30 de maio de 2016

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11!

Resultado de imagem para onze anosUAU!

Hoje celebro os 11 anos deste blog! 

Para estes onze anos se efetivarem eu precisei de uma pequena dose de disciplina, um pouco de organização, algum tempinho de dedicação e criatividade, um pouco de cara de pau e uma dose de orgulho das decisões que tomei na vida. A conclusão é que se continuo por aqui é porque o balanço é positivo!
Um diário pessoal, de fatos e pensamentos, que algumas pessoas compartilham, palpitam... É gratificante,  como imagino também é para todos os outros que mantém seus blogs, receber apoios, broncas, aplausos e puxões de orelha! E neste aspecto o balanço também é positivo, pois sempre recebi muitos "carinhos", dos generosos amigos, de diversas formas...
Manter o blog também me estimula a surfar por outros blogs, por outras vidas, outras histórias e outros pensamentos! Mais aprendizado, novas perspectivas, ideias e pensamentos interessantes...Parabéns para toda a blogosfera então!

É bem incrível que a plataforma tenho sobrevivido, já que tantas coisas começaram e acabaram neste período (orkut, myspace, etc...). 2005 parece estar tão distante...mas está tão perto!

Acho que vou ficar aqui mais algum tempo, meu diário digital já me ajudou muito, pois quando se é obrigado a organizar as idéias, para se fazer inteligível, surge uma nova perspectiva sobre tudo! Então quero aprender mais sobre mim mesmo!

Beijos a todos!

21 de maio de 2016

Nossos dois professores...


Patch Adams
Dr. Hunter "Patch" Adams
"Comprimidos aliviam a dor, 
mas só o amor alivia o sofrimento"
Frase creditada ao Dr. Patch Adams (tornado mundialmente famoso pela interpretação de Robin Williams)


Penso que na vida temos dois professores para os nossos sentimentos... um deles é o AMOR, e o outro é a DOR. O amor nos ensina pelo que ele nos dá, e a dor nos ensina pelo que nos tira. 

Falar isto não é novidade, é "chover no molhado". Todo mundo diz que não é possível amar sem sofrer, que não é possível entender o amor se não entendermos a dor. Mas eu, com meu espírito "Polyanna", habitualmente fazendo o "JOGO DO CONTENTE", sempre  preferi pensar na dor, não como um componente para a compreensão do amor, mas o estágio imediatamente anterior do amor, uma passagem apenas, logo superada pelo amor. Na realidade eu tinha uma certa dificuldade de entender que nossos aspectos ditos "negativos" também são importantes no nosso processo de compreensão da realidade. 
Eu até mesmo negava que eu sentia inveja, raiva, depressão, desprezo, antipatia...e outros sentimentos que eu caracterizava como "ruins"... Não havia o claro e o escuro... apenas o claro e o menos claro (fui claro? rsrsrsr). Dualidades me causavam estranheza e eu sempre traçava meus parâmetros de "certo" e  "errado" baseado nisto, tendo sempre em mente que era "óbvio" o que era "certo"... Eu demorei um certo tempo para entender que era bom ver meu lado escuro, e até mesmo aceitá-lo.. demorei a perceber que fazendo isto eu me tornava mais humano, mais normal, mais "ordinary people".

Eu nunca tive dúvidas do poder do amor! Eu sempre acreditei que o amor era capaz de curar qualquer coisa, de resolver qualquer situação, de modificar, de transformar... e era baseado nisto que eu levava minha vida, minha vida louca! 
Eu costumava dizer, para as pessoas que conversavam comigo sobre adoção, e que tinham dúvidas, especialmente com relação ao convívio com a criança, com a adaptação, que o "amor resolvia tudo", que o que aquelas crianças precisavam era  de amor, e que o resto se resolvia com mais amor, o amor era a cura. E eu tinha plea convicção disto.
Hoje eu não faço mais esta afirmação com a mesma veemência...

