mostra uma certa posição em relação ao assunto.
Só falta agora eu achar uma Kim Davis no meu caminho...

Eu não sei se o preconceito na sociedade está diminuindo, ou se as pessoas assumem esta postura de "normalidade" por interesse financeiro - mesmo porque um casamento para menos de 80 pessoas nem tem um orçamento que traga muito faturamento - mas isto talvez não faça muita diferença, porque muitas coisas que fazemos em sociedade é porque é "o certo/obrigatório a fazer" e não o que gostaríamos de fazer, pois é bem mais fácil deixar o cocozinho do cachorro na rua do que levar para casa...

Tá certo que alguns dos orçamentos que pedi não vieram, mas eu acho mais fácil acreditar em INCOMPETÊNCIA do que em preconceito... o pessoal reclama de falta de clientes mas são muito ruins de atendimento em muitos lugares... Estou há duas semanas tentando achar um marceneiro e... um  veio sem sequer uma trena para medir o espaço, outro trouxe a trena, mas não trouxe as amostras dos materiais de acabamento e nem tinha papel para anotar as medidas... de numa destas lojas de planejados estou esperando o orçamento até hoje...

O José Soares me disse outro dia que talvez os convidados devessem ir de verde-oliva no casamento, pelo tom de militância que eu pareço assumir ás vezes... Tirando a parte do chiste do meu amigo, o gracejo dele tem um pouco de verdade embutida. Acho que de certa forma um gay assumido, que tem possibilidade de exercer sua homoafetividade de forma aberta e natural, pode ajudar a educar a sociedade, o meio que o cerca, fazer as pessoas pensarem no assunto, ou para criticar ou para ter um ponto de vista... até na minha família isto já começou, pois meu irmão teve que sentar com meu sobrinho para "explicar tin-tin por tin-tin como o tio dele vai casar com um cara... coisa que eu sei, ele vinha postergando. Casar então, nos dias de hoje, pode ser uma atitude política e social... além de uma prova de nosso amor e de nosso compromisso.

E você o que acha? Acha que eu tenho tido sorte de não encontrar um homofóbico no caminho? Acha que a sociedade está mudando? Ou acha que o pessoal atende bem por interesse? E será que devo pedir para os convidados irem de uniforme de batalha ?



11 de fevereiro de 2016

é um saco ter medo!


No geral eu diria que sou uma pessoa medrosa... 

Eu não gosto de montanha russa e nenhum tipo de brinquedo radical dos parques - e até mesmo os nem tão radicais. 
Eu não gosto de filmes de terror - especialmente os mais atuais, que espirram sangue e violência por toda parte - um Boris Karloff eu até enfrento.
Eu tenho também uma certa claustrofobia, de lugares pequenos e fechados - onde eu tenho CERTEZA que o ar vai acabar!
E eu tenho acrofobia - sinto vertigem até em filmes que mostram lugares altos - nenhuma chance de assistir "A Travessia".

Mas eu enfrento estes medos constantemente... eu sei racionalmente que a maioria deles é irracional, eu sou um homem adulto e me esforço para controlar estes medos! Ja conversei sobre eles na terapia, com amigos, e sinto que de uma forma ou outra eles estão sob controle:

Eu levei minha filha, e outras crianças, ao Hopi Hari  muitas vezes, e toda vez eu combinava comigo mesmo que iria em ao menos UM brinquedo radical, para enfrentar meu medo... e sempre cumpria... e sempre, quando saia do brinquedo (montanha russa, barco viking, splash), eu me perguntava: "seu idiota o que vc veio fazer aqui?" 
Brinquedos em queda livre nem pensar! 

Vez ou outra eu encaro um filme de terror, mas passo metade do tempo com os olhos fechados,  ou com as mãos nos olhos vendo o filme por uma fresta...mesmo que seja a bobinha trilogia PANICO, cujo box o Mr. Jay comprou recentemente.

Elevadores sem janelas são obstáculos e estes eu enfrento facilmente com meu mantra - não seja bobo que tem ar suficiente para respirar por estes poucos minutos - mas uma minuscula sala de espera de um consultório médico, sem janelas, já complica um pouco... O Tunel da nova descida para o litoral de São Paulo sempre é um pequeno desafio... pois ele é gigantesco... mas eu adoro o mar!

Eu trabalhei muitos anos acompanhando construções e o medo de um quarto andar é o mesmo de um 50o. andar. Mas nunca insisti para que só se fizessem edificios de um pavimento na cidade! 
Já estive em muitos lugares verdadeiramente altos, topos de prédios, pontes, até no topo do WTC eu já estive... mas isto não quer dizer que eu "amei"!

Mas eu não tenho medo de escuro, nem de multidões, nem de velocidade e eu nunca tive medo de me apaixonar, de me entregar!
Nem de agulhas, nem de dentista, nem de doenças, nem de envelhecer, nem do futuro...
Não tenho medo de ficar sozinho. Não tenho nenhum medo de aviões.
Não tenho medo  de cachorros, gatos, pombos, baratas, cobras e outros bichos
E eu adoro o Terraço Itália.
Aliás, se eu pegar um lista das centenas de fobias descritas, eu tenho medo de pouca coisa. Eu tenho uma amiga que tem medo de PENAS, pode ser um espanador, uma galinha, um avestruz ou uma peteca...já pensou o que ela sofre no carnaval?

Mas mesmo assim meu medo é limitante, eu sofro, suo frio, muitas vezes por antecipação, e por uma coisa que vai demorar poucos minutos. Que eu racionalmente identifico e sei o que é!
Eu deixei de aproveitar muitos brinquedos legais em parques e até mudei roteiros de viagem para não incluir lugares que eu ia aproveitar pouco a.k.a. SIX FLAGS.
Eu deixo de ir a muitos filmes de terror com o Mr Jay, ele adora este tipo de filme e tem que buscar amigos para acompanha-lo
E, em algumas ocasiões, eu "não fiz questão" de explorar um lugar mais alto... pois a fila tava grande, ou ia cansar muito para subir... (sei!)
Talvez por isto eu respeite tanto quem tem medo de aviões, imagine ficar HORAS trancado dentro de um lugar em que vc está apavorado? Mas eu também respeito pessoas que tem fobias em geral... se bem que quem tem fobia de homossexuais não merece meu respeito não é?
Quem sabe na próxima "encadernação" eu seja menos medroso...


E você? Tem medo do que? Como enfrenta seus medos?