30 de janeiro de 2014

N O S T A L G I A

Em função do post que eu falei de Saudades muita gente escreveu falando de Nostalgia.
Na minha opinião Saudade é diferente de NOSTALGIA, mesmo que muitos dos idiomas - que não tem a palavra saudade - digam que é a mesma coisa, não é!
Aliás, o jeito que os italianos falando NOSTAL"DJIA" é uma delícia...
Temos nostalgia de coisas idealizadas, de coisas que gostaríamos de voltar no tempo, como a infância, o período da faculdade, quem sabe um amor antigo, uma casa que morávamos, um  sabor que nos remete a uma determinada época...
Eu tenho muito pouca nostalgia, não tem nenhuma época da minha vida para a qual eu queira voltar, não porque foram epocas ruins, mas porque sei que já passaram, que já aconteceram, e que se eu voltar não vai ser a mesma coisa, eu estou com outra cabeça, as outras pessoas vão estar com outra cabeça...a situação histórica vai ser outra.
Hoje em dia, com a internet e especialmente o FACE, somos bombardeados todos os dias com "nostalgias", jogos e brinquedos que tinhamos quando éramos crianças, certas balas e doces que comíamos, os programas de tv que não existem mais, que o pessoal sempre brinca de "teste de idade", se você já comeu "balas juquinha", por exemplo, é porque você viveu em uma ceta época.
Emocionalmente eu percebo que tem muita gente que vive na nostalgia. E muita gente que parece sofrer por isto.
De certo modo a NOSTALGIA te prende no passado...
A pessoa vive com aquilo e não precisa de mais nada, ou talvez tenha medo de viver o presente e não encontrar algo tão bom quanto o que ele acha que foi aquilo, um pensamento do tipo "naquela época sim era bom"...
Um cara que conheço, que é  um homem esclarecido, educado, simpático, formado na área médica, culto, mas faz muitos anos vive na nostalgia de um relacionamento que acabou, e que não vai ser retomado, mas pelo que ele fala, é onde mora a felicidade dele.
Eu sei disso porque este ex dele tem o mesmo nome que eu, e sempre que nos encontramos ele vem me falar "ah, o fulano, como eu amei este cara, sempre que vejo você me lembro dele"...
E ele não é um homem, feio, mas percebo que ele não dá espaço para acontecer mais nada na vida dele, porque nada "se compara" ao que ele teve com este outro...


E você, está vivendo de NOSTALGIA?

23 de janeiro de 2014

Qual o melhor modelo de relacionamento? Workshop

Há algum tempo atrás eu participei de um encontro promovido pelo psicologo Klecius Borges e muita gente comentou que gostaria de ter participado, ele vai promover um novo Workshop no dia 8 de fevereiro, e acho que vai ser bem interesante, eis o convite para quem quiser se inscrever.
E se quiser saber mais sobre o Klecius ele tem um site com textos bem legais, que dão o que pensar - www.kleciusborges.com.br  
 
DA MONOGAMIA Á POLIAMORISIDADE
 
Os diferentes modelos e arranjos nas relações amorosas e sexuais entre gays e bissexuais.
Workshop com seis horas de duração conduzido por Klecius Borges, psicólogo e psicoterapeuta, especializado no atendimento a gays, lésbicas, bissexuais e seus familiares e autor, entre outros, do livro “Muito Além do Arco-íris: amor, sexo e relacionamentos na clinica homoafetiva”.
Este workshop tem por objetivo discutir os mais frequentes arranjos e modelos de relacionamento adotados por gays, a partir de uma perspectiva não heteronormativa, analisando e discutindo suas características, particularidades, principais dificuldades e desafios.
Além da discussão e da troca de experiências entre os participantes, serão apresentados também alguns dados de estudos e pesquisas relatados na literatura recente.
O workshop se destina tanto a indivíduos que estão em algum tipo de relacionamento e lidam diretamente com esse tema, quanto àqueles que se interessam em conhecer e analisar as alternativas ao modelo monogâmico tradicional.
Data: 08 de fevereiro 2014.
Horário: das 10:00 às 17:00 com um intervalo de 1 hora para almoço.
Local: a ser informado posteriormente.
Valor: R$ 200,00
Inscrições pelo email terapiafirmativa@uol.com.br

