13 de dezembro de 2016

A "minha" música!

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Um amigo me mostrou um site onde você descobre qual era a música número 1 das rádios (americanas) no dia em que você nasceu!

No meu caso era a música Dominique, escrita e interpretada pela freira belga Jeanine Deckers, mundialmente conhecida pela alcunha de " the singing nun" - a freira cantora.
A música conta a História de Domingos de Gusmão - depois São Domingos - Fundador da Ordem dos Pregadores no século XIII, mas que ficou conhecida pelo nome do seu fundador - Ordem dos Dominicanos.
É uma musiquinha bem "chiclete", que se você ouviu uma vez na vida não esqueceu mais... Abaixo a versão da música interpretada por Debbie Reynolds no filme de 1966 que contou a história da "Freira Sorriso" (como ficou conhecida na década de 60 no Brasil) - História parcial diga-se de passagem, pois a Jeanine só morreu em 1985, e ainda continuava a se apresentar com estas e outras músicas dela que também ficaram famosas (como "Brother John")

Porque escolhi esta versão? Porque Debbie Reynolds é muito gay não acham?



Quer saber qual era a música no seu dia? clique AQUI

E então? Qual era a música número 1 das rádios no dia que você nasceu?

6 de dezembro de 2016

Você gosta de brigar?

Resultado de imagem para fight gay gifEu detesto brigar... sério! 
Eu d e t e s t o brigar!  
Detesto ir a "vias de fato"!
Detesto bate-boca, grosseria, detesto dedos em riste, detesto destemperança. 
Detesto o sensação que toma conta da gente depois que perdemos a calma, o arrependimento muitas vezes do excesso.
As poucas vezes que briguei de verdade eu me arrependi, me comiserei depois e em várias situações eu me ferrei com as consequências.
Sair no tapa então, nem pensar... acho que a ultima vez que eu sai no tapa foi com meu irmão, quando ele tinha uns 10 anos de idade (e eu 13)

E por não gostar de brigar eu aprendi a me controlar, a contar até dez, a adiar conversas e, o que é muito pior na visão do meu afilhado, a brigar de forma irônica, que além de falar as "verdades" que quero dizer ainda faz com que a pessoa se sinta uma idiota! O tal passivo-agressivo, que também não é legal...

Mr. Jay acha que muitas vezes eu sou meio "educado demais", que eu devia "brigar" e ser mais contundente quando sou mal atendido ou quando algum fornecedor está em falta comigo, ele é do tipo que se sente tão indignado nessas situações que acredita que o "barraco" acaba sendo a unica alternativa - e eu concordo que muita vezes parece que a gente só vai ser bem atendido se "rodar a baiana".
Resultado de imagem para rodar a baiana.gifNormalmente eu sou educado, explico meticulosamente o que quero, coleciono argumentos e exemplos, e sou insistente, sem levantar tom de voz, mas trazendo novos elementos a cada momento que a discussão se alongue e não consigo o que acho justo conseguir. Normalmente o meu método, que ele chama de "conversinha" acaba surtindo os efeitos necessários!

Mas... apesar de eu detestar brigar ... eu tenho brigado muito com minha filha...  e os meus métodos de contar até dez, adiar conversar e tentar trazer a pessoa a reflexão tem dado poucos resultados. As brigas são pelos motivos tradicionais entre pais e filhos: ideias diferentes, limites, cobranças por parte dos pais, inércia por parte dos filhos...

O auge da minha briga recente com ela foi há umas duas semanas atrás... ela acabou indo parar no hospital por conta de uma pielonefrite, ficou internada 4 dias de tão grave era o estado dela...(porque não toma agua em quantidade suficiente e não gosta de ir no banheiro lá na loja que trabalha).
 No segundo dia eu tive que ir resolver uns assuntos de trabalho e deixei ela sozinha (pois apesar da gravidade da infecção ela estava bem) e não é que eu chego no hospital por volta das 22 horas e encontro o jantar dela intocado? A pessoa doente, hospitalizada, não comeu porque "achou a comida ruim!"
Nossa eu explodi! "Porque não me avisou e eu ligava aqui e providenciava outra comida? Porque não ligou vc mesma e reclamou? Porque não ligou para mim para eu trazer algo? " - fiquei muito estressado... a pessoa tem 20 anos e ainda tenho que me preocupar que não está comendo, mesmo doente?
Como diz a Edith Modesto... "filho é bom, mas dura muito!"
Eu admito que comida de hospital não é exatamente prova do masterchef, mas ela não tomar a iniciativa de comer algo me estressou muito! O pior é que depois eu demoro um certo tempo para des-estressar... normalmente no outro dia estou tipo "num fale comigo por favor"... porque de certa forma não quero ficar repisando o episódio, muitas vezes com vergonha da minha reação como disse,... ser pai é uma coisa que dá 99% de prazer para mim, mas este 1% que sobra...

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Foda-se a Calma
e Vamos Brigar
Com o Mr. Jay os entreveros são poucos, primeiro porque eu não sou pai dele, e depois porque somos em geral bem tranquilos... ele é um pouco mais "crica" e fica bravinho rápido demais com besteira, mas tb tem uma alta resiliência e rapidinho resolvemos as coisas... a regra básica - entre casais especialmente - que eu defendo e pratico é "não pode dormir brigado", tem que resolver as coisas juntos e dormir juntinho, acho que se tivéssemos uma briga e ele fosse dormir em outro quarto, ou um dos dois na "sala", eu ia ficar bem "maus"..... mas eu sei que alguns casais guardam ressentimentos por dias a fio... tem uma amiga dele que outro dia contou que estava há mais de uma semana sem falar com o marido... sem dar bom dia, sem dar tchau quando sai  de casa, sem dar oi e beijinho quando chega... uau, isso sim é stress!
Mas tem gente que acha esta regrinha "não pode dormir brigado" uma coisa infantil, posto que os conflitos fazem parte do relacionamento de seres humanos! Eu concordo! Acho que conflitos fazem parte do relacionamento entre pais e filhos, entre casais, entre amigos... mas a resolução de conflitos tb fazem parte, resolver os conflitos tem que ser parte dos relacionamentos, se o outro não toma iniciativa vc tem que tomar, (ao invés de bloquear no facebook a pessoa que pensa politicamente diferente de vc), e num certo prazo, antes que o conflito vire ressentimento, vire amargor e raiva.

