27 de agosto de 2015

01 de fevereiro de 2044

Segundo o THE WORLD POPULATION PROJECT eu tenho mais 28 anos e 6 meses de vida!
Minha expectativa de vida é de 80,2 anos.
Através do site também descobri que sou mais velho que 81% da população brasileira, e que também, se eu fosse mulher, iria viver até os 85 anos...sendo gay será que posso tirar "uma média"?

Colocando desta forma pode parecer um fato meio "assustador", como se um médico me desse um prognóstico terrível, de poucos meses de vida. Tomando esta data como um fato - que pretendo desafiar diga-se de passagem - a minha primeira constatação foi que se passaram 2/3 da minha vida... e percebendo isto foi natural fazer um "balanço".
Modestamente devo dizer que considero meu balanço muito positivo, não fiz muita coisa que imaginava fazer quando era criança - ser diplomata no Itamaraty era uma delas - mas muitos projetos realizados foram muito além do imaginado. Acho que me tornei uma pessoa melhor, acho que pude acrescentar algo na vida de algumas pessoas, acho que pude deixar algo de bom plantado no mundo... mas, sem dúvidas, o principal motivo para o balanço ser positivo é minha filha! Acho que foi um projeto bem sucedido e sem dúvida ela vai acrescentar algo ao mundo!

A segunda constatação, a partir do tal cálculo da minha morte em 2044, é perceber que ainda tenho MUITO tempo pela frente, que em 28 anos eu ainda posso fazer muita coisa.... Dá tempo de iniciar uma nova carreira e quase me aposentar nela. Dá tempo de criar outro filho, Dá tempo de viajar, amar, casar, emagrecer, ler, conversar, assistir, admirar, transar, ufa!
Eu não sou do tipo que se "cansa" fácil, então imagino que ainda vou fazer muita coisa... provavelmente muita coisa diferente do que imagino agora, mas também provavelmente com muito sentido para mim! Aliás, esta semana um homem de 82 anos acaba de pegar sua carteira da OAB, depois de ser reprovado 8 vezes! Historia inspiradora para qualquer um que ache que não tem tempo! 

O  THE WORLD POPULATION PROJECT  é um site muito interessante... eles usam como metodologia e base os censos de cada um dos países. Você pode simular como seria sua expectativa de vida se morasse em outro pais, se fosse mulher... Se eu vivesse em alguns países eu ganharia mais 5 ou 6 anos de vida, em outros - lamentavelmente - eu perderia 10 ou 15 anos de expectativa de vida. Para fazer as suas contas, e se for muito ansioso começar uma contagem regressiva, visite o site clicando no nome do projeto aqui neste post.

E você, o que vai fazer no resto da sua vida? Calculou sua expectativa? Qual é o sua data final?


25 de agosto de 2015

Encontro: Relacionamentos e Aplicativos

Resultado de imagem para love webO grupo HOMOPATER, coordenado pela Psicóloga Vera Moris vai promover no Dia 29 de agosto, ás 15 horas,  um encontro para falar sobre:

RELACIONAMENTO E HOMOAFETIVIDADE EM TEMPOS DE APLICATIVOS, WhatsApp, CHATS, INTERNET...SMARTPHONES

Como entender, se preparar, estar por dentro, participar, aproveitar...acompanhar a comunicação cada vez mais imediata e instantânea sem perder a sutileza, delicadeza e respeito aos nossos sentimentos e necessidades?

O encontro é aberto a convidados, todos podem participar. (Os encontros acontecem num espaço perto do metrô PRAÇA DA ÁRVORE)

Para fazer sua inscrição contate a Vera no email:  vemoris@uol.com.br 

Para conhecer mais sobre o HOMOPATER clique em www.homopater.com.br 




22 de agosto de 2015

Meu namorado trans...

