Rondonópolis - MS (vista a partir do topo do Hotel Confort) |
No final de semana eu viajei até Rondonópolis, no interior de Mato Grosso, onde mora o irmão do Mr. Jay.
ROO(1) é uma cidade de 140 mil habitantes, com uma boa qualidade de vida - se você tiver um bom ar-condicionado no carro, em casa e no trabalho😤 - mas o que me chamou a atenção foi o fato da cidade ter um "limite", a cidade ter um fim bem nítido!
Do topo do hotel em que estávamos hospedados dava para ver o fim da cidade de todos os lados... O que é uma situação bem inusitada para alguém que mora em São Paulo, ou em outras cidades grandes, que na prática não tem limites, pois são tão conectadas ás suas cidades vizinhas que não se pode perceber claramente onde começa uma cidade e onde termina outra...(2)
Me parece que ser paulistano, ou morar em São Paulo, nos faz perder um pouco essa sensação de limites, a gente tem acesso a muita coisa, manifestações culturais de todos os tipos, coisas gratuitas e coisas vip caríssimas, uma cidade que funciona em grande parte 24 horas, tudo superlativo como bem sabemos... acho que acabamos adquirindo uma certa sensação - ou certeza - de que tudo é possível, tudo está ao alcance!
Ver os limites de Rondonópolis me fez pensar nos nossos limites. Nos limites que nos impomos, nos limites que nos são impostos... Nos limites que como pai tive, e tenho, que impor... e isso é bem complicado ás vezes...
Como pai eu sempre me preocupei em mostrar à minha filha que ela não deveria se impor limites, que deveria acreditar que ela pode tudo, e que não deveria se deixar abalar com a ideia da sociedade (machista) de que tem coisas que ela "não pode" ou não "consegue" por ser mulher. Desde muito pequena eu ensinei ela a tomar suas decisões (dentro do limite de cada idade) e arcar com as responsabilidades, deixando sempre ela dar umas "cabeçadas", pelo menos sempre que estas cabeçadas não ofereciam perigo real. Me parece que deu resultado pois vejo que hoje ela é uma jovem bastante independente (até demais na opinião do Mr. Jay 😃) e capaz de saber o que quer, o que é melhor para ela.
Mas isso não me libera das "atribuições" do "cargo" de pai. Ainda tenho que impor alguns limites, alguns parâmetros, especialmente quando antevejo que sua integridade física pode estar em risco. Acho que ela, por ser uma "menina da cidade grande", e estar um pouco imbuída nesta sensação da "falta de limites" que as metrópoles nos concedem, ás vezes não percebe que os limites que ela aprendeu a não se impor ás vezes podem trazer riscos (coisas como planejar ir a shows em estádios sozinha, ou não prestar atenção que em certos horários certas regiões podem ser perigosas... e até mesmo não se alimentar com a atenção que seu corpo franzino - e agora vegetariano -merece)
Do mesmo jeito ainda estou aprendendo a lidar com os meus limites, com os limites que imponho a mim mesmo em especial, coisas que ás vezes me pego pensando
eu não "consigo" isso,
não "posso" fazer isso na minha idade,
o que as pessoas vão "achar" se eu fizer isso?
Blame on me! Isto é um aprendizado constante, um vigilância e um treino permanentes, para não cair nessas armadilhas do que "acreditamos" que não podemos!
Mas isso não me libera das "atribuições" do "cargo" de pai. Ainda tenho que impor alguns limites, alguns parâmetros, especialmente quando antevejo que sua integridade física pode estar em risco. Acho que ela, por ser uma "menina da cidade grande", e estar um pouco imbuída nesta sensação da "falta de limites" que as metrópoles nos concedem, ás vezes não percebe que os limites que ela aprendeu a não se impor ás vezes podem trazer riscos (coisas como planejar ir a shows em estádios sozinha, ou não prestar atenção que em certos horários certas regiões podem ser perigosas... e até mesmo não se alimentar com a atenção que seu corpo franzino - e agora vegetariano -merece)
Do mesmo jeito ainda estou aprendendo a lidar com os meus limites, com os limites que imponho a mim mesmo em especial, coisas que ás vezes me pego pensando
eu não "consigo" isso,
não "posso" fazer isso na minha idade,
o que as pessoas vão "achar" se eu fizer isso?
Blame on me! Isto é um aprendizado constante, um vigilância e um treino permanentes, para não cair nessas armadilhas do que "acreditamos" que não podemos!
E você, é uma cidade sem limites? Ou vive brigando com os limites que você mesmo se impõe?
(1) ROO é o código do aeroporto da cidade
(2) Eu conheço outras cidades com limites, aliás várias, mas estar no topo do prédio, e ver estes limites tão claramente, é que despertou essa minha reflexão.