E você? Gosta de Brigar? Acha que casal pode dormir brigado? E como vc é em relação a resolver conflitos, toma a atitude ou fica esperando?






2 de dezembro de 2016

sorodiscordantes

Ontem, dia 1 de dezembro, foi o dia mundial de combate e prevenção á AIDS. Eu já publiquei muitos artigos falando sobre este assuntosobre, muitos aspectos envolvidos. (clique AQUI

É interessante perceber que quando um assunto vem a tona na mídia, na sociedade, aprendemos coisas novas... esta semana estou aprendendo sobre PANE SECA e sobre procedimentos de segurança em aeronaves e aeroportos (e um pouco sobre milagres já que tivemos 6 sobreviventes)... já aprendi sobre TSUNAMIS, sobre PEDALADAS FISCAIS, e sobre muitas outras coisas... nada suficiente para me tornar especialista, nem ter grandes opiniões sobre estes assuntos, mas o suficiente para me tirar da ignorância "basal".
Resultado de imagem para mixede status relationship gayComo eu sou um mocinho da época "pré-HIV" eu também tive que aprender sobre o vírus e sobre a doença. E uma das coisas que tive que aprender foi sobre "sorodiscordantes". Para quem não conhece o termo, sorodiscordantes se refere a pessoas que se relacionam - sexualmente - e tem seu status sorológico discordante, enquanto um é soropositivo o outro é soronegativo (1).

Existem diversas doenças, e não somente o HIV, em que o parceiro pode não ser portador da doença e ser contaminado, incluindo prosaicos resfriados. A questão do HIV é o fato da cura não ter sido encontrada ainda e a eventual letalidade envolvida com a contaminação. com a TRANSMISSÃO HORIZONTAL DIRETA (este eu também aprendi).

Eu penso que relacionar-se, com alguém soropositivo não é uma questão simples, e envolve vários fatores:
1. Primeiro é o quanto vc gosta daquela pessoa, pois mesmo que esteja num começo de um relacionamento, e ela te conta algo que vc não esperava, esta ou outras questões (2), vc já consegue medir, de certa forma, se vale a pena ter aquela questão entre vocês e se vale a pena ir em frente.
2. Segundo é o quanto vc conhece sobre o assunto, se vc conhece algo sobre a transmissão do HIV, sobre termos como "carga viral zero", sobre os medicamentos, expectativa de vida, sintomas e tudo o mais. E também, no caso da AIDS, sobre o preconceito. Acho que uma pessoa que não conheça nada sobre o HIV tem menos chance de superar o seu preconcieto interno com relação a isso.
3. Uma terceira coisa está relacionada ao segredo... em que ponto aquela pessoa te conta ? Em que momento do relacionamento ela abre o jogo com vc e te conta que é soropositiva? Eu penso que se isso for feito logo no começo vc já tem um ponto a favor da pessoa, a honestidade, a sinceridade e uma maneira direta de encarar a vida. Acho que se ela esperar vc "se envolver" para contar ela vai estragar a confiança que você tem nela...

Resultado de imagem para differencesMas, se a pessoa não-soropositiva não tiver abertura para um relacionamento pautado pelas diferenças, nem tendo estes tres pontos em mente ela vai conseguir superar isso. Pois temos que lembrar que para um relacionamento "frutificar" temos que lidar com dezenas de outras "discordâncias" , desde hábitos, hobbies, gostos, comidas, diferenças profissionais, de idade, de etnia...etc etc...
Eu não recrimino quem acha que não daria conta disso, ou quem já passou por essa situaçao e não deu conta, eu mesmo não tenho certeza de qual seria minha reação em várias situações. Acho que tudo faz parte de um aprendizado, de uma vivência.

Lembrando que as pessoas soropositivas também tem aprender a lidar com isso. Tenho um amigo, que se descobriu portador do HIV há mais de 15 anos, que lida da seguinte forma: -"eu conto para quem precisa contar! Eu estou com carga viral negativa, uso preservativos sempre, se eu vou sair com um cara mas já sei que não vai dar em relacionamento eu nem conto, ele não precisa daquela informação e eu sei que não vou fazer mal  a ele, se ele me transmitir um resfriado forte pode ser pior para mim, pois mesmo em tratamento o meu sistema imunológico ainda é mais fraco."

E você, o que acha do relacionamento entre pessoas sorodiscordantes? Acha que encararia de boa?  Ou pensa que isso poderia atrapalhar seu relacionamento?  Você faria como meu amigo e não contaria se não achasse importante?



(1) a Revista FORUM fez uma matéria interessante sobre o assunto, leia AQUI
(2) por exemplo : se a pessoa tem filhos, se ela foi presa, se ela foi garoto de programa, e milhares de outras questões, sem fazer aqui juizo de valores ou comparações, apenas questoes com que vc vai ter que lidar no relacionamento

23 de novembro de 2016

LIMITES...

Rondonópolis - MS (vista a partir do topo do Hotel Confort)
No final de semana eu viajei até Rondonópolis, no interior de Mato Grosso, onde mora o irmão do Mr. Jay. 
ROO(1) é uma cidade de 140 mil habitantes, com uma boa qualidade de vida - se você tiver um bom ar-condicionado no carro, em casa e no trabalho😤 - mas o que me chamou a atenção foi o fato da cidade ter um "limite",  a cidade ter um fim bem nítido!

Do topo do hotel em que estávamos hospedados dava para ver o fim da cidade de todos os lados... O que é uma situação bem inusitada para alguém que mora em São Paulo, ou em outras cidades grandes, que na prática não tem limites, pois são tão conectadas ás suas cidades vizinhas que não se pode perceber claramente onde começa uma cidade e onde termina outra...(2) 
Me parece que ser paulistano, ou morar em São Paulo,  nos faz perder um pouco essa sensação de limites, a gente tem acesso a muita coisa, manifestações culturais de todos os tipos, coisas gratuitas e coisas vip caríssimas, uma cidade que funciona em grande parte 24 horas, tudo superlativo como bem sabemos... acho que acabamos adquirindo uma certa sensação - ou certeza - de que tudo é possível, tudo está ao alcance!