Surfando pela blogosfera - o que curto muito para conhecer outros papos, outros pensamentos - acabei caindo no português MORE, cujo post falava sobre namorar um cara tatuado... 
Eu acho tatoo muito legal, e se não fosse a dor e a "perpetualidade" eu até faria algumas...  mas eu nunca namorei um cara tatuado. Na realidade eu tive um lance com um cara que tinha uma tatoo há uns 20 anos atrás... o que não era tão comum...

Conheci ele pela internet - BBS na época internet movida a lenha - conversamos alguns dias, e eu acabei fazendo uma daquelas "loucurinhas" típicas de começo de relacionamento, tomei um avião para ir conhece-lo pessoalmente, pois naquela semana ele estava trabalhando no Rio. Almoçamos, conversamos, passeamos pela cidade e acabamos no quarto do hotel dele... quando ele tirou a roupa ele tinha uma tatuagem tribal muito legal, na região do coccix, muito sugestiva... como uma seta a indicar o caminho... bem parecida com esta ilustração.
Eu fiquei bem admirado, lembro que passei um bom tempo sorrindo e admirando, o que deixou ele bem satisfeito... nos poucos meses que ficamos juntos - sem sermos namorados - e este meu primeiro contato com um cara de tatoo ficou na minha memória...

Faz uns 5 anos que não o vejo pessoalmente, ele é um cara muito legal, um profissional conceituado na sua área, mas realmente não temos muita coisa em comum e por isto pouco contato,... então resolvi procurá-lo na internet, nas redes sociais, para ver como estava, mandar um OI... 
Filha: O que é um trangênero?
Pai: Uma pessoa!
E qual não foi minha surpresa ao ver que ele mudou bastante... muito...mesmo... ele colocou seios, se veste apenas com roupas femininas, se trata pelos pronomes femininos, além de estar com o corpo quase coberto por tatuagens!
Num primeiro momento tomei um certo susto, foi um "awkward moment" como diriam os americanos... afinal de contas quem ela é agora se parece pouco com a pessoa que eu saia... é bem esquisito - vocês hão de concordar - ter saído com um cara, que vc sentia tesão, que hoje se identifica com mulher, pela qual vc não sentiria tesão nenhum (a princípio!!!) 
Sem duvida nenhum ela esta muito mais bonita como mulher, com um corpaço, magra, pernas torneadas... nas fotos ela esta linda. O detalhe é que temos a mesma idade (!) e com certeza ela parece ter uns 5 anos menos que eu!
Na época que nos conhecemos ela era bem hominho, no dia a dia fazia o esquema "calça jeans e camiseta branca" mas no trabalho se vestia de forma bem "fashion" pois em função da área de trabalho dizia que "era o que as pessoas esperavam ver"...

Na realidade o meu espanto foi mesmo momentâneo, pois guardo por ela um grande carinho e fiquei feliz em ver como ela foi atrás da felicidade , enfrentando provavelmente muitas barreiras e preconceitos - pelo pouco que conheci da família dela eu suponho que tenha sido uma PUTA barra! 
Na época que eramos próximos ela agia de maneira bem feminina,  mas "efeminados" nunca foram um problema para mim, só que eu nunca percebi nela um desejo de passar por uma transformação mais radical, nem mesmo usar roupas femininas... Na ultima vez que nos vimos pessoalmente eu acho que ela já tinha dado início á transformação pois já estava com cabelos longos e usando uma roupa bem "genderless".

Fiquei pensando como na época eu era uma pessoa menos sensível a isto, e que reação eu teria tido se ela tivesse conversado comigo a respeito... se eu iria apoia-la, se eu iria "cair fora", provavelmente cairia fora... mesmo hoje em dia eu não sei se os meus sentimentos pela pessoa - especialmente o tesão - sobreviveriam a uma mudança neste nível. Não sei se isto é preconceito, se é "caretice", com certeza como pessoa ainda tenho muito a evoluir!

E vc? Como lida com a questão trans? Acha que seus sentimentos mudariam se a pessoa mudasse?




18 de agosto de 2015

Eu também já mudei uma parte...