Não que eu tenha deixado de acreditar no amor, ele ainda é fundamental na minha vida, mas eu aprendi - de maneira empírica - que o amor não consegue curar tudo! Ele pode ajudar, ele pode amenizar, mas ele não pode curar todas as almas doentes, nem todos os corações machucados,... mesmo que eu me dedique, que eu faça tudo que estiver a meu alcance, eu não vou poder ajudar todo mundo, não vou poder resolver o problema de amor daquela pessoa ...

As pessoas não podem se curar? Sim! Podem se curar! Se você quiser curar o dor da pessoa você deve começar com o amor que tem por ela, seja amor fraterno, amor filial, amor carnal, isto é o melhor começo, mas eu tive  que aprender que isto pode não ser o suficiente, que talvez você tenha que lançar mão de outras coisas para ajudar esta cura... pode ser a terapia - sua ou do outro - pode ser alguma medicação... só não pode confiar na sua auto-suficiência o tempo todo... Talvez você tenha que mergulhar tão fundo na pessoa amada que você vai se surpreender, ou se chocar, com os motivos da dor dela...
Mas também você vai ter que aprender a hora de desistir de tentar a cura... aprender que seu amor não seja o melhor para aquela pessoa, o não seja na quantidade que ela precisa, ou do jeito que ela precisa...

E você? Aprende mais com a DOR ou com o AMOR? 


Sim, este post é uma espécie de continuação de um anterior...

18 de maio de 2016

As diferenças ajudam ou atrapalham?

O grupo HOMOPATER, que reúne homens homossexuais, a maioria deles pais, realiza todo mês reuniões temáticas abertas a qualquer pessoa que queira participar. As reuniões sao um grupo bem fechado e sigiloso, então, se vc nunca se expos, nunca falou sobre o assunto, pode ser uma boa oportunidade.
A reunião deste mês fala sobre o relacionamento entre pessoas de perfis (idade, poder aquisitivo) diferentes. A Vera teve a ideia do tema a partir da história do Harris, que publiquei aqui no blog, de um homem de 90 anos que se casa com um cara de 40, e que causou muita discussão no grupo virtual que o Homopater mantem:


Se quiserem entrar em contato e se inscrever para participar a coordenadora do Grupo é a Psicóloga Vera Moris e o email dela é vemoris@uol.com.br

Sempre são reuniões interessantes, vale a pena!

11 de maio de 2016

Ora gli italiani possono anche sposarsi!

Pronto, mais um país em paz com o amor! 

A Itália acaba de aprovar a União civil entre parceiros do mesmo sexo! Não é casamento, com amplos direitos ainda, mas já é um passo importante no país que sedia a Igreja Católica. Assim a Itália atualiza o mapa dos direitos do "arcobaleno" no mundo!  Era um desperdício ter tanto Italiano bonito naquela Via Condotti e nenhum deles poder se casar! Um "marito" italiano é um verdadeiro sonho de consumo.. Mr Jay deu sorte.... ;o)

Para mim esta notícia tem um augurio um pouco mais extenso....Sigam meu raciocínio e me digam se estou viajando na maionese...
  • O Vaticano fica dentro de Roma. 
  • No Vaticano, na cidade estado, moram apenas umas 500 pessoas. Todo dia milhares de italianos cruzam a "fronteira" para trabalhar na Santa Sé. 
  • Sabemos que dentro da Igreja a proporção de homossexuais alistados é muito maior que Kinsey propôs em seus estudos, eu diria que chega a uns 60% fácil
  • E sabemos que a Igreja finge que isto não é verdade, tanto que muitos dos ex-religiosos que trabalham no Vaticano também são homossexuais. 
  • Fala-se até no Lobby Gay dentro do Vaticano

A minha pergunta é... quanto vai demorar para os religiosos começarem a ter que conviver abertamente com seus funcionários e funcionarias homossexuais, casados com seus parceiros, seus filhos, nas festinhas de natal, nos piqueniques naqueles lindos e bem cuidados jardins do Papa? Quantos deles, agora casados oficialmente, não se sentirão mais a vontade para terem fotos de seus parceiros no porta retrato da mesa de trabalho, ou mostrar fotos dos filhos para o Cardeal, pedir para o Bispo que é amigo batizar, ou pedir conselhos quando o casal brigar...
Não sei se sou otimista, mas acho que a aprovação do casamento gay na Italia vai mudar a Igreja Católica Apostólica Romana mais rápido do que pensamos... ou você não percebeu que depois que ficou público que o filho do tal Edir Macedo é gay o discurso dele mudou de tom?

