24 de novembro de 2015

O ERRADO e o ERRADO.

Resultado de imagem para adolescente desenho
meu quarto,  meu mundo!

A aventura de ser pai é fantástica, acho que já deixei bem clara esta minha certeza em diversos textos. Tenho que admitir que não é uma aventura para qualquer um, especialmente ser Pai, Solteiro, e Homossexual, mas também não é um bicho de sete cabeças...

Cada momento de crescimento de um filho traz sabores para serem verdadeiramente "degustados"... mas você tem que estar preparado para os eventuais sabores doces demais ou ácidos demais. E é muito importante você não esquecer duas coisas: Primeiro que você é uma pessoa, você tem necessidades, você tem desejos, você tem limites e direitos. Tem gente que se "anula" pelos filhos, a vida dos filhos, e especialmente as conquistas dos filhos..
Em segundo lugar você não pode esquecer que você é o pai, você é quem educa, quem põe limites, quem tem um monte de obrigações...independente da idade. Tenho certeza que minha mãe, mesmo eu tendo 50 anos, ainda sabe disto... e faz isto...

A fase atual de minha filha eu chamaria de FASE SEM NUANCES...
O que aconteceu foi que, ao entrar na faculdade, ela adquiriu uma liberdade que nunca tinha experimentado antes, pois você há de concordar que quando o filho está no colégio, perto de casa, ele está mais controlado. O pai sabe o horário de saída e de chegada, recebe relatórios do colégio, conhece alguns dos outros pais... é claro que ela não era nenhuma "prisioneira na torre do castelo", mas a situação mudou...
Não que eu tenha algum tipo de NEUROSE de controle, (tá.. um pouco...)  só o controle normal, saber onde está, que horas volta, se tem lição de casa, se está estudando na semana de provas... isto é papel de pai não é?
Na universidade você não tem como saber horário de aulas da filha, se está matando aulas por exemplo. Antes eu levava e buscava no colégio, agora ela vai de ônibus. Antes eu acompanhava as notas...
Além desta liberdade toda, ela está num momento de grandes descobertas, de receber muitas informações novas, novas influências... além dos hormônios, os idealismos da adolescência, a revolta contra a autoridade que é absolutamente natural e esperada...


" O MELHOR SUBSTITUTO PARA A EXPERIÊNCIA
É SER ADOLESCENTE"
Nesta fase sem nuances, apesar de todo amor que ela sente por mim, e isto eu não questiono,  eu sou um "burguês" acomodado cuja geração "perdeu a chance" de mudar o mundo e "se acomodou" no sistema... minhas ideias em geral são "ultrapassadas" e eu não defendo as "causas" importantes...  o que no meu tempo seria a perfeita descrição de um BOÇAL.
Para ela atualmente não existem nuances. Ela acha que algumas coisas, especialmente opiniões, estão certas, e outras estão erradas! Na versão dela 50 TONS DE CINZA seria só PRETO E PRETO!
Exemplo: Minha irmã fuma, meu cunhado fuma. Ela acha um ABSURDO eles fumarem, que isto já tem afetado a saúde deles (verdade) e que eles TINHAM que parar de fumar. Então ela atualmente se recusa a ir na casa deles - que cheira a cigarro - pois eles tem que parar de fumar!
Outro exemplo: Minha mãe ainda "baba o maior ovo" pelo meu pai, apesar deles estarem separados há muitos anos e ele AINDA tratar ela mal, minha filha acha que ela NUNCA mais tinha que falar com ele e nem dar atenção á opinião dele. (no que eu até concordo, mas com outra nuance). Ela fica tão brava com esta atitude "submissa" da avó que tem perdido a paciência com ela...
Entenderam? Ela está com dificuldade de entender que mesmo que ela não goste de algumas atitudes das pessoas essas pessoas não devem ser alijadas de nosso convívio. Ela tem tanta vontade de defender suas posições que ela não consegue perceber as nuances, e até mesmo entender que a gente gosta das pessoas apesar dos defeitos delas, ou justamente por alguns deles...
Ela está com discursos muito bem articulados sobre a "opressão das mulheres", sobre "o preconceito racial" e sobre "o capitalismo selvagem"... e tudo o mais que a universidade alimenta...

Eu acho isto incrível! Eu sempre me esforcei para que ela tivesse opiniões próprias, independência. Eu sempre pontuei para ela o quão importante é defender suas opiniões. Ou seja, eu estou até orgulhoso do que está acontecendo. E se for ela a mudar um pouco o mundo! Que mude!
É claro que algumas conversas são cansativas, e eu sempre tenho que encerrar porque ela vai se inflamando, se inflamando e eu não gosto de discussões... penso que eu tenho que ter paciência, estar por perto, mostrar o que penso, sem nunca dizer para ela que ela esta errada de pensar deste jeito, apenas pontuando o quanto ela tem que aprender a dosar os limites...e as reações, que ela tenha.
Quer ver ela ficar PUTA comigo? É só eu dizer que ela "pensa deste jeito porque tem 19 anos" e que "depois quando ela tiver vivido mais as coisas vão mudar" .. é muito divertido poder provocar ela... só ás vezes...