Depois que eu escrevi sobre a mudança da definição de casamento no dicionário promovida por um paulista, eu me lembrei de uma história em que eu, singelamente, também mudei uma parte e mudei o todo... para melhor penso eu...

No ano 2000, assim que matriculei minha filha no colégio em que ela viria a estudar dos 6 aos 17 anos, eu comecei a receber cartas e comunicados da entidade, sobre questões financeiras, sobre documentos, sobre questões pedagógicas, sobre o processo de integração das crianças ao novo ambiente... tudo muito legal, mas uma coisa começou a me incomodar muito.

Resultado de imagem para endereçamento de cartaEu notei que as cartas que vinham falando sobre questões financeiras e contratuais eram endereçadas AO PAI DE:, e as cartas que falavam sobre questões pedagógicas, sobre o dia a dia da criança, vinham endereçadas Á MÃE DE:
Isto me incomodou durante semanas... até que veio uma carta endereçada Á MÃE DE: convidando para uma reunião que ia falar sobre questões pedagógicas. Obviamente, como na nossa família não tínhamos mãe (e nem temos) eu me senti convidado, já achando que ia chegar lá e encontrar um ambiente majoritariamente feminino...Qual não foi minha surpresa ao encontrar muitos pais na reunião. Eu pensei - "não deve ter tanta criança criada só pelo pai neste colégio", e também "acho que eu estou fazendo tempestade num copo d´agua"....
Cheguei cedo na dita reunião e ao meu lado sentou-se uma senhora, a qual eu já tinha visto no dia da matricula e conversado rapidamente. Conversando melhor eu descobri que o neto dela iria estudar na mesma classe de minha filha, descobri que ela criava o neto sozinha, pois os pais da criança tinham se separado e foram tocar suas vidas profissionais fora do país, deixando a criança com a avó... e eu perguntei se ela tinha reparado no endereçamento das cartas. Ela me disse que sim, mas que "já estava acostumada".
A reunião começou ... meu sentimento de inadequação... a fala da avó ... ficaram repassando na minha cabeça, cobrando uma atitude - todo mundo já passou por esta sensação não é?
Depois da explanação, abriram a reunião a perguntas - era um auditório cheio, umas duzentas pessoas penso eu - ai eu levantei a mão:

- Pois não senhor, qual sua pergunta? - falou a coordenadora 
- Eu queria saber se os pais poderiam estar nesta reunião e se podem vir nas próximas?
- Como assim senhor? Não entendi sua pergunta.
- Pergunto isto porque todas as cartas do colégio, de caráter pedagógico, como a que falava desta reunião, vão endereçadas Á MÃE do aluno, AO PAI do aluno só vão endereçadas as cartas falando sobre dinheiro, então eu queria saber se os pais, e eventualmente avós (apontando para a senhora a meu lado), que queiram participar da vida escolar das crianças podem vir a estas reuniões mesmo sem serem convidados?
(tá, eu fui sarcástico)

A platéia se dividiu, uma parte caiu na gargalhada e outra parte (os homens principalmente) aplaudiu. O pânico instalou-se na mesa no palco, mas mesmo alguns deles riram! Mas cochichavam freneticamente. O reitor do colégio, um padre beneditino, quieto durante toda a reunião, levantou-se, tomou a palavra, e disse, com seu forte sotaque húngaro, algo como:
- O senhor tem razão, todos estão convidados a participar da vida escolar das crianças, seja nas reuniões, seja nas festividades, se isto está acontecendo é um erro grave que vamos corrigir imediatamente, eu peço desculpas a todos que se sentiram prejudicados, em meu nome e de todo o corpo diretivo do colégio... e também ele foi aplaudido e a reunião seguiu...
Bom, eu não sei se foi a minha observação que mudou alguma coisas, mas partir dai, todos os comunicados e cartas passaram a ser endereçados Á FAMÍLIA DE:

E você? Também já mudou uma pequena parte?