Ver os limites de Rondonópolis me fez pensar nos nossos limites. Nos limites que nos impomos, nos limites que nos são impostos... Nos limites que como pai tive, e tenho, que impor... e isso é bem complicado ás vezes...
Como pai eu sempre me preocupei em mostrar à minha filha que ela não deveria se impor limites, que deveria acreditar que ela pode tudo, e que não deveria se deixar abalar com a ideia da sociedade (machista) de que tem coisas que ela "não pode" ou não "consegue" por ser mulher. Desde muito pequena eu ensinei ela a tomar suas decisões (dentro do limite de cada idade) e arcar com as responsabilidades, deixando sempre ela dar umas "cabeçadas", pelo menos sempre que estas cabeçadas não ofereciam perigo real. Me parece que deu resultado pois vejo que hoje ela é uma jovem bastante independente (até demais na opinião do Mr. Jay 😃) e capaz de saber o que quer, o que é melhor para ela.
Resultado de imagem para limitesMas isso não me libera das "atribuições" do "cargo" de pai. Ainda tenho que impor alguns limites, alguns parâmetros, especialmente quando antevejo que sua integridade física pode estar em risco. Acho que ela, por ser uma "menina da cidade grande", e estar um pouco imbuída nesta sensação da "falta de limites" que as metrópoles nos concedem, ás vezes não percebe que os limites que ela aprendeu a não se impor ás vezes podem trazer riscos (coisas como planejar ir a shows em estádios sozinha, ou não prestar atenção que em certos horários certas regiões podem ser perigosas... e até mesmo não se alimentar com a atenção que seu corpo franzino - e agora vegetariano -merece)

Do mesmo jeito ainda estou aprendendo a lidar com os meus limites, com os limites que imponho a mim mesmo em especial, coisas que ás vezes me pego pensando 
eu não "consigo" isso, 
não "posso" fazer isso na minha idade, 
o que as pessoas vão "achar" se eu fizer isso?
Blame on me! Isto é um aprendizado constante, um vigilância e um treino permanentes, para não cair nessas armadilhas do que "acreditamos" que não podemos!

E você, é uma cidade sem limites? Ou vive brigando com os limites que você mesmo se impõe?




(1) ROO é o código do aeroporto da cidade
(2) Eu conheço outras cidades com limites, aliás várias, mas estar no topo do prédio, e ver estes limites tão claramente, é que despertou essa minha reflexão.




9 de novembro de 2016

CUNT! (1)

Eu não sei vocês, mas eu acordei com um susto hoje! 
Eram 7 horas da manhã, o Mr. Jay estava saindo para uma reunião do trabalho e eu acordei um pouquinho, mesmo com ele pé-ante-pé no quarto para evitar fazer barulho... eu podia dormir até ás 7:30... e este soninho extra sempre é maravilhoso não é? 
Mas quando ele me disse "O Trump ganhou!" eu entrei em choque, pasmei, palpitações, perdi totalmente o sono... aliás fiquei "passado", melhor "passado e engomado"!

Se eu já senti a sensação de vergonha com as nossas eleições, como ter o Bolsonaro como o mais votado, então eu entendo perfeitamente o que alguns americanos estão sentindo... Ontem a Miriam Leitão disse que a Hillary tinha conseguido uma façanha, unir o PT, PMDB, PSOL, PSDB, PCB e todos os outros partidos, pois todos achavam que a eleição dela era o melhor para o Brasil! E ninguém admitia a possibilidade dela não ganhar!
Como o Renato Gentile apontou no FACE ... depois do "nine eleven", agora os americanos vão lembrar do "eleven nine"

Eu não sou analista politico, nem expert em sociedade, mas me parece que Temer, Brexit, Putin, Dória, Le Pen, Bolsonaro, Estado Islâmico, e outras coisas, tem muito mais em comum do que parece... e não pelo que eles fazem, mas pelo que os outros NÃO FAZEM!
A minha percepção é que os progressistas -  e eu me incluo humildemente como um deles, como uma das pessoas que pensam e lutam por um mundo mais justo, um mundo com menos desigualdade, um mundo melhor para nossos filhos -  não estão conseguindo sensibilizar a sociedade. 
O que se convencionou chamar de "esquerdas" não está conseguindo mostrar para as pessoas que a "revolução"(2) para um mundo melhor vai ser boa para todo mundo! As "esquerdas", ou os "democratas" ou "socialistas", que chegaram ao poder, se perderam na busca de poder, pois acreditavam que os fins justificavam os meios! 
Enfiaram o bolsa família (ou o obamacare, ou os imigrantes sírios) pela goela de uma parte enorme da população porque acreditavam ser o melhor (e eu concordo), acreditavam que com o tempo todos entenderiam isso, e passariam a apoiar...só que isso não aconteceu... não convenceram milhões de mulheres, operários, pobres, negros, hispânicos, LGBT que se não tivessem votado no Trump ele não venceria... nem o presidente do Brasil se chamaria Michel!
Resultado de imagem para não sabe de nada inocenteDe alguma forma os progressistas são "uns inocentes" por acreditarem em contos de carochinha, em não verem que as leis que protegem as mulheres, apenas para citar um exemplo, tem mais de 50 anos e ainda há muito o que lutar... Em acreditarem que os métodos doutrinários e as imposições - que são parecidos com os métodos reacionários - vão realmente convencer as pessoas do que é "melhor".

Qual o caminho? Eu não sei! Mas o recado é claro, o fundamentalismo partidário, ou ideológico, tem que ser revisto, repensado, para que ele possa oferecer alternativas reais de mudanças revolucionárias, no melhor dos sentidos, propostas para o futuro do homem, propostas de reflexão, de um novo homem. Um homem em que o amor e a empatia sejam mais visíveis que o próprio umbigo, um homem aberto a mudanças, um homem possível, talvez menos capitalista, menos consumidor compulsivo, mas eu não sei bem como fazer isso!  Mas estou disposto a apoiar o caminho, mesmo que só meus netos vejam o resultado!