Mas nem tudo está perdido (!) ela continua sendo uma moça que todos adoram, inteligente, culta, e até continua doce comigo... quando não esta trancada no quarto... o que também é absolutamente normal.  Eu mesmo fui um verdadeiro OGRO nesta fase, pelos mesmos motivos, faculdade, liberdade , opiniões... só que,  como era em outra época... tive que me explicar lá no DOPS... e ai me acalmar... rsrsrsrs
Para mostrar que ela está ainda próxima, neste fim de semana consegui arrastar ela para ver em DVD um dos meus clássicos favoritos, IMITAÇÃO DA VIDA, de 1934, e ela estava aflitíssima  por ser um filme P&B, mas, por ter a temática do racismo como eixo, ela ficou surpresa a ponto de dizer que "gostou" do filme, apesar de meio devagar...
Se bem que no sábado tive que exercer meus poderes paternos e proibir ela de ir numa festa... pois ela tinha que estudar...

E você? Foi um adolescente nervoso? Deu muito trabalho?



18 de novembro de 2015

TEMPO PERDIDO?

Semana passada eu estava com o Mr. Jay na Livraria Cultura quando eu vi o Box da Primeira Temporada do AGENTE 86. 
Para quem não conhece o atrapalhado Maxwell Smart (pobres seres de Rg alto), esta era uma série televisiva que parodiava diversas outras séries dos anos 60 - auge da guerra fria - tais como Missão Impossível, O Agente da UNCLE, O Santo e, principalmente, os filmes de James Bond.
Ele era um agente nada secreto (pois todos seus vizinhos sabiam que ele era espião) que contava - como Bond - com diversos gadgets, dos quais o mais icônico era o sapatofone. Ele trabalhava para uma agência super-secreta do Governo Americano chamada CONTROLE que combatia uma "organização internacional do mal" denominada K.A.O.S.
O sucesso, sem dúvida, se deveu ao dedo criativo de  MEL BROOKS e da Direção de Buck Henry (O Céu Pode Esperar, A Primeira Noite de Um Homem...entre outros)

Não resisti e comprei... fiquei curioso para saber se eu ainda curtiria do mesmo jeito tantos anos depois...

Chegando em casa eu me lembrei de tantas outras séries de televisão que povoaram minha infância e adolescência, e comecei a fazer uma lista.. Terra de Gigantes, Bonanza, Chaparral, Rin tin tin, Corrida Maluca, Hawai 5.0, Herculoids, Thunderbirds, Daktari, Zorro, Jonny Quest, Flintstones, Jetsons....
Fui anotando, quando percebi a lista estava enorme, com mais de 120 nomes de séries... a grande maioria delas com 40 anos de idade, 30 no mínimo... Eu fui, sem dúvida, a primeira geração para a qual a televisão funcionou como babá eletrônica...
Fiz uma conta rápida, supondo que cada série tivesse umas 3 ou quatro temporadas, com uns 15 programas de 30 minutos em cada... pronto...2.700 horas grudado na televisão... calculando por baixo... sem contar as reprises...intermináveis já naquela época...

A primeira coisa que me ocorreu foi : QUANTO TEMPO PERDIDO! Quantas horas eu devo ter passado em frente á televisão sem fazer nada!

Mas talvez não tenha sido assim... eu não deixei de ir a escola, de brincar na rua, de ler, e de fazer de muitas outras coisas... não me lembro de ter deixado de fazer alguma destas coisas para ASSISTIR TELEVISÃO... talvez elas somente ocupassem meu tempo ocioso...
Acho que de certa forma estas mais de cem histórias, roteiros, personagens, emoções, idéias, ajudaram a formar um pouco do meu imaginário, eu sou quem eu sou também por elas, e não somente por elas.
Eu seria diferente se elas não existissem, eu seria diferente se a televisão não existisse, eu seria diferente ... mas nem pior nem melhor, apenas diferente...
Nestas séries, que eram absolutamente inocentes para os padrões atuais, você tinha honestidade (Os Waltons) e desonestidade (Dr. Smith), você tinha inocência (Penelope Charmosa) e delirios psicodélicos (Pantera Cor de Rosa), você tinha amizade (Os Monkeys) e diversidade (Os Herculoids) ... valores que podem ser considerados bons e verdadeiros...
Sem duvida, por ter tido a infância que tive é que eu tenho certeza que o ser humano ainda é intrinsecamente bom, que o bem só precisa de uma oportunidade.. e por ter tido a infância que eu tive é que eu ainda tenho certeza que conhecerei seres extra-terrestres (!), ainda viajarei no tempo (!), e ainda vou descobrir que eu tenho algum tipo de super-poder(!), de preferência invisibilidade... e talvez por conta deste meu passado eu ainda não seja tão maduro quanto esperado...
Talvez por isso eu seja tão condescendente com as pessoas que deixam a tal babá eletrônica (que talvez hoje tenha o nome de video game) tomar UM POUCO conta de seus filhos... um pouco disse eu...

