24 de dezembro de 2013

PAI - que não virou Avô

continuação de PAI - Em busca de aceitação

Antes que eu assumisse a beligerância aberta ainda houve uma outra fase em que eu antevi uma possibilidade de aproximação: quando adotei minha filha.
Minha mãe, por diversos motivos, sempre tentou nos convencer que meu pai não era "de todo ruim", que ele se preocupava conosco e que devíamos chance a ele, que devíamos nos aproximar dele, prestar continência eventualmente. Aliás, ela ainda insiste nisto, o que é bastante irritante e frustrante - mas que eu credito no fato de que ele foi o primeiro e único namorado dela, posto que desde que se separam, há mais 15 anos ela nunca teve mais ninguém (o que não é o caso dele, que sempre esta envolvido com algum "gutcha")
Eu, de alguma forma, acreditava nos argumentos dela que "ele não sabia expressar seus sentimentos" e que "ele estava melhorando dia a dia" e que "se ele tivesse filhos hoje em dia seria tudo diferente" e que "o pai dele também era distante por isto ele é assim"... E com base nisto eu criei uma fantasia, a fantasia de que com a chegada de minha filha ele seria um excelente avô e nós poderíamos nos aproximar...
A fantasia de que ele tinha percebido os erros que cometera no passado e que estaria disposto e fazer diferente, agora no papel do Avô.
Mas mais uma vez o que me sobrou foi muita mágoa e decepção, e tristeza, e impotência.
Quando minha filha chegou eu convidei a virem jantar na minha casa - ele não veio e nem ligou.
Depois mandei recados que podiam vir me visitar quando quisessem para conhecê-la - nem ameaçou
Quando fazia um mês que ela estava comigo, depois de minha mãe me encher o saco (naquela época eu ainda escutava isto) eu fui até o escritório dele levar minha filha para ele conhecer!
Deixa quieto!

Percebi então que nada, nada mesmo, que eu fizesse poderia resolver esta situação, e este sentimento somou-se a outros para aumentar a nossa distância - nossa distância nada! A distância dele de mim, e de outras pessoas, se bem que isto é problema das outras pessoas...

Nestes 14 anos a atitude dele com minha filha - e com outros netos - não mudou muito. E hoje até mesmo ela percebe esta distância, este não envolvimento, e de certa forma também se ressente disto...

Mas eu ainda não entendia porque isto acontecia...Este processo ainda ia tomar alguns anos

(continua)

4 comentários:

  1. Acompanhando...
    Já que estou por aqui e hoje é véspera: Um ótimo Natal!

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  2. Isto tudo é fruto da mais absoluta ignorância do ser humano ... Fico triste por vc ... Graças a Deus não vivenciei este problema com meu pai,nem com minha mãe e irmãos ... muito pelo contrário ...

    Beijão querido e Boas Festas para vc, sua filha, namorado e todos q te gostam ...

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  3. Anônimo4:54 PM

    Seguindo e acompanhando....
    Feliz Natal para você , sua filha e Mr. Jay!
    bjs

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  4. Aguardando o próximo post ...! Espero que tenhas tido um bom feriado.

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