E você? Como acordou hoje? Está com medo do futuro? Ou está tranquilo? O que precisa ser feito para termos um homem melhor no futuro?


(1) CUNT é considerada "the most offensive word in the English language" por muitos falantes do idioma do bardo, é a palavra que o Michael, amigo americano do Mr. Jay, usou para definir o Trump no sábado quando jantamos juntos... fico imaginando o mau-humor dele hoje!
(2) eu acho que foi BURKE que disse que os "reacionários" e os 'revolucionarios" querem a mesma coisa, negar o presente! Os "reacionários" acreditam que o MELHOR do homem está no passado, que o homem piorou e que só a volta ao passado vai nos trazer o melhor, já o "revolucionário" acha que o MELHOR do homem está no futuro, e só uma ruptura com o presente pode levar a isso!
(3) Pelo que sei a eleição americana já teve repercussão no sistema solar... Marte acaba de endurecer as leis de imigração... não vai dar para se refugiar lá! Clique AQUI e saiba mais



3 de novembro de 2016

EMPATIA REACIONÁRIA

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Considerando EMPATIA como: a "capacidade" psicológica de tentar compreender e sentir como se fosse a outra pessoa, eu diria que sou uma pessoa bastante empática!  Mas nos últimos tempos a minha empatia parece estar sendo posta a prova...

Nos colocarmos no lugar da outra pessoa, andarmos com os sapatos dos outros, nos possibilita exercitar outras possibilidades para nossa vida, experimentar outras existências, a empatia nos possibilita ajudar o outro nos termos do outro, a empatia nos torna solidários, a empatia nos torna até mesmo mais humanos.

Eu não sei dizer ao certo se a empatia é uma "qualidade" inerente á pessoa, seé algo que é "processado" no cérebro ou no coração, provavelmente um pouco dos dois, pois a empatia é um aprendizado, um exercício que nos leva ao aperfeiçoamento. Eu fui voluntário do CVV por mais de dez anos e foi lá que eu efetivamente aprendi muito sobre empatia, mas eu já era empático, pois sem empatia não há solidariedade nem trabalho voluntário... só dá para para ser empático com honestidade e com sinceridade no coração, na alma.

Como pai, como educador, eu muitas vezes lanço mão do exercício da Empatia para ajudar minha filha a entender algumas atitudes minhas e dela, e até mesmo o limite de atuação de nossos papeis na vida. Quando ela era criança, algumas vezes, quando ela "aprontava" alguma coisa, eu pedia a reflexão dela: "se você fosse a mãe, ou o pai, nessa situação, o que você diria/faria com seu filho ou filha?". Mesmo hoje em dia, algumas vezes quando ela faz alguma coisa que me deixa preocupado, ou triste, eu peço que ela tente se colocar no meu lugar para entender minha atitude ou minha chateação/tristeza com ela... quem sabe eu tenho ajudado ela a aprender a ser empática com isso...

Resultado de imagem para empatiaMas nos últimos tempos eu tenho tido muita dificuldade de exercitar minha empatia em alguns aspectos. Gays reacionários (ou de direita) são um bom exemplo disso. Eu não consigo entender um LGBTT que apoia o TRUMP - ou o Bolsonaro. Não precisa "gostar" do Jean Willys, (eu também tenho minhas restrições com ele) mas também não dá para ser contra tudo que ele defende e luta para mudar. Quer outros exemplos? Eu não consigo ser empático com a dupla Dolce/Gabanna dizendo que são contra gays terem filhos, nem com o único vereador gay assumido de São Paulo (que eu me recuso até a dizer o nome)  ser contra a secretaria da diversidade... nossa, como é difícil me colocar no lugar dessas pessoas!

Racionalmente eu até entendo (não quer dizer concordo) quem critica o "movimento" LGBTT, dizendo que não é representativo, que não ouve nem mobiliza a sociedade para as lutas. Racionalmente eu até entendo que as pessoas tenham sido criadas em ambientes  opressivos e não consigam imaginar um mundo diferente do "normal" -  e terem muito medo disso. Eu entendo quando o  Paulo Freire que diz que "dependendo da educação, o sonho do oprimido é se tornar opressor".
Racionalmente eu entendo, mas emocionalmente eu não compreendo... 

A minha primeira sensação é que falta empatia a essas pessoas, empatia para entender quantas pessoas sofrem pela falta de direitos, pela perseguição e pela violência. Eu diria que estas pessoas lgbtt ,que defendem políticos que são contra os direitos LGBTT são "xaropes", loucos "de carteirinha", "manés" e "idiotas".... ou seja, eu não consigo me colocar no lugar do outro de maneira respeitosa, não consigo compreender o outro para aceita-lo... eu não consigo ser - honestamente e sinceramente - empático... 
Isso me deixa um pouco confuso, eu, que sempre defendi o direito das pessoas de discordar, começando a julgar e "diminuir" as pessoas que pensam diferente de mim! O que me conforta é que eu não tenho nenhuma pretensão de ser canonizado, de ser santo, então eu "não sou obrigado" a ser legal com gente que quer "fuder" a vida dos outros!

E você? O que pensa dos GAYS que são contra os direitos gays? O que pensa dos gays que apoiam Bolsonaro ou Trump?


25 de outubro de 2016

Segurando vidas...

Tim Conigrave and John Caleo
Tim e John (os verdadeiros)

No final de semana eu assisti um filme no NETFLIX que me impactou muito! HOLDING THE MAN 
Este é um filme autobiográfico, que narra a história de vida dos australianos Tim e John, desde quando se conhecem no ensino médio e os 15 anos que ficaram juntos
Acho que se eu comentar qualquer coisa da vida deles, da história, eu vou atrapalhar a sua emoção quando assistir, pois ela é cheia de altos e baixos e de reviravoltas. E eu adoro assistir filmes sem saber muito da história, eu quero ser surpreendido da forma que o diretor do filme, ou o autor do roteiro, ou o autor do livro, imaginou...  raramente leio resenhas de filmes antes de assistir, o que é cada vez mais difícil hoje em dia!