16 de agosto de 2015

Dando nome ás.... ESTRELAS!


Minha porção NERD está dando pulinhos! 

A União Astronômica Internacional (IAU em inglês) está promovendo um concurso para dar nome á 20 astros ( estrelas e planetas)... são astros descobertos nos últimos 10 anos e que foram nomeados com embaralhados de letras e números... parece que os cientistas resolveram aproximar mais a astrofísica das pessoas comuns e nomear estes astros! Vários destes são visíveis a olho nu, ou binóculo, de vários pontos da terra! 
O concurso oferece para cada astro uma lista de nomes em vários idiomas, que vão desde o Latim, o Japonês, o Inglês, até mesmo o TUPI GUARANI! Sério!
No sistema 55 CANCRI eu votei para um planeta chamar TUPÃ!  Para o sistema FORMAHAULT eu votei em POROROCA! 
Infelizmente não é possível indicar um nome.. eu já ia sugerir um sistema planetário com nomes como ETTA(James), BILLIE(Holiday), SARAH(Vaughan) ELLA(Fitzgerald) e NINA(Simone).... eu ia adorar ser BILLIano ou NINáqueo!

Cada opção traz uma explicação e uma justificativa.... 
Para mim isto é incrível! Quando criança a ideia do ônibus espacial, do Hubble, eram exercícios de ficção!  Exo planetas? Só mesmo em Star Trek!

Libere seu lado NERD e vote você também!  VOTE AQUI


13 de agosto de 2015

Cetoconazol, Isoconazol e Miconazol

Continuação do post MICOSE GAY

Obrigado por quem acompanhou, e opinou, sobre o assunto do post anterior! As muitas respostas e comentários, alguns por e-mail, me fizeram pensar... e eu conclui que eu não preciso nem de Isoconazol, nem de Cetoconazol e nem de Miconazol (*)

Afinal de contas, eu não tenho uma doença a ser curada! Eu apenas quero ter a liberdade de gostar das pessoas por quem me sinto atraído, de exercitar este gostar e, se eu quiser, demonstrar este gostar!
Eu querer "isolar" e segregar a pessoa que tem micose é reproduzir as práticas de décadas atrás, quando crianças autistas ou com síndrome de down, por exemplo, tinham  que ficar trancadas em casa, ou eram segregadas em escolas especiais...
Eu me sentir mal quando vejo a micose, ou o outro se sentir mau quado vê o meu beijo gay, não me dá o direito de querer proibir a micose, nem dele proibir o meu carinho. O limite da nossa liberdade não pode, não deve, não vai! Invadir a liberdade do outro! 

Além disso, como bem lembrado em alguns comentários, reforço aqui, eu não tenho uma doença! Eu poderia até argumentar que ele poderia curar a micose dele antes de sair de havaianas, mas como saber se ele já não tentou? com saber se o que ele tem nem é micose, ou outra coisa que deformou os dedos dele? Mas e como ficariam meus argumentos com alguém que sofreu paralisia cerebral, ou é portador de uma síndrome? Eu deveria me indignar por ele esfregar "sua condição" na minha cara?

Eu concordo que devemos, por civilidade, prestar atenção se coisas nossas não incomodam os outros, pode ser um rádio mais alto em casa, um perfume em excesso logo cedo no elevador, comer de  boca aberta, suar demais na academia e não limpar os aparelhos, o cheiro do tempero coreano que estamos usando, bafo de cebola, e infindáveis coisas podem incomodar os outros. Mas o fato de incomodar não dá o direito do outro me arguir, me proibir, me cercear... Se está me incomodando eu talvez até tenha o direito de falar, num restaurante por exemplo, para a pessoa falar mais baixo, mas muitas vezes, dependendo a situação, eu vou ter que sair dali e não tentar  expulsar ele.

Assunto resolvido, tenho que aceitar a micose como parte da individuo, e respeita-lo por isso, ou apesar disso. Então amigos antimicóticos, be prepared!



