O avanço dos direitos LGBTs no Brasil, mesmo acontecendo de maneira lenta, tem sido progressiva e efetiva. Já conseguimos incuir parceiros no Imposto de Renda, no plano de saúde, na renda conjunta para adquirir casa própria, já podemos processar quem nos discrimina, em alguns lugares foram aprovadas leis anti-homofobia, o avanço mais significativo talvez tenha acontecido quando o STF decidiu que as uniões gays podiam ser convertidas em casamento, que na pratica definiu que os gays podem casar.
Foi um grande avanço para as famílias LGBT, que tiveram seu status de FAMILIA reconhecido. Mas muita gente argumenta: "Para que vocês (os gays) querem casar? O casamento é uma instituição falida!"
Falida ou não, o reconhecimento das uniões gays - mesmo sem um papel que as chame de casamento - trouxe também as mesmas questões para os protagonistas, direitos e deveres, que eram exclusivos das famílias heterossexuais. Algumas histórias de amigos ou de amigos de amigos, e tenho certeza que você também sabe de algumas:
- Os dois homens viveram juntos por 11 anos, um deles foi traído e terminou a relação, o que traiu ameaçou ir a justiça para pedir o direito de pensão, o que foi traído, para evitar escandalos pois é ator, deciciu entregar o pequeno apartamento que moravam (e que ele tinha comprado e bancava) para o que traiu, para formalizarem um pacto.
- Dois homens tiveram um filho através de uma "barriga solidária", utilizando esperma combinado dos dois, quando se separaram - o filho tinha poucos meses - um deles resolveu fazer um teste de DNA e descobriu que o filho era, biologicamente, dele. Entrou com uma ação e impediu o outro pai - que era quem efetivamente cuidava do filho por ser profissional liberal e ter mais flexibilidade de tempo - de ver a criança. Foi preciso um processo judicial para que este pai tivesse direito a visitas.
- Duas mulheres ficaram juntas por 9 anos, morando em casas separadas o tempo todo, uma delas conseguiu provar na justiça que a outra tinha condições financeiras melhores que ela e que deveria bancar os mesmo luxos e mimos que recebia antes (viagens, roupas, restaurantes badalados) pois ela tinha se dedicado a relacionamento e não tinha tido tempo de construir seu patrimonio, ela receberá pensão por 9 anos
- Um homem teve um relacionamento por dois anos com um cara bem mais novo, o relacionamento acabou e o mais novo não saiu da casa, não trabalhava, o unico jeito de conseguir que ele saisse foi bancar a passagem - e algo mais - do rapaz para os EUA, onde vai tentar a vida com imigrante ilegal...
Resumidamente, como diria o tio do homem aranha - "grandes poderes trazem grandes responsabilidades"... o que não invalida nem tira a premência de termos nossos direitos familiares garantidos! Só nos torna também iguais a com relação á seriedade das nossas ações! Casar, fiacar junto, cuidar, tudo isto tem que ser encarado de maneira mais séria! Talvez isto acrescente um novo tempero á estas questões de conjugalidade, talvez até mesmo o modelo dos casamentos heterossexuais precise ser revisto, talvez.
Se tinha algum cara que "virou" gay só para nao ter que pagar pensão ao companheiro, isto mudou! rsrsrs
Afinal de contas, na sua opinião, o casamento gay é uma boa ou é uma instituição que já nasceu falida?
Casamento, como reunião heterossexual para formar uma família cristã, monogâmica e base do Estado, é de fato uma instituição falida mesmo! Agora, casamento como reunião entre pessoas independente do seu sexo, sem relação com a Igreja, livre de preceitos e como instituição privada, é uma outra situação que acabou de nascer. Temos dois conceitos extremamente dispares que se combatem e que não são, de forma alguma, continuidade uma da outra. Nós, gays-anarquistas-punks, vencemos! Destruímos a maior base da sociedade heteronormativa que nos impedia de viver nossas vidas plenamente, agora é o momento de construir um novo modelo.
ResponderExcluirverdade FOXX, mas eu achoq ue mesmo os casamentos heteros estão precsando de novos modelos, ! abs
ExcluirO casamento, para o Estado, é um contrato. Será assim no Brasil, em Portugal, enfim, nos países de tradição romano-germânica. E nos restantes, de matriz europeia, também. Para a Igreja é uma união abençoada por Deus, indissolúvel, a menos que haja um motivo imperioso e extraordinário.
ResponderExcluirNão direi que seja uma instituição ultrapassada. Depende de cada um. Há quem valore o casamento e há aqueles para quem o papel firmado de nada vale. São perspectivas antagónicas, mas merecedoras do mesmo respeito.
um abraço.
A questão é esta mesmo Mark, agora podemos SE e QUANDO quisermos, antes simplesmente naõ podiamos! abs
ExcluirSe está falido ou não, não sei. Contudo, creio que é importante que exista essa possibilidade para todos. Não nos devemos casar por N motivos. Contudo, creio que não nos devemos deixar de poder casar porque simplesmente não podemos. O casamento é antes de tudo um "estado de espírito" e não um papel.
ResponderExcluirsem duvida Horatius, tem muita gente muito bem casada e que nunca assinou nenhuma folha de papel, mas o PODER CASAR nos liberta para optar por querer ou não! abs e obrigado pelo coment!
ExcluirUma reflexão lúcida, crítica sobre o tema ... Parabéns ... penso q os modelos estão superados e cabe a cada um de nós lutar por novos parâmetros calcados na sinceridade, no respeito e na simplicidade como tudo deve ser visto na vida ...
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ResponderExcluirUau ... Pena q só vi seu coment. aqui agora ... Mas em setembro, entre 17 e 23 estarei novamente aí em SP ... Vamos agitar mais este encontro ... Já fica o convite para o Edu, Luiz Carlos, José Antônio, Adriano, vc (claro) e quem mais desejar e q eu tenha esquecido ...
ExcluirBeijão
A pessoa manda convite pra encontro em comentário de outro blog e acha que a gente vai ver?? A gente viu, rsrs...
ExcluirEntão... O casamento serve para que se tenha a responsabilidade de se cumprir uma promessa de construir a vida juntos, independente de ser o casal pessoas do mesmo sexo ou não. Além disso, impede que familiares do cônjuge falecido, por exemplo, queiram espoliar um patrimônio construído em conjunto. Tudo tem vantagens e desvantagens e só se casa quem quer fazê-lo. Se não se está preparado para pagar o preço de se ter um relacionamento, basta não fazê-lo! Simples assim!
ResponderExcluirè isto mesmo cara comum! não tem bonus sem onus! e ás vezes a lei esta ai para lembrarmos disto! abs!
ExcluirAcredito que os direitos e responsabilidades do "casamento" (legal, não religioso) são importantes. Mas poderiam melhorar. Li um texto não tem muito tempo que discutia por que raios o tal "contrato" tem que ser somente entre duas pessoas? E ainda... por que é que o Estado teria que ser envolvido na história? Pontos a refletir.
ResponderExcluirConcordo Eduardo, acho que não só nesta situação, como em outras, até mesmo na questão do emprego, o ESTADO deveria estar menos presente... o problema é que tem sempre gente mentirosa, salafrária e enganadora, e também gente trouxa, inocente e mané, que são explorados, ai as leis - o estado,- estao ai para protege-las! abs
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