Impactou também saber que o livro que originou, além deste filme de 2015,  uma bastante premiada peça de teatro, foi finalizado apenas 10 dias antes do autor morrer! Eu mais que recomendo!

Você já assistiu? O que achou? Depois de assistir me conta!

20 de outubro de 2016

O abuso nosso de cada dia...

Resultado de imagem para gay abusive relationshipComo nada é por acaso... há uns dias eu assisti um vídeo no YouTube do canal JOUT JOUT PRAZER que falava sobre relacionamentos abusivos... nem sei bem como cheguei nela... acho que foi por conta de uma entrevista que ela deu ao Jô Soares... 

Para ver o vídeo a que me referi clique AQUI - vale a pena!

O que mais me marcou no vídeo, que pelo que entendi tinha muitos insights autobiográficos da protagonista, foi ela enfatizar que muitas vezes a pessoa está num relacionamento abusivo e não sabe... ela até encerra o vídeo recomendando que ajudemos alguém que está vivendo um relacionamento deste tipo a sair dele!
Eu passei por muitas coisas que ela conta, incluindo "brigar por coisas que nem sei e sempre achar que eu estou errado". Eu me identifiquei muito com várias coisas que ela disse, pois eu vivi um relacionamento abusivo e - acho que - não sabia! Não era um relacionamento com violência e agressões, era mais uma certa "dominação psicológica" que de certa forma eu mesmo alimentei!

Acho que no meu caso eu não posso creditar toda a situação que passei unicamente á postura do meu ex. Eu reconheço que eu vivia uma questão pessoal, do ponto de vista psicológico, que levou a isso. Eu tinha um certo sentimento de "não valorização", de que eu só "seria feliz se estivesse junto com alguém" e que "eu tinha que fazer de tudo para dar certo porque senão ninguém ia querer ficar comigo", talvez o nome fosse "baixa auto-estima"
Então, de certa forma, eu me deixava abusar. E ainda havia a questão do ciúmes... que também é uma armadilha que vai te enrodilhando na questão do abuso... porque você sempre tem a tendência de "ser compreensivo" com o ciúmes ( e o controle que o outro tenta te impor) achando até "bonitinho" ele gostar tanto de você que quer sempre você "por perto"
Eram ameças de rompimento, de abandono, de separação, eram "greves silenciosas", e tudo isso me abalava profundamente.
E é uma espiral, um redemoinho de areia movediça, você nunca sabe por onde escapar, por onde começar para mudar... e vai ficando cada vez mais envolvido..

Hoje em dia eu fico bastante atento a isso, comigo, com as pessoas á minha volta. São pequenas "armadilhas mentais" que você se impõe sozinho a maioria das vezes.

Resultado de imagem para gay couple cartoonCom o Mr Jay - o meu maridinho - eu sinto que corro pouco risco disso acontecer, pois, apesar dele ser muito crítico e incisivo (cáustico eu diria) na sua postura de vida, eu percebo que comigo ele está sempre preocupado em defender meu espaço. Se eu ameaço não ir para a aula, para aproveitar um dia que ele está em casa, ele prontamente me lembra o quanto eu gosto do meu curso, o quanto volto animado das aulas - o que não quer dizer que quando chega 22:30 ele não começa a mandar carinhas tristinhas em msg dizendo para eu voltar logo.... ele inclusive me defende de outros abusos, aliás muitas vezes ele parece acreditar que eu não sei me defender...me protegendo até da minha filha - porque, saibam vocês, os filhos ás vezes "abusam" dos pais! Ele é ciumento, mas mais do tempo junto comigo, de eu ter que me dividir em meus outros assuntos, mas sem exageros, eu não deixo de fazer nada que preciso, ou quero, como acontecia antes.
Mas isso, tenho quase certeza, também acontece dessa maneira entre nós  porque eu aprendei a "me defender", a acreditar no meu valor, a saber tudo que eu também ofereço ao relacionamento, que eu sou "gostável", que eu escolhi estar com ele, me casar com ele, eu não precisava, eu queria! E ele escolheu casar comigo, estar comigo... talvez a consciência do amor - talvez diferente da sofreguidão da paixão - é o que evita um relacionamento abusivo...

E você ? Já vivenciou um relacionamento abusivo? Conhece quem já passou por isso? O que aconselhar?





5 de outubro de 2016

A "ditadura" gay.


Quando vc vai comprar um simples "cheirinho de banheiro" e o aroma é de TARDE FABULOSA... vc percebe que a tal da ditadura gay já está implantada! (kkkkk)

Prepare-se, é um texto com muitas "aspas"!

Os fundamentalistas e os homofóbicos, e todos que de alguma forma são "contra" os direitos LGBTT, sempre alegam que esses direitos estão relacionados a uma tal "ditadura gayzista". Eu não sei exatamente o que significa essa expressão mas pelo que eu entendo essas pessoas acham que se foram aprovadas leis que protejam as minorias, leis não discriminatórias, leis que punam quem sai dando lâmpadadas na cabeça das pessoas ou que cerceiem os que fazem discursos agressivos e ofensivos aos LGBTT, os gays passarão a ser um grupo "dominante", que imporá seu "estilo de vida" á sociedade... 
Acho que o Rafuko foi mestre em ironizar a questão da ditadura gay! Clique AQUI para ver o vídeo.

Na realidade a "ditadura gay" já começou faz tempo! Desde que o mundo é mundo os homossexuais estão envolvidos com as artes, com a ciência, com a cultura, com a arquitetura, e em todos os campos! As gravatas - inclusive as horrorosas - que os pastores usam, foram provavelmente desenhadas por um gay, o cabeleireiro da mulher do pastor é gay, os figurinistas e maquiadores da Record são gays! Mas, tirando este lado quase "caricato" da homossexualidade existem outros motivos para ficarmos felizes com a implantação da nossa "ditadura"!

Será que se o Bolsonaro usar "tarde fabulosa" no banheiro ele vai começar a desmunhecar?