 (*) Isoconazol, Cetoconazol e  Miconazol são medicamentos conhecidos para o combate da micose!

11 de agosto de 2015

Micose Gay

Um dos grandes argumentos que sempre ouvimos, das pessoas que fazem questão de dizer que não tem preconceito contra os homossexuais, é: "eu não tenho nada contra, mas precisa fazer isto em publico?"
O argumento faz referência a questão do espaço público e do espaço privado, incluindo o acordo social tácito de que certas coisas - como demonstrações de carinho entre dois homens - devem estar restritas aos espaços privados. Meu contra argumento sempre é "se um casal hétero pode se beijar em público porque um casal gay não poderia?"
Eu pessoalmente não acho legal aqueles casais que "se sugam" em público, seja um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres... ás vezes numa balada mais quente, sabendo que as pessoas estão calibradas pelo álcool, dá ate para entender, mas na rua eu acho bem esquisito... me incomoda um pouco...seria eu careta? ou "beijodelinguafóbico"?

Mas ontem a noite me ocorreu um fato que me fez pensar um pouco nesta questão do público e do privado...
Estava lá eu na minha aula de História da Península Ibérica quando sentou do meu lado um "coleguinha" de seus 20 e poucos anos... ele estava trajando o outfit padrão de quem só faz faculdade: camiseta, bermudas e havaianas, e eu, como "pesquisador e futuro historiador", dei uma inspecionada no rapaz - um mocinho bem bonito aliás - mas meus olhos foram magicamente atraídos por seus dedões dos pés, cujas unhas eram absolutamente HORROROSAS E DEFORMADAS por micoses...ARGHHHH!
Era uma coisa absolutamente nojenta! Sério! Eu não sei se você que esta lendo isto está rindo ou esta com nojo... eu fiquei com nojo!
A minha primeira questão foi... "como alguém tem coragem (leia-se não tem vergonha) de sair por ai exibindo estas unhas FEIAS e ASQUEROSAS? Já que ele quer estar confortável que use um CROCS! Finalmente existe um motivo para usar CROCS! ... hummmm....será que todo mundo que vejo de CROCS está escondendo a sua micose?  Talvez isto explique muita coisa....

Eu já tive micose há uns anos atrás... e sério, eu iria á praia de meias para não mostrar nada! Fiquei meses sem mostrar os pés pois o tratamento de micose - bem feito e definitivo - demora muito!
Pelo perfil do colega eu logo imaginei que ele não tinha vergonha, pois muito provavelmente tinha aquela postura "as pessoas tem que me aceitar como eu sou" e isto não se referia somente ás suas crenças políticas, orientação sexual, gosto musical ou estilo de roupas... isto incluía as suas micoses, e ser contra elas talvez fosse um posição "pequeno burguesa", autoritária, ou da elite branca coxinha- se bem que ele era caucasiano...
Eu confesso que durante um bom tempo não consegui prestar atenção na aula... as peripécias de Dom João IV no processo da Restauração Portuguesa, e da dinastia dos Bragança, não foram suficientes para que meu pensamento saísse do módulo "micose, micose, micose" . E bem quando eu tinha decidido mudar de lugar para poder prestar atenção na explanação do Prof. Ricupero, o coleguinha acabou levantando e saindo da aula...bem na hora do tratado de Haia... ele saiu da aula e a Holanda deixou o Nordeste! 
Fiquei rindo sozinho... mas tenho certeza que o professor achou que eu estava adorando sua aula...e fiquei pensando...

