1 de março de 2010

Eu não conto para proteger eles!

Neste sábado participei de mais uma reunião do Grupo de Pais Homossexuais coordenado pelos psicólogos Vera Moris e Edson Efendi. Como sempre uma reunião descontraida mas com muito conteúdo, estiveram presentes vários homens, vários pais, com suas histórias, suas experiências e suas conquistas!

Desta vez a conversa girou muito em torno do momento em que os homens, que tiveram seus filhos a partir de relacionamentos heterossexuais, pensam em revelar sua orientação homoafetiva a seus filhos.

Tudo começou quando um dos presentes, disse que estava disposto a contar aos filhos e queria dividir conosco a "estratégia" que tinha bolado para dar cabo á questão. No caso dele, ele estava esperando seu relacionamento recém-iniciado estar um pouco mais "firme" para contar com o apoio do companheiro para a empreitada.

Aliás, esperar estar num relacionamento estável para contar, ou seja, o pacote completo, é a decisão de muitos homens, especialmente se o companheiro for um cara legal e amistoso com as crianças - mas umcontou justamente o contrário, que ele nunca tinha contado porque o companheiro não apoiava, mas por outro lado, ele percebeu que se ele realmente quizesse contar ele jáo teria feito.

Um dos amigos até "contou e descontou", ou seja, contou para o filho, mas ficou tão ansioso com as perguntas e cm a situação com a criança que acabaou "recontando" dizendo que era "brincadeira"...

Outros, que tinham filhos mais velhos, contaram de chofre, começando pelo fiho mais "mente aberta", indo até o filho que aparentemente era mais racional e inflexivel (e este pai ficou muito surpreso quando foi justamente este filho que o aceitou mais rapidamente)

Uns contaram para a familia toda e criaram um ambiente emque a criança pudesse falar abertamente e ter bastante certeza que aquilo não era algo errado, nemum segredo (meu caso)

Mas muitos, muitos, estão adiando este momento, alegam que não querem ver seus filhos sofrerem, que não querem que seus filhos tenham que lidar com esta situação dificil que nem eles mesmos ainda sabem lidar. Não contam para pais e mães para protege-los, nem falam disto com irmãos e cunhadas, para protege-los, para não consstrangê-los, numa postura muito mais dentro do armário ainda.

Ou seja, aprendemos com cada historia de vida, cada experiência, cada angustia!

A partir dos métodos que cada um empregou, dos planos que cada um levou a cabo, das desculpas que adotamos para assumir uma ou outra postura, percebemos que não podiamos prever os resltados das ações, e não podiamos confiar em fatores externos (como um namorado) para validar nossa orientação sexual.

Na realidade a grande conclusão que tiramos foi que o problema estava muito mais nestes homens assumirem suas posturas, suas personas e consciências, do que propriamente a alegada "proteção" aos filhos. Percebemos que ao não contar geramos uma grande mentira (ou ausência de verdade plena) entre o pai e seus filhos, o que acaba por prejudicar e criar muitas possibilidades positivas que surgem depois da revelação.

Os homens tem medo de perder o amor de seus filhos, tem medo que seus filhos se envergonhem e os rejeitem, os homens tem medo de perder o respeito dos filhos. Mas a Vera, com muito discernimento e clareza, nos fez ver que bons pais querem justamente isto, evitar que os filhos sofram,que tenham dissabores, e por isto tentamos proteger eles tanto, em especial quando o assunto tem um peso forte de tabú, como é a sexualidade das pessoas.

Para falar sobre isto, vários pais presentes, que revelaram a homoafetividade para seus filhos em diferentes oportunidades, e idades, deram depoimentos positivos. De historias que derma certo, de estorias de revelação que geraram relações entre pais e filhos mais verdadeiras e sinceras.

E você, que estratégia usaria para contar para seus filhos?

6 comentários:

  1. acredito q qndo um pai não conta ele está ensinando a seu filho q o q ele faz é errado...

    sei que não é fácil, nunca é, mas não é dificil para as crianças, é dificil para o pai que foi ele q teve uma educação que dizia q aquilo tudo era errado...

    se o pai é gay e nunca ensinou isso para os filhos, pq os filhos teriam preconceito?

    (tá, existe uma série de outros ambientes no qual a criança pode aprender a ser homofóbica, mas no fim é uma criança, e é desde pequeno que se torce o pepino né?)

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  2. quanto mais cedo melhor pra educar uma criança no respeito a diversidade, minha sobrinha quando tinha 8 anos quase embarcou nessa péssima influencia mas expliquei pra ela e hoje ela entende.

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  3. Oi...grata por ter comentado em meu blog www.excluidosdainclusao.spaceblog.com.br...gostei muito do seu também...sabe antes de qualquer comentário cabe´dizer a voce que até o tempo precisa de tempo e entendo que o que é preciso é enfrentar a situação e sinto que de uma forma ou outra isso esta ocorrendo e serás vencedor...CREIA...caminha com a convicção que aos olhos de Deus...todos são iguais se assim o é para o Todo Poderos, Dono de Tudo, terá que ser assim para os que estão determinados a seu comando...aos poucos a árvore nascerá, estamos com nosso empenho, plantando as sementinha...Um beijo...

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  4. Alguém chega e diz ao filho: filho, sou praticante de swing? Filho, sou sado-masô; Filho, sou bissexual? A sexualidade não pertence exclusivamwente ao indivíduo?

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  5. Por mais difícil que seja, a lealdade é o melhor caminho para uma relação saudável, qualquer que seja a sua natureza. Quando as bases estão definidas, ainda que sejam tortuosas e cambaleantes, elas são conhecidas e, com isso, propiciam ajustes... diferentemente de quando não se pode ver a origem dos abalos...
    A sexualidade, sim, pertence ao indivíduo... mas, a partir do momento em que ela reflete na esfera de terceiros, de forma tão pungente como é o caso de uma relação amorosa do pai em relação aos filhos, ela não deixa de ser íntima e exclusiva, mas passa a ser parte da vida destes também. Isso não lhes dá o direito de interferir - que fique claro -, mas é salutar que eles sejam incluídos nessa realidade do pai, de modo que esse fato não se torne um obstáculo na relação ou um tabu ou "pecado" gerado pelo silêncio do "segredo".

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  6. Olha faço atendimento terapeutico neste assunto se quyiser e seo enviar um e-mail: egidioquerino@yahoo.com.br

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