11 de agosto de 2005

Por que os gays não se dão bem com os pais?

Na semana dos pais é inevitavel não refletir sobre o difícil relacionamento entre os homossexuais (especilamente homens gays) e seus pais.
Acho que não seria dificil fazer uma "estatística" e dizer que 99% dos homossexuais masculinos tem dificuldades de relacionamento com o pai.
Apesar da estatísitica totalmente empírica eu não saberia dizer exatamente quais são os motivos. A idéia de que é o pai ausente que "causa" a homossexualidade do filho é facilmente rebatida pois numa mesma familia de pai ausente nem todos os filhos são gays. Mas este pode ser, sem duvida, um daqueles fatores multiculturais que organizam a "persona" homossexual.
Não dá para afirmar se o filho, percebendo-se diferente desde muito cedo, é que se afasta do pai e aproxima-se mais da mãe (muito ás vezes). Ou se o pai é que se sente menos ligado ao filho por razões inconscientes.
Para os pais de homossexuais talvez o principal ponto de conflito refira-se á MASCULINIDADE, o pai que reconhece seu filho como homossexual, deve temer que seu filho seja efeminado, que destoe dos padrões estabelecidos, ou preocupar-se com o papel sexual que este filho desempenhará. A figura do homem "passivo" deve ser perturbadora para muitos homens.
Muitos pais não conseguem administrar este conflito com o conceito de masculino e acabam se afastando mais ainda de seus filhos gays, mas outros, ainda bem, vencendo seus conceitos prévios, conseguem enxergar o filho ALÉM daquele papel sexual, conseguem ver o filho honesto, trabalhador, amoroso e, muitas vezes, apaixonado por outro homem, que passam também a admirar e gostar, especialmente porque faz seu filho feliz.
Talvez para os pais de lesbicas seja um pouco mais simples, talvez o pai não sinta qwwue "fracassou" em passar sua masculinidade (talvez até mesmo genetica) para o filho. O pai do homossexual deve sentir, muitas vezes, que não foi um bom exemplo.
Muitos pais de homossexuais que estão próximos de seus filhos e filhas tem muito o que comemorar esta semana, muitos filhos e filhas que conseguem ter seus pais como amigos, mais que simples genitores, também.
E outros, que tem seus pais distantes, podem tentar fazer algo, quem sabe, para resgatar alguma coisa. Mas sei que isto não é simples, envolve perdão, envolve perdas...

3 comentários:

  1. Anônimo8:02 PM

    Oi,Fabio
    Tive o prazer de receber seu texto várias vezes.Ele está em muitas listas da internet.
    Comungo plenamente com a idéia da adoção por homossexuais e queria - e como !- ter um netinho (a) adotado por meu filho...
    Tenho uma neta mocinha,mas criança é sempre luz na nossa vida.
    Quem sabe,né?
    Beijos
    Thereza Pires ( do Grupo de Pais de Homossexuais)

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  2. Anônimo3:15 PM

    OLÁ, LI O SEU TEXTO E NAO CONCORDO PLENAMENTE. TIVE UM RELACIONAMENTO ESTAVEL POR MAIS DE 15 ANOS (DOS 25 AOS 40) - MORANDO JUNTO JA NO SEGUNDO MES,CONTA-CORRENTE CONJUTA, CARTAO DE CREDITO CONJUNTO, FERIAS COM A FAMILIA PARTICIPANDO - E NAO SO MEU PAI, COMO TODA A MINHA FAMILIA (DIGAMOS 90%) NAO DAVAM SINAIS NEGATIVOS. PELO CONTRARIO, PARTICIPAVAM ATE DEMAIS DAS NOSSAS ROTINAS. MEU PAI, HOMEM DO INTERIOR DE PERNAMBUCO, NO COMECO NAO ENTENDIA BEM O QUE ESTAVA OCORRENDO OU FAZIA DE CONTA QUE NAO ENTENDIA, COM O TEMPO, PASSOU A CHAMAR MEU COMPANHEIRO DE FILHO,CONTAVA CONOSCO PARA O SEU DIA-A-DIA, TEVE DESENTENDIMENTOS COM AMIGOS POR NOSSA CAUSA (AQUELES QUE FALAM MAL), E OLHE QUE A EPOCA ELE TINHA MAIS DE 65 ANOS.

    RECIFE-PE.

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  3. Anônimo10:19 PM

    Sem dúvida são relatos e comentários que nos dão esperança... de um vida vivida com plenitude, o que para mim incluiria crianças. Tive o prazer de conhecer o autor deste blog, e só posso lhe dar os parabéns. Pela coragem e por tantas realizações amorosas... Servirá de exemplo, sem dúvida, embora não existam exemplos acabados. Grande abraço.

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