Resultado de imagem para gay kiss cartoonSerá que o incomodo que eu senti quando vi aqueles pés cheios de micose sendo "esfregados" na minha cara é parecido com o que sentem algumas pessoas quando me veem abraçando ou beijando o Mr.Jay em algum lugar?
Será que em alguma situação, se eu tivesse uma criança pequena e ela chegasse perto dos pés daquele rapaz por exemplo, eu teria uma reação colérica pedindo que ele saísse, dizendo que ele deveria usar sapatos fechados, dizendo que ele deveria ficar longe das crianças porque elas poderiam "pegar" a micose? 
Será que eu apoiaria uma lei que criasse clinicas para cuidar da micose das pessoas, a "cura micótica", ou leis que restringissem a liberdade das pessoas com micose de saírem na rua? Ou deveria eu apoiar as pessoas que, como meu colega de faculdade, tiram suas micoses do armário e mostram para todo mundo? 
Eu diria que não tenho nada contra a pessoa que tem micose, eu até aceito a pessoa, mas ela deveria saber se comportar em público, deveria guardar sua micose para sí! Não é preconceito, é apenas meu pensamento! Isto não é errado é?

Seria o beijo gay uma micose? Talvez eu esteja exagerando na analogia, talvez eu esteja exagerando tanto na ironia que talvez ela reflita exatamente o que penso.... Não sei... Mas talvez eu tenha conseguido, finalmente, entender o que algumas pessoas sentem!

E você? Acha que devemos esfregar nossa micose na cara da sociedade?


6 de agosto de 2015

falando "daquilo"


É engraçado como muita gente tem dificuldade de falar "daquilo"! 
Na hora de "fazer neném" e segurar no "bilau" parece que ficam cheios de pudores! Preferem "ficar" a TREPAR, preferem um "pipi" a um PINTO!
Deve ter gente que até se arrepia ao usar um PAU de selfie!

Eu não sei quanto disto é infantilização e quanto disto é tabu, provavelmente a infantilização é em virtude do tabu que tudo que é relacionado a sexo embute. É muito incomum a mãe não infantilizar o pênis ou a vagina dos filhos, eu pelo menos nunca ouvi uma mãe, ou pai, falar para o filho "enxuga bem seu pênis quando urinar", o mais comum é "enxuga seu pintinho quando fizer pipi"... 
Aliás, para falar a verdade, nem isto os pais falam, ninguem fala... tanto que no Brasil, todos os anos, existem milhares de AMPUTAÇÕES DE PENIS (ai! doeu!)
Eu não vejo muito problema em fazer isto quando é uma criança, acho que o PINTO infantil nem tem tamanho suficiente para ser chamado de pênis (rsrsrsr) , mas os pais deveriam aprender a mudar os termos com o crescimento dos filhos, quando começassem a falar sobre sexo com eles!
OOPS, outro problema, os pais não falam de sexo com os filhos e filhas, acham que é "errado", que estão "queimando etapas", que vão esperar o "filho perguntar"... mal sabem eles, que se eles trataram o assunto como tabu, os filhos jamais vão perguntar algo que eles percebem que os pais tem "vergonha" ou "não querem falar". Os filhos vão aprender na rua, na internet, com os amigos... e ai criam um novo tabu!
Eu até que resolvi bem esta questão com minha filha, falamos com maturidade - quase médica ás vezes - sobre o assunto, e mesmo que internamente sobre algum constrangimento, não transparecemos. Ela por exemplo, voltou de viagem de férias e me disse que estava "louca para transar" com o ficante fixo dela, já que durante as férias "não ficou com ninguém"... ah sim, aqui em casa o "pegou" é sinônimo de "trocar uns beijos sem compromisso" e o "ficar" é sinônimo de fazer sexo... UIA! será que isto é infantilização?

Talvez algumas pessoas achem alguns termos relacionados ao sexo,  - e por isto evitem -muito fortes, porque de certa forma, semanticamente, eles tem um certo verniz de violência e agressividade, são mais "carnais" e "brutos".... Talvez achem que isto não pode estar associado ao ato sexual quando se "faz amor" com alguém por quem se tem fortes sentimentos. Palavras como METER, COMER, DAR, PENETRAR, ARROMBAR, FUDER, TREPAR, TRANSAR, RÔLA... podem ser meio fortes para algumas almas pudicas e sensíveis... 

