1 de setembro de 2013

22 + 27 = 49

(segunda parte de 49 - 22 = 27)

Eu prometi pensar no que ele tinha me dito: uma amizade colorida, sem compromisso, sem maiores perspectivas...
Então eu conversei com meu terapeuta, e com dois amigos que tem amigos em situações parecidas. Todos tiveram os mesmos argumentos, para eu não ser tão rigoroso e "certinho" comigo mesmo, que eu não estaria fazendo nada errado pois eu não estava me aproveitando do cara, que ele estudava, trabalhava, que tinha condições de tomar decisões, que ele (e eu) poderia sair da estória quando quisesse...

Mas foram unânimes em me alertar, que eu devia ficar atento para não me encantar demais, que podia ser um tipo de aproveitador, uma pessoa interesseira, que poderia de alguma forma usar de seus encantos de forma não legal (mas eles foram bem delicados em falar isto)
Até minha filha, quando eu disse que estava saindo com um rapaz mais novo que eu (sem dizer quanto), falou o mesmo: Pai, cuidado que pode ser um cara interesseiro ... você se envolve muito fácil.(!!!) 

Interessante as pessoas pensarem assim, eu acho que sou realmente um pouco inocente por não dar tanta importância a isto. Não é que eu estava iludido e não tinha sequer pensado nisto, mas talvez por eu ter um bom julgamento das pessoas e já ter conhecido o rapaz eu realmente acreditava que ele não tinha isto em mente. O que se confirmou, porque em momento nenhum ele se mostrou interesseiro, aliás, se mostrava verdadeiramente constrangido quando eu pagava algo, e nunca, nenhuma vez, me pediu algo. 

Então eu resolvi ver onde aquilo ia dar, a tal da "amizade colorida", saímos algumas vezes, e eu propus a mim mesmo mostrar para ele algumas coisas, que em função de grana ou até mesmo de não ter esta vivência por não ser paulistano, ele nunca tinha visto. Bons restaurantes, algumas peças de teatro, um concerto, um musical, algumas exposições, alguns cafés, uma ou duas baladas... E ele parecia sorver tudo com real interesse, interesse de aprender, de conhecer, de ler mais, de se instruir e sofisticar. Para mim tb era legal sair com alguém que se interessava pelas coisas, aquela coisa do pupilo (meio doido não é)
E acabamos transando algumas vezes, o que ele parecia curtir também, e também eu curti, depois que eu venci a minha encanação de ser apenas o segundo cara com quem ele tinha transado, e também da forte impressão de estar com um cara que podia ser meu filho! 
Eu se todo mundo me dizia que podia ser divertido...que seria legal para ambos...quem era eu para discordar.

Mas, em algum ponto eu percebi, logo no começo, que eu não conseguiria engatar um relacionamento com ele. Ser retroalimentado pela sua jovialidade era legal, mas não era suficiente, eu precisava de alguém mais "pronto", com mais certezas, que tivesse mais experiências e mais condições de fazer suas escolhas. que foi mais ou menos o que pensei quando adotei uma criança um pouco mais velha. Mas deixei rolando, a tal da amizade colorida.
Até que, num momento de chamego, pouco antes de completarmos um mês que estávamos nos vendo, ele disse que me amava (sic), que eu era um cara incrível e que ele queria ter algo mais sério comigo! Que me amava! 
Na hora pensei: Que bosta! Cara, vc não tinha dito que não ia se envolver? mas é claro que não falei isto... Imaginem minha situação
Parei o que estávamos fazendo e eu, com a maior delicadeza possível, expliquei que eu realmente não podia dizer a mesma coisa, que ele era uma pessoa muito legal ( e é mesmo), mas que eu não podia assumir um relacionamento naquele momento, que eu tinha duvidado no lance da amizade colorida mas tinha aceitado porque ele disse que dava para fazer aquilo... e conversei, conversei....
Eu até pensei, mas não disse, que ele provavelmente estava confundindo o fato de achar legal ficar comigo e as coisas que fazíamos juntos com amor, mas eu não deixei me envolver, então não tinha como!

E eu, então , decidi dar um fim nesta estória. Levei ele em casa, nos despedimos, conversamos algumas vezes mais no telefone, eu me esquivei por vários dias de novos contatos pessoais, trocamos mensagens. Alguns dias depois eu chamei ele para conversar e expliquei que iriamos parar de nos ver por um tempo, que eu já estava fazendo ele sofrer e que eu não ia prorrogar aquilo, ele insistiu um pouco, argumentou que ele foi precipitado, que poderíamos retomar a "amizade colorida"...
Mas eu fui bem firme na minha decisão, ele chorou, eu me desculpei muitas vezes, e prometi ser seu amigo, confidente e conselheiro se precisasse, alguém para trocar ideias e dar palpites na vida profissional, levei ele em casa novamente.
Desde então não nos vimos mais, e fazem alguns meses que nem nos falamos mais, o que para mim sinaliza que ele superou o assunto e passou adiante...

Me senti um calhorda, por fazer aquele garoto sofrer, me senti um covarde, por não tentar levar adiante aquilo, me senti um cafajeste, por ter encantado e depois abandonado o cara. Podre

E você, já se sentiu assim? Me conta!

6 comentários:

  1. Já me senti assim, mas não com um cara mais novo. Alguém com idade parecida a minha, na casa dos 20 também, porém com uma carência muito maior que a minha. Logo após alguns encontros, veio o eu te amo que fez eu me afastar. Medo de quem ama tão rapidamente...
    Mas, acho que valeu a experiência, não é mesmo???
    Abraço.

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  2. Homero , as vezes engano sim mas não por maldade mas pela historiaa da pessoa de nunca ter achado o seu amor e ta depositando as ultimas fichas em você.

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  3. tb vivi algo do tipo ... é péssimo isto ...

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  4. Anônimo3:59 PM

    r: verdade! :/

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  5. Anônimo6:26 AM

    Nunca aconteceu isso comigo e achei isso ruim demais. Nós seres humanos temos mania de justificar o que não queremos assumir como óbvio. A meu ver você não se assustou pelo fato de ele ter dito "eu te amo" mas pelo fato de você ser incapaz de amar a ele o tanto quanto ele merece. Os judeus falam que ninguém ama ninguém de uma hora para a outra e sim aprende a amar com o tempo e o amor não tem idade para ter início. Abraços...

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  6. Poxa nunca passei por isso. Mas tenho muito medo das diferenças de idade. Acho que as vivências de cada um são muito importantes. E acredito que as pessoas tem uma certa idade para evoluir em alguns sentidos.

    Um abraço!!!

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