20 de janeiro de 2014

Çaudá´dí

Na definição que aparece na Wikipédia "Saudade" descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor.
Eu sou uma pessoa que sente saudade.
Minha filha está viajando faz alguns dias na casa de praia de uma amiga e estou "troncho" de saudade. Mr. Jay viaja bastante á trabalho e sempre me pego com saudade dele.
Ele me chama de "manteiguinha" porque realmente sou muito emotivo e vou ás lagrimas facilmente, pricipalmente quando estou com saudade...
Eu sinto saudade de pessoas, não de coisas ou fatos.
Sinto saudade da minha avó Maria, que morou comigo um tempo no final de sua vida e que eu realmente amava muito, embora não lembre de ter dito muito isto para ela. Sinto saudade de deitar no seu colo e de seu cafuné - tanto que qualquer cafuné hoje em dia me transporta para o colo de minha avó imediatamete.... 
Sinto saudade de meu avô Antonio, que me deu muito exemplos de trabalho e vida, sinto saudade de beijar sua testa/careca, que sempre ficava suada depois de uma refeição e riamos muito disto, sinto saudade de seus bolsos sempre cheios de balas para dar para os netos  - o pote em que ele guardava as balas tenho comigo até hoje.
Sinto saudade de minha tia Sônia, que morreu muito jovem - antes dos meus avós - e que deixou dois filhos pequenos, que de primos viraram meus irmãos, sinto saudades de sua mania por coisas naturais e exotéricas, sinto saudade de seu jeito espivetado e maluquinho, (o folclore familiar reza que ela jogou futebol na rua até os 19 anos)  e sempre me lembro que discordávamos muito e que tinhamos "discutido" um dia antes e estávamos "brigados" quando ela morreu no dia seguinte. Por isto nunca mais gostei de ir dormir "brigado" com alguém...
Saudade é um sentimento bom para mim, já ouvi em algum lugar que "só morremos quando a última pessoa que lembrava da nós também morrer", então, de certa forma, quando sinto saudades destas pessoas elas se tornam imortais, como são imortais tantas pessoas que são lembradas por tanta e tanta gente...famosos e famosinhos
A saudade esta sempre relacionada a perda, perda de tempo de convivência principalmente, mas é bom sentir saudade e perceber o quanto a gente gosta da pessoa, eu não sofro por sentir saudade, a saudade me lembra o quanto eu gosto da pessoa e o quanto eu gosto de estar na companhia dela.
A saudade não exite sem o amor. Pensar em saudade me fez melhorar muito meu relacionamento com as pessoas que estão á minha volta hoje em dia, eu quero sentir saudades delas e perceber que foi bom, que fiz tudo para cultivar este amor enquanto estavam todos vivos. E até me entristeço um pouco por saber que de algumas pessoas, como meu pai, não sentirei saudades nenhuma...

E você ? Sente saudades de quem?

 

18 de janeiro de 2014

VIOLENCIA E PRECONCEITO

Foi difícil não ficar chocado esta semana com a morte do jovem Kaike VEJA AQUI se você ainda não leu ainda sobre o assunto.
Independente do fato que a morte estar sendo tratada como um suicídio, o que parece bem estranho, a tragédia traz para o primeiro plano novamente as discussões sobre preconceito e homofobia. 
Eu tenho um pouco de dificuldade de entender a violência ligada ao preconceito, não vou dizer que eu não tenha nenhum tipo de preconceito, com certeza eu tenho muitas idéias pre-concebidas sobre pessoas, grupos, atitudes... por exemplo? Eu tenho pouca paciência com gente preguiçosa (ou que eu acho que é preguiçosa), e acabo tendo idéias preconcebidas sobre isto.. e assim por diante.
Que atire a primeira pedra quem não tem nenhum preconceito ! Olha ai a violência!
Mas eu não entendo como as idéias pre-concebidas podem gerar o ódio que faz com que a pessoa que não gosta de você, ou por você ser negro, ou pobre, ou nordestino, ou gay, ou tudo isto junto, queira que você morra, que você não exista, que você desapareça!
Eu entendo que perceber a possibilidade das pessoas serem diferentes parece estar ligado a cultura, a conhecimento, ou seja, pessoas mais evoluídas teriam menos preconceito... mas isto não é verdade, mesmo nos paises ditos desenvolvidos o preconceito de raça, de credo, étnico e sexual não parece ter diminuído significativamente. Só para falar da sexualidade podemos citar a barreira contra casamentos gays na França, nos Eua, na Russia...
Eu não fui vítima de muito preconceito ao longo da minha vida, mas aqui e ali eu sempre percebo umas olhadas enviesadas por eu estar mais gordo do que seria o padrão "da raça"....
Tem como mudar isto?