A "ditadura", aboliu há muito tempo profissões "femininas e masculinas", existem frentistas de postos mulheres e motoristas de ônibus mulheres ( acreditem ou não isso era PROIBIDO há uns 15 anos), existem homens que não trabalham para cuidar dos filhos enquanto as esposas trabalham e existem homens até que criam os filhos sozinhos - há alguns anos NENHUM juiz daria a guarda de um filho ao pai numa separação -  meninos podem usar rosa, meninas podem usar cabelos curtos... O "gayzismo" (que seria a ideologia da ditadura gay)  está fazendo as pessoas pensarem cada vez mais na questão de gênero, a discutirem os papeis das pessoas na sociedade, e até mesmo agora apoiando as pessoas que se identificam com um gênero diferente do que nasceram, e até as que se consideram "sem gênero", até mesmo escolas que aboliram uniformes "de meninos" e "de meninas".
E me parece que tudo isso, esta postura da sociedade, já está bem solidificada, a aceitação e a compreensão de muitas questões já fazem parte do dia a dia... conversando com um amigo, psicólogo, que sempre era chamado a falar sobre a questão a homossexualidade em debates e entrevistas, ele me disse "os gays saíram de moda! agora todo mundo só quer falar sobre transsexualidade e questão de gênero"... olha ai mais uma prova da "ditadura gayzista" implantada!

Para quem ainda não entendeu isso o meu conselho é - o já clássico - relaxa que dói menos!


E você o que acha? Já está vendo sinais da "ditadura"? Ou vc prefere só a "dita" DURA?

27 de setembro de 2016

É impossível ser feliz sozinho...

A música Wave, do Tom Jobim, eternizada pelo João Gilberto, é um standard na minha "vitrola"
Toca o play e lê o texto!




"Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho" é quase um resumo de minha vida!

Eu sei que a gente não deve basear a nossa vida nos outros... 
Eu sei que temos que aprender a viver por nós mesmos... temos que nos "bastar"
Eu sei que não devemos debitar nossa felicidade em estar acompanhado... em outras pessoas...
Eu sei de tudo isso, já aprendi tudo isso... já trabalhei esta questão em terapia, já evolui, já meditei, já exercitei minha solidão e meu auto-conhecimento, mas... eu adoro estar acompanhado!

Eu adoro estar próximo da família para ela dar palpite na minha vida, eu adoro ter uma filha que me ama e briga comigo, e, PRINCIPALMENTE, eu adoro me enamorar... e estou adorando estar casado...
Eu, confesso, não sou muito bom em fazer amigos, mas eu adoro não ser sozinho! Para mim seria impossível ser feliz sozinho!

Sei que é até "politicamente incorreto" falar mal da solidão, das pessoas solitárias, mas eu não gosto de ser sozinho, de estar sozinho! E PRONTO! Não é uma crítica nem uma desvalorização de quem prefere isso! Que graça ia ter se todo mundo fosse "igual que nem que"!
Mas... sinto que nunca vou acreditar que ser sozinho é "legal"! Nem que é melhor ser solitário como decisão de vida! Achar que as pessoas "Não tem jeito e não vale a pena", por isso optar em ser só. Isto não quer dizer que não é legal sermos sozinhos por uns períodos durante nossa vida, mas desistir das pessoas... isso não é legal!
Eu não consigo "disfarçar" que eu acho isso fundamental, vivo me "metendo" na vida dos amigos que estão sozinhos, dando palpites de como deveriam fazer para arranjar namorado, onde deveriam ir... mesmo que não tenham me pedido opinião! Uma puta falta de respeito eu sei! Mas se eu acredito que isso é um dos pilares da felicidade como eu vou dizer o contrário?

Resultado de imagem para hard workAcho que de certa forma "não ser sozinho" é bem mais trabalhoso que ser sozinho. Namorar, ser próximo da família, participar de grupos, é tudo muito trabalhoso... tem que fazer concessões, tem que aguentar chatices, organizar horários, avisar onde está e que horas volta, pensar em agradar... uma canseira!
Mas uma canseira boa porque as pessoas também fazem isso com você!
Para não ser sozinho você tem que ter o coração e a mente abertos para isso, para o novo, o diferente, o discordante...  não dá para ter preguiça para querer estar com alguém! É uma construção trabalhosa, e, como todas as coisas boas, uns 90% de ação e uns 10% de prazer... mas este 10% valem muito a pena na minha humilde opinião!
Eu sei que já me envolvi com pessoas que hoje, olhando para trás, não tem nada a ver comigo. Uns podem achar que foi "desespero" de não ficar sozinho, outros que foi falta de critério, outros que foi "excesso de otimismo"! E tudo isso é verdade! Para quem não gosta de estar sozinho, para quem gosta de se envolver, de se enamorar, as pessoas são pequenos universos a serem descobertos, são oportunidades, são possibilidades... e também são "erros" retumbantes! Mas eu sempre preferi errar, para aprender a acertar mais na próxima!

E você? Como é sua relação com a solidão? Acha que É impossível ser feliz sozinho?


23 de setembro de 2016

BOA NOTICIA! Cús e Vaginas agora são iguais! (*)

da série "noticias que deixam pastores evangélicos de cabelo em pé"

e também da série "tem muita gente tomando conta do cú dos outros"

Resultado de imagem para two teen boyfriends cartoonEsta semana o governo de Queensland - um dos estados australianos - aprovou uma lei que igualou a idade do sexo vaginal consensual ao sexo anal consensual. Ambos passam a ser 16 anos, antes a lei só não se criminalizava o sexo anal a partir dos 18 anos! A lei também substituiu o termo "sodomia" por "intercurso anal".

Pode parece uma mudança sutil, mas ela tem alguns efeitos bem significativos. Primeiro na questão do preconceito, ao promover a igualdade de jovens de qualquer gênero. A segunda é por garantir o acesso a políticas públicas de saúde para os jovens - todos - a partir de 16 anos, especialmente na prevenção de dst´s, uma vez que não se podia distribuir camisinhas - ou dar palestras, ou fazer campanhas, sobre o sexo anal em escolas por exemplo...ou atender nos hospitais públicos... Para ver a notícia original clique AQUI

O primeiro comentário nosso poderia ser - nossa! antes tarde do que nunca! que povo atrasado este da Austrália!. Mas eu prefiro ver os sempre presentes sinais de mudanças e de progresso do ser humano, da humanidade, especialmente por saber que este estado australiano é o último a equalizar a lei, os outros já fizeram!