Isto é uma crítica? Não! Isto é uma reflexão, porque bem ou mal todo o preconceito que sofremos está associado quase exclusivamente á questão do sexo e me parece que se, quando adultos, perpetuamos a infantilização do sexo, damos munição aos que dizem que temos que ser mantidos longe das crianças, porque ainda falamos como crianças ... DEU para entender? 
Mesmo que vc não goste de DAR - nem para entender - talvez você concorde que se as crianças lidassem com o sexo de uma forma mais natural muita coisas se resolveriam mais fácil na vida adulta...

Pessoalmente eu prefiro TREPAR, FUDER ou TRANSAR ao invés de "namorar" e outros substitutivos... mas durante muito tempo em me adaptei aos parceiros para usar termos mais... politicamente corretos...digamos assim...

E você? Chama seu parceiro para ________ (complete a frase)


E como não poderia deixar de ser... minha homenagem a Dona Bela, que só pensava "naquilo" - grande Zezé Macedo!
Clique aqui para ver um trecho no YOUTUBE,,, para quem não conhece já aviso que é humor bobinho, no melhor estilo chanchada!


3 de agosto de 2015

Liberdade para TODOS!

Domingo passado minha mãe foi com os dois netos mais novos (3 e 7 anos) ao zoológico. Durante a semana encontrei com ela e ela se mostrou chateada pelo fato de ser um grande passeio e estar tão mal cuidado, pelo fato da entrada e a recepção serem muito acanhadas e desorganizadas, pelo fato das jaulas estarem mal conservadas, parecendo até que tinha poucos animais... e ele até usou o argumento de que  em outras cidades do mundo o zoológico é uma grande atração e são bem conservados...

Eu também sempre achei o zoológico um super passeio, levei minha filha várias vezes, e eu mesmo adorava poder presenciar de perto a força e a escala incomum dos animais, ver de perto um rinoceronte, uma girafa, um hipopótamo, bisões... mas isto foi antes de termos consciência de que a nossa vontade de ter esta experiência é uma atitude cruel e egoísta!

Então eu expliquei para minha mãe que os zoológicos estão com os dias contados, que nada hoje justifica se manter animais, em especial os selvagens, em cativeiro, que hoje em dia muita gente pensa assim e que seria até de "mau gosto" se investir para o zoológico ser mais "bonito", e que da mesma forma que aconteceu nos circos, o fim dos zoológicos é uma questão de tempo - ao menos no formato que conhecemos.
Resultado de imagem para circo
Eu sou criança do tempo que quando você ia ao circo você tinha certeza de encontrar animais treinados fazendo truques ou sendo "domados"... leões, focas, elefantes, ursos, tigres... eu tenho certeza que eu, como criança, não via como aqueles animais eram tristes e "desanimalizados". Eu não tinha consciência da crueldade que meu ingresso patrocinava. 

O falecimento do Orlando Orfei - sinônimo de circo não só no Brasil - e a morte do leão Cecil são dois capítulos desta historia terrível do homem que se acha o "supra-sumo" da criação divina e único ser "racional" do planeta (ou do universo ... para os mais humildes).
Não que o Orlando Orfei fosse um cara "do mal" como  o tal dentista caçador que matou o Cecil. O Orlando Orfei era de uma família de circo, com tradição numa atividade que era vista como natural e aceitável até algumas décadas atrás... mas que hoje não é mais! O Cirque du Soleil nos ensinou que circo não é sinônimo "interação com animais selvagens", circo é diversão lúdica, e isto eles sabem fazer como ninguém!
Mesmo criar cães e gatos em cativeiro para "reprodução" e para  "vender" filhotes está se tornando uma coisa de "mau-gosto"

Para os que não acreditam mais no homem, esta é uma prova que o ser humano continua evoluindo, melhorando, se aperfeiçoando...

E vc? Que outras provas vê que estamos melhorando como Homens Sapiens e Mulheres Sapiens?