10 de janeiro de 2014

Conflito, Negociação, Acordo e Consenso

Conflitos são inevitáveis!  Faz parte da nossa natureza estarmos sempre em conflito, entre duas idéias ora antagônicas, ora complementares. Ver um filme ou ir ao teatro? campo ou praia? reclamar do salário ou sair do emprego? Falar aquilo que tem vontade ou calar-se?
Nos relacionamentos interpessoais isto se multiplica pelo número de agentes envolvidos, num casal, dois!
Acho que a primeira coisa a fazer é não negar a existência dos conflitos, as diferenças de opiniões e de gostos são importantes, é importante a existência de conflitos!
OPA! Você tá doido? O importante não é a harmonia?
Antigamente as teorias diziam, especialmente em relação ás empresas e ás equipes, que o importante erámos ter equipes harmoniosas, sem conflitos, mas rapidamente estes teóricos entenderam que a psicologia humana está acostumada com o conflito e que a discordância e as possibilidades é que geram a criatividade e o crescimento. E a partir dai passou a ser importante lidar com o conflito!
Não negando os conflitos damos espaço no casal para que eles sejam externados, conhecidos e mensurados. Sabendo onde está o conflito podemos negociar.
Agora, o mais importante  sobre negociação que precisamos entender é que ela só é válida se todas as partes envolvidas tiverem voz, e se todas, de certa forma, puderem ser contempladas no resultado final que deve ser "ganha-ganha". Se os dois tiverem suas opiniões discordantes validadas.
Se não for assim não é negociação em busca de um acordo, é o exercício de poder do mais forte sobre o mais fraco, um jogo de cartas marcadas onde o perdedor, que já o sabe de antemão, já entra na conversa em desvantagem e já sente a frustração resultante. Mas temos que saber que muitas vezes não vamos conseguir chegar a um acordo, podemos continuar discordando sem que isto gere reações adversas como raiva e vontade de revidar.
Num casal nem sempre se chega a um consenso.  Como os burrinhos da ilustração...
Acho que este deve ser o segredo dos casais que estão juntos há muito tempo, aprenderam a lidar com estas tensões respeitando o espaço de cada um, e sem isto não parece possível fazer planos de uma longa viagem uma casa nova ou até planos mais ambiciosos como ter um filho.
Mas isto é um aprendizado, pode ser um que, por já ter vivenciado mais experiências de negociações esteja mais aberto ao tempo que isto demanda e que possa ceder mais fácil pois sabe lidar melhor com seu EGO,  e pode ser que o outro ainda precise defender suas posições com mais fervor, pois talvez ainda não confie muito na busca do outro pelo melhor acordo, ou tenha medo de sair perdendo.
O amor talvez ajude neste aprendizado, a vontade de querer estar junto, a vontade de querer ver o outro feliz, tudo isto ajuda na solução de conflitos... mas ambos precisam querer.
Ou seria melhor ignorar os conflitos, fingir que "eles não existem" e que "tudo se resolve com o tempo"?
 
E você? Como lida com os conflitos?
 
 

5 de janeiro de 2014

"gingle bells" e "muito dinheiro no bolso"

Natal e Reveillon são duas datas definitivamente emblemáticas. O natal é celebrada como a data de ficar mais próximo de Deus (no caso dos cristãos) e falar sobre o amor, sobre o perdão, sobre reconciliação.
Já o ano novo é a data da celebração da amizade, da vida; é o momento de fazer planos e promessas, é o momento de deixar para trás os erros e focar no futuro.
Natal com a família reunida, cada um trazendo um prato, aquele esforço em ser simpático com parentes qe não tem "nada a ver" com você. Muita comida.
Reveillon com os amigos, na farra, quem sabe uma grande festa em algum lugar, muitos risos e fotos no Instagram. Muita bebida.
 