No Brasil a idade para sexo consensual é de 14 anos desde que os envoldidos no ato tenham entre 14 e 18 anos. Quando um dos envolvidos é maior de idade, ou tem uma superioridade - hierárquica por exemplo - a lei entende que o sexo foi, de certa forma, forçado. Abaixo de 14 anos se considera que a criança não tem "maturidade para consentir".


E você? Se fosse legislador qual seria a idade legal que você defenderia? Que outras barreiras legais ainda precisam ser transpostas?




(*)Sabe aquele estagiário do UOL que faz as chamadas das manchetes para ganhar mais likes? 
Então, o título deste post é inspirado no trabalho dele! kkk

19 de setembro de 2016

Suficientemente Gay!

Semana passada eu estava no shopping com minha filha, estávamos andando abraçados, conversando, quando eu reparei que uma mulher numa loja ficou olhando... ai eu virei para minha filha e disse:
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Hugh Hefner, fundador da Playboy, 86 anos
e sua esposa  Crystal, 26 anos
(60 anos de diferença)


- Como a gente não é parecido (1) as pessoas que nos vem juntos devem pensar "olha lá aquele velho babão que pegou a garotinha nova" 


E minha filha disse:
- Isto é "culpa sua" que não parece homossexual!(3)

Ao que eu respondi:
- Ué, ser casado com um homem (4) não é gay o bastante? (5)


(1) para os recém-chegados informo que minha filha é adotiva
(2) como tenho um marido 20 anos mais novo é óbvio que não tenho este preconceito, mas eu sei que as pessoas tem!
(3) aqui está embutido o famoso preconceito contra os homossexuais ditos "efeminados", ou, de certa forma, menos homens por conta disso, por parecerem gays.
(4) como não deu para encontrar uma aliança com as cores do arco-iris, e nem uso crachá com isso, a informação permanece "no armário" grande parte do tempo.
(5) acho que o curso de História está me deixando com mania de notas de rodapé! para me explicar melhor! kkkk


E você, já foi confundido com "não gay"? Ou é gay o "suficiente"?


13 de setembro de 2016

Nós queremos ser NORMAIS?

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"Mãe, o que é "normal"
" É só um ciclo da secadora querida"
Até que ponto somos NORMAIS, ou queremos parecer NORMAIS?

Neste final de semana eu descobri a série THE NEW NORMAL na netflix. Pelo que eu li a série é de 2103, então muita gente deve ter assistido...

Mas para quem não conhece vai um pequeno resumo: Um casal gay de Los Angeles, bem sucedido e rico,  resolve ter um filho e optam pela barriga de aluguel. Eles acolhem na casa deles a moça que vai gestar o filho, junto com a filha de 8 anos dela, mas tem que aturar a avó dela que é extremamente homofóbica (uma interiorana de Ohio) e contra o fato que da neta gestar o filho de um casal de homossexuais.  O enredo gira em torno do casal, as preocupações dos futuros pais com a gestação,  da sua relação com a família e com a sociedade.
A série faz um esforço sincero de mostrar o casal gay e suas relações familiares como algo NORMAL, não no sentido que eles são iguais aos outros, mas que eles são diferentes, mas as pessoas podem aprender a encara sua família com naturalidade.

Das séries de temática LGBT dos últimos tempos essa foi a que mais me agradou. Ela mostra conflitos que parecem bem reais, bem sintomáticos, desde a recusa do Padre em oficializar o casamento deles até um deles ser expulso dos "boy scouts" por outro pai considerar que ele tinha um comportamento que podia influenciar o filho - a "normalidade" do casal assustou. Além de outras pequenas histórias paralelas.

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Pessoas normais
me assustam!
Enquanto eu assistia eu pensava, naturalmente,  na questão de ser NORMAL... De praxe a palavra NORMAL é encarada pelos LGBT como algo pejorativo, nós não queremos ser aceitos como NORMAIS, posto que não nos consideramos ANORMAIS. 
Mas o NORMAL está sempre rondando...Outro dia uma pessoa perguntou para minha mãe: "como é ter um filho gay" e ela respondeu normal, é como ter um filho qualquer"...

Uns dizem que os LGBTs querem simular uma "normalidade" para serem aceitos como iguais, outros que não é preciso pedir isso, porque não existe nada NORMAL, todos são diferentes (e iguais) ao mesmo tempo. Tem gente que diz que os LGBTs querem casar e ter filhos para mimetizar a heterossexualidade, outros que amar, querer ter família, é natural do ser humano, independente de seu gênero, da sua orientação sexual.
Até que meu casamento foi uma busca de "normalidade" eu já ouvi...

Na maioria das vezes é muito mais confortável para nós ter um conceito de normalidade estabelecido, a normatização das coisas é boa. Criar "standards" para podermos comparar é muito bom, pois podemos fazer escolhas... a questão é que no caso das pessoas não existem padrões, não existem normas perfeitas. Pessoas são "anormais" porque cada uma delas encerra um pequeno universo, mas todos sabemos que o normal não existe...
Eu não quero ser visto, aceito, como NORMAL, eu quero ser apenas EU e pronto, com minhas qualidades, meus defeitos, aceito com naturalidade, com carinho, com respeito!

O interessante é que a palavra NORMAL é um adjetivo de dois gêneros, sem existir masculino (normalo!!) ou feminino (normala!!) ou seja, a não distinção de gêneros é absolutamente NORMAL! 


E você? tem problemas com a palavra NORMAL? Ou busca ser NORMAL?


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8 de setembro de 2016

Você é dos que sabe ou dos que desconfia?

Como você conta para os outros que é gay? Se não quiser usar a palavra CONTAR, vc pode dizer revelar, mostrar ou outra coisas parecida...
No meu caso, dependendo da situação eu acabo agindo de uma maneira... Se é uma pessoa que eu não vejo há muitos anos e me pergunta: Está casado? Está solteiro? eu me divirto dizendo "você é dos que sabe ou dos que desconfia?... Porque as pessoas do seu passado sempre ouviram algo, ou elas querem confirmar ou elas estão constrangidas.
Em outra situação eu faço quase automaticamente. Outro dia cumprimentei uma colega lá do curso de historia e ela disse: Que cheiroso este perfume!  E eu tasquei: "acqua de gió , foi meu namorado que comprou" numa tacado só, sem nem esperar uma reação


O Mr Jay tem uma brincadeira, quando o cara parece muito gay e diz que não é que diz que o fulano só não é gay porque ainda "não abriu o email".. já recebeu mas não abriu!
E você? como conta para os outros que é gay?


