31 de agosto de 2013

49 - 22 = 27



Como disse em outro post, um dos meus parâmetros iniciais, na busca por um relacionamento, era buscar alguém que tivesse uma idade próxima a minha, que eu julgava ser um aspecto positivo, a tal similaridade.
Este era um dos parâmetros, que eu julgava bem importante...
Mas, como o budismo sempre prega, não somos donos do futuro, e tem muita coisa que acontece além do nosso controle, a tal imponderabilidade.
No começo do ano, num destes dias em que estive  meio de bobeira no chat, uma pessoa me chamou para conversar, puxou papo, conversa vai, conversa vem ficamos um bom tempo conversando...
Normalmente nestes papos todo mundo começa com aquele pequeno questionário... bairro, idade, branco,  preto, verde, em cima ou embaixo.... e eu, que não tenho muita vocação para repórter, e nem costumo fazer isto, fui deixando o papo fluir... meio distraído sabe?
Eu saquei que era um cara mais novo, me disse que não era de sp mas que morava na zs como eu, falamos de trabalho, de coisas que gostávamos de fazer em sp... e ele acabou sendo mais corajoso que eu...
- Vamos nos encontrar?
Era um fim de semana, eu estava de bobeira, marcamos tomar um sorvete. 
Confesso que como eu já tinha me chateado com alguns caras mais velhos (aqueles do meu parâmetro) eu até que estava me divertindo em conversar com alguém de alma mais fresca...
E foi um encontro bem interessante, mas chocante, o rapaz tinha 22 anos, e parecia muito menos! (foi ai que percebi que durante o papo eu nem tinha perguntado a idade dele - eu sou mané mesmo!)
Passado meu estupefato inicial, que eu compartilhei com ele, conversamos um bom tempo. Era um rapaz de uma cidade do interior do NE, que veio morar com a irmã em SP mas que o cunhado expulsou de casa e morava numa pensão atualmente. Veio para estudar, crescer profissionalmente, coisas que ele sabia que uma pequena cidade não comportaria. Um rapaz corajoso, determinado, convicto, um filho ou um amigo que qualquer um se orgulharia.
Teve sua primeira experiência sexual em SP - única até aquele momento- e nenhuma experiência realmente amorosa. Não foi difícil me encantar com o rapaz.
Mas todas as diferenças eram barreiras bem fortes para eu transpor, idade, estagio de vida, etc etc... e eu não investi mais, não fiz como a ministra Marta Suplicy pediu, não relaxei e não aproveitei.
O assunto teria terminado naquele encontro se o rapaz não continuasse mantendo contado, um email, um sms, eu expliquei o que me incomodava (especialmente a diferença de idade), mesmo assim marcamos um café lá no Octávio.
Ele disse que tinha me achado legal, que queria me conhecer melhor... e como eu continuava achando muito difícil ele insistiu. E propôs que fossemos amigos, que não precisaríamos assumir relacionamento, compromisso...


29 de agosto de 2013

E como ficam os filhos ?

Só que, só que, só que.... eu não sou um cara sozinho, solteiro, procurando um namorado, um relacionamento, eu sou um cara, homossexual, que também tem uma filha, que estava procurando um namorado...
E ai existem pequenas nuances que precisam ser levadas em conta:

- primeiro, que minha criança conviveu por 10 anos com meu ex. Ele nunca assumiu a posição de "co-pai", eu mesmo não fiz questão que acontecesse, preferi que ele assumisse a postura de "namorado do pai e amigo da filha", a paternidade era um projeto meu, e quando ele chegou em nossas vidas os laços já estavam estabelecidos há anos.
Mas de certa forma, quando eu me separei eu fiquei preocupado em como seria para ela, com seria esta quebra de laços.Esta é uma preocupação de todos que tem filhos não? 
Eu posso dizer que foi super tranquilo, ela já era uma pessoa bem especial e madura para seus 16 anos, e assumiu rapidamente a posição de me apoiar, de estar do meu lado, nesta transição. E torcer autenticamente pela minha felicidade.
Ela ficou triste, sentiu falta, mas tirou de letra.

- a segunda coisa é a hora de contar! Não, não é a hora de contar que eu sou gay, é a hora de contar para o cara que eu tenho "um pacote mais completo e complexo". Eu normalmente omitia isto num primeiro contato, num primeiro papo ou encontro, e foi uma medida acertada, porque muitas vezes eu nem passei da primeira conversa, e não tinha motivo para eles nem levarem esta informação com eles.
Eu até dava uma certa sondada durante a conversa, falava se o cara tinha vontade de ter filhos, ou de amigos e amigas homossexuais que tem filhos. Para alguns eu contava no dia seguinte ao primeiro encontro, por tel, por skype, como forma de poder perceber se isto poderia fazer parte do relacionamento na cabeça do cara.
E muitos que contei nem teve o segundo encontro.
Mas entender e aceitar isto era fundamental para os passos seguintes...

- a terceira questão, quando se tem filhos é, em que momento você vai "introduzir" (desculpe o trocadilho) o pretendente na família...em que momento vc apresenta o namorado novo aos filhos. E este dilema dezenas de divorciados e separados heteros tb tem que enfrentar.
Eu não sei se existe uma fórmula matemática para isto, mas eu resolvi que só o faria depois de estar genuinamente envolvido com a pessoa ( coração e não apenas tesão) e depois que eu pudesse ter algum grau de certeza de que a pessoa não ofereceria