 
Eu pessoalmente, como tenho este estilo "family oriented", curto mais o Natal, com suas tradições e maneirismos familiares, curto festa cheia de criança e curto acolher e receber gente que eventualmente ia passar o natal sozinha. 
Já o Reveillon não me entusiasma muito... já passei vários sozinho (ou quase), sem nenhum trauma, pois não considero o dia 1 de janeiro como "o começo" de nada, e nem tenho hábito de fazer balanços e promessas!
 
Este ano foi exatamente como gosto, o natal em família - contando inclusive com a destoante presença de meu Cronos - com aquela bagunça italianada de distribuição de presentes, muita comida, crianças, um ambiente de muito amor. Foi o primeiro natal do Mr. Jay com nossa família, a acho que ele se divertiu muito - além de ter ganhado vários presentes, além de ter, com certeza, aprovado a comilança!! E nem parece ter ficado muito assustado com a bagunça que fazemos.
Mas também foi um momento de muita saudade de meus avós António e Maria, de minha tia Sônia, e de outras pessoas...
Já meu reveilon foi especial, meu primeiro com Mr. Jay, que me proporcionou um belo hotel a beira mar, champagne e, com certeza, ótima companhia! Á dois, bem entendido!
E a filha? Passou o reveillon no Sirena, com amigas... tirando muitas fotos! rsrsrsrs.
 
 
Sei que muitos homens e mulheres gays e lésbicas passam estas datas longe de suas famílias por não serem aceitos, ou se passam em família, não "devem" ou "podem" levar seus namorados e companheiros, o que é um saco!
Mas também sei que muita gente, por diversos outros motivos, também não vai poder estar com as pessoas que gostaria nesta data, ou por morarem distantes, ou por brigas em família que ninguém lembra mais onde começaram, ou até mesmo porque estas pessoas já se foram...
A todos mando meu abraço e um grande beijo!
 
E você curte mais o Natal ou a Passagem do Ano? Aliás, como foi seu natal e seu reveillon este ano?
 
 

1 de janeiro de 2014

PAI - aujourd'hui

post final (será?) sobre minha relação com meu PAI, para ler desde o início clique aqui


Cada idioma tem suas palavras especiais na minha opinião, algumas pelo siginificado, outras pela sonoridade...Eu não sou um grande conhecedor do idioma de Flaubert, falo o suficiente apenas para não passar fome, mas aujourd´hui (lê-se ujurduí) tem uma sonoridade muito especial, e significa algo como "nos dias de hoje".
 
Minha relação com meu Pai, aujourd'hui, é totalmente diferente do que era até eu saber o motivo pelo qual ele sempre me rejeitou. A partir do momento em que entendi, que meus esforços em querer me aproximar não teriam efeitos, meu sofrimento cessou!
Com esta mudança eu pude enxergá-lo como uma pessoa, com seus defeitos e suas qualidades (e qualidades ele tem muitas, como provedor, como homem, como empreendedor), e parei de imaginar como deveria ser, como DEVERIA ter sido... e passei a ver como é na realidade!
Se antes eu tentava agradar a qualquer custo e me frutrava, e depois eu precisava agredir a todo custo e me frustrava, agora eu tenho muito mais paciência e dou de ombros com muito mais facilidade. Se antes eu me sentia agredido com o que ele falava, hoje eu fico triste, mas não fico magoado.
Também aprendi a ser um pouco mais estratégico, um pouco mais consciente dos caminhos que precisam ser trilhados para atingir alguns objetivos, a manter-me por perto para preservar alguns direitos. Percebi que eu não preciso falar tudo que eu devia, ou queria, porque não falar também é um tipo de controle que me faz bem. Neste aspecto acho que aprendi a ser um pouco mais paciente e resiliente, talvez até menos "mimado", achando que as coisas só tem um CERTO e um ERRADO.

Mas isto tudo não quer dizer que eu não gostaria que fosse diferente, mas sei que isto é uma fantasia que eu não preciso, não posso e não devo, alimentar... E não é a toa que a estória do Luke Skywalker e do seu Pai Darth Vader, guarda tantas semelhanças com tantas outras estórias!

E você meu amigo? Como é seu relacionamento com seu pai? Me conta!