(*)A minha pergunta está relacionada com o pequeno "desafio" que vou fazer aos amigos que acompanham o blog no dia 10 de outubro



31 de agosto de 2016

O futuro pertence a ela!

continuação de O futuro pertence a quem?


Nesta questão do futuro dos filhos acho que a maioria dos pais (e mães) sempre oscila entre duas possibilidades:
Resultado de imagem para happiness balanceTem um lado nosso que quer que os filhos aprendam suas próprias lições, façam suas próprias escolhas e desfrutem de seus acertos (e aprendam com seus erros). Queremos mostrar que confiamos nos filhos, que apoiamos suas decisões. Sabemos que é assim que se constrói o caráter de uma pessoa, que é assim que as "personas" são construídas.
Mas temos um outro lado! Não queremos ver nossos filhos e filhas sofrerem! Queremos diminuir as dores de crescimento de nossos filhos, temos medo que eles sofram, temos medo que deem muitas cabeçadas e se percam numa certa infelicidade. Queremos dividir com eles a nossa experiência, o nosso aprendizado, para que eles possam usar o passe "fast track" onde já ficamos na fila! Para que as coisas sejam mais fáceis para eles, e, porque não dizer, para que eles sejam mais bem felizes e bem sucedidos em suas escolhas que os pais. Todo pai sonha com isso, que seu filho seja mais e melhor que ele mesmo! A não ser que você seja CRONOS

Se deixarmos a balança pesar  de um lado, delegando aos nossos filhos o controle absoluto e sem interferências de suas decisões estaremos agindo certo, mas se exagerarmos na dosagem podemos estar "delargando" ao invés de delegando, pois todo mundo, em todos os momentos, se beneficia de ter apoio na tomada de decisões. Quando transferimos responsabilidade sobre algo também devemos estar preparados para dar o apoio necessário e para ajudar a pessoa a completar seus objetivos se for necessário! Mas tem pais que dizem "não quer seguir meus conselhos? então  vire-se!"
Já, se a balança pesar muito de outro lado, podemos estar criando seres humanos que terão muitas dificuldades de tomarem suas próprias decisões e que serão - muito provavelmente - muito inseguros. Pessoas que não terão nunca certeza dos seus objetivos e do que fazer para alcançá-los, pessoas muito frágeis para lidarem com insucessos e com as voltas que a vida dá!

Resultado de imagem para rocks balance gifTalvez a alternativa para esta "doce" dicotomia esteja no meio termo, a resposta parece sempre estar no meio termo não é mesmo? Nem "delargar", nem decidir tudo pelos filhos...
Minha filha está tão aflita com as decisões acadêmicas e profissionais que tem que tomar que até levantou a hipótese de "trancar a faculdade e ir trabalhar em qualquer coisa", "ir viver um tempo numa comunidade alternativa em Paraty" ou até mesmo "ir trabalhar numa plantação de morangos na Austrália por dois anos, conseguindo então a cidadania australiana, como meu amigo (nota do pai: amigo de família podre de rica) está fazendo"
Alternativas que eu acho válidas como experiência de vida - tudo que fazemos na vida é experiência não é? - mas que nesse momento me parecem ser a maneira errada para lidar com o dilema que se apresenta... ao invés de um projeto de vida, parecem muito mais uma fuga do stress de ter que resolver.

Eu penso que filho é para sempre! Não tem essa de "cresceu agora se vira pois não é problema meu"! Eu não vou deixar de ter responsabilidade e querer ajudar nunca! Nunca! Ou, como diz a querida Edith Modesto: "filho é bom e dura muito!"

Conversei muito com ela e deixei bem claro que qualquer decisão dela vai ter meu apoio, e faço isso de coração, pois não tenho nenhum tipo de sonho de ter uma filha "doutora" ou "famosa" ou "rica". Minha "tarefa" é ajudar ela a ser uma mulher plena, bem consigo mesma, centrada e que possa de alguma forma, melhora um pouquinho do mundo a nossa volta...
...a minha (quase) única regra, é que ela não desista de concluir um curso de graduação neste momento, seja qual for, em que faculdade for, mesmo que comece um novo agora!  De agronomia a turismo, de engenharia a culinária, qualquer faculdade!
Resultado de imagem para happiness balanceEsta minha "regra" é porque para mim a EDUCAÇÃO é um valor indiscutível! - E eu não estou em campanha eleitoral!  Eu acredito piamente que a experiência da faculdade é importante nesta idade, mesmo que não seja algo que você siga uma profissão para sempre (eu já dei pelo menos duas "guinadas" na minha vida e ela sabe bem porque já contei), fazer a faculdade mais velho lhe tira a possibilidade de vivências que considero importantes na formação da pessoa, o ambiente universitário, de discussão inclusive política e social - que imagino não terá na plantação de morangos ou como caixa numa loja - são imprescindíveis a meu ver para a formação da pessoa, coisas que a família, o trabalho, não podem oferecer. Desistir da faculdade neste momento, sem um plano B coerente não é um alternativa que vai contar com meu apoio. 
Em casa mesmo, com o Mr Jay retomando a faculdade anos depois, vemos como o processo é difícil...

No meio tempo ela terá todo meu apoio para  passar férias na comunidade de Paraty, para trabalhar em algo que lhe permita fazer a faculdade ou até mesmo viajar para colher morangos(!!!).  E inclusive ela poderá passar pela experiência, no futuro, de fazer a faculdade mais velha, como eu estou fazendo nos últimos dois anos! 

E você? O que acha da minha "regra"? Acha que estou sendo "careta" e tolhendo a liberdade dela? Ou acha que, como pai, eu tenho que, neste momento ainda, traçar alguns limites e exigir algumas coisas?