E você? Que séries fizeram parte de sua formação pessoal? Ou você não tem nenhuma no seu currículo?


AH, em tempo! Assistir Agente 86, quase 40 anos depois, foi uma delícia! Ainda me diverte!




12 de novembro de 2015

Seminário sobre Adoção


O Grupo de Apoio á Adoção PROJETO ACOLHER, organizou o seminário HISTORIAS DE ADOÇÃO, que vai acontecer no próximo dia 28 de novembro, em São Paulo. Se você se interessa pelo assunto clique AQUI e saiba mais sobre o evento

9 de novembro de 2015

A paciência é uma virtude!

"Porque PACIÊNCIA é uma virtude? 
Porque ACELERA ESTA PÔRRA não pode ser uma virtude?"

3 de novembro de 2015

eu não quero!

Já te aconteceu de você querer ser amigo de alguém e acabar percebendo que esta pessoa não quer ser amiga sua? Aquela pessoa que parece interessante, parece legal e você liga, convida, tenta marcar, e a pessoa sempre foge, dá uma escapada, desmarca... ás vezes até demora para você entender que ela não quer ser amiga sua, especialmente porque a pessoa não verbaliza isto, porque aparentemente ela não tem nada contra você... mas chega uma hora e você percebe, você desiste de ficar atrás da pessoa...e isto muitas vezes te entristece... Mas a gente tem que aprender a se mancar e não ser chato e insistente!
Resultado de imagem para relationship
E eu não estou falando quando vc está atrás de um "pretê", estou falando de amizade mesmo. Estou falando de gente que você acha interessante e gostaria de ser amigo... 


No estudo das RELAÇÕES HUMANAS aprendemos que para estas relações existirem precisa primeiro haver no mínimo dois humanos, e eles precisam querer se relacionar... não existe relação humana se o tal do "humano" não quiser se relacionar com você!

Isto já aconteceu comigo, eu querer ser amigo de alguém e não "rolar" da parte da pessoa. Eu convidei, chamei para sair e a pessoa recusava, ou combinava e não aparecia... Eu tenho uma amiga, dos tempos de faculdade, que é mestra em fazer isto... até hoje! Ela marca, diz que vem e ---- nada ---- nem lembra de ligar depois para se desculpar... Eu só insisto e continuo chamando ela,  porque ela sempre faz declarações enormes do quanto minha amizade é importante para ela, bla bla bla...
Mas, como não sou chato, na maioria das vezes, com outras pessoas, depois de tomar o cano uma ou duas vezes eu desencano de convidar...

Resultado de imagem para back offMas é claro que o contrário também acontece! Alguém que quer ser seu amigo e você não tem interesse na amizade...vc sempre desconversando para encontrar, para sair... e não é que você tem nada CONTRA a pessoa, só não sente que vai "dar liga"... E você "fugir" de alguém também não é legal... mas tb é complicado chegar e dizer - "eu não tenho interesse em sua amizade"... mesmo você considerando que sinceridade é uma qualidade. Mas o quanto de sinceridade seria interpretado como grosseria? 
Por isto eu consigo entender perfeitamente os dois lados da moeda... tanto de quem procura amizade e não recebe, quanto de quem é procurado e não retribui...

Mas o que fazer com aquela pessoa que não entende a "indireta", que continua insistindo?

Resultado de imagem para get a lifeNão sei se existe uma fórmula boa para isto... um jeito de falar logo de cara "vc é legal mas não quero ser seu amigo", ou "você NÃO é o tipo de pessoa de quem quero ser amigo", de uma forma que fosse fácil de falar e de ouvir... Acho que a "regra de etiqueta" comumente utilizada, de ignorar a pessoa, parece ser a mais sutil, a mais delicada, e só não entende quem tem problemas de auto estima... de amor próprio... ou que confunde a sua educação com fraqueza...
Será que exite uma outra maneira de fazer isto? De dizer  para a pessoa largar do seu pé?
E você ? Já quis ser amigo de alguém que não queria ser seu amigo? E já esteve do outro lado? Já recusou a amizade de alguém?