Se bem que a Patricia Silvio Santos Abravanel, que deve ter um cabeleireiro gay, um maquiador gay, um costureiro gay, um assessor gay, um cozinheiro gay no seu restaurante favorito... foi falar bobagem ...ou seja mesmo a convivência não fez ela ver o mundo melhor...

E você? Acha que conviver com homossexuais ajuda a pessoa a repensar seus conceitos? Acha que a Igreja vai mudar um dia? 

5 de maio de 2016

Mas é de verdade mesmo?

Resultado de imagem para é verdade
Umas das coisas mais engraçadas que tem nos acontecido em relação ao casamento, e que eu  não tinha previsto, tem lugar alguns segundos depois que convido uma pessoa para o casamento ... quando eu ouço:
" - Mas é de verdade mesmo? "
" - Como é que é ?"

Eu estou achando graça do assunto agora, mas no começo eu ficava irritado, numa postura que definiria como afirmativa, eu achava um absurdo a pessoa de certa forma "duvidar" da verdade de nosso casamento! E nem tinha muito saco de me explicar... falava:
"- Casamento normal, igual ao de qualquer outra pessoa"

Depois eu fui percebendo que a curiosidade/dúvida das pessoas era até aceitável, pois eu percebi que muitos amigos, vários amigos gays inclusive, nunca foram num casamento gay, e mesmo ficando verdadeiramente entusiasmados com a ideia ... e também perguntavam:
"- Como é que vai ser?"

Acabei entendendo que isto ocorre porque as pessoas tem na cabeça aquele formato de casamento com o combo "casamento religioso na igreja decorada" + "festa no salão" e, intuindo que o casamento de dois homens não teria a parte da igreja -pelo menos não na igreja católica - ... eles ficam curiosos para saber como é um casamento gay... qual é o ritual... a verdade é que o casamento gay é uma novidade, sem nenhuma tradição, sem um forte vínculo religioso, ou seja - ninguém tem obrigação de saber como é!
E no final das contas, eu também estou tendo que usar minha cachola para definir como é um casamento gay, ao menos o ritual do MEU CASAMENTO GAY.

A primeira decisão acertada quem tomou foi o Mr. Jay. Ele fez questão, desde o primeiro momento, que o juiz de paz fosse oficializar o casamento lá na celebração. Fazer isto custa 3 vezes mais do que casar no cartório - e com diria meu avô, dinheiro não aceita desaforo -  mas ele argumentou que não teria sentido fazer a festa sem ter nada oficial. No começo eu achei uma coisa desnecessária, mas quando eu comecei a responder - com um pouquinho de paciência:
"- Teremos um juiz de paz, do cartório, lá na festa, para oficializar o nosso casamento, ao invés de fazer no cartório" Com uma frase só, explicando que é "de verdade" e "como vai ser", percebi que o Mr. Jay estava certíssimo!

Mas ainda tem muita coisa para resolver: vai ter cortejo? (aquele lance em que os padrinhos/madrinhas entram no lugar da cerimônia), os noivos entram juntos ou separados?  Vai ter votos? Arroz? Que roupa usar? Que cor a roupa das madrinhas e padrinhos? Qual a ordem das coisas? um monte de pequenos detalhes... mas tem muita coisa já tá resolvida... a roupa do nosso pajem, que vai entrar com as alianças... já está resolvida, ele é meu afilhado, o Edu, ficou bonitinho?


E você, acha natural as pessoa perguntarem "mas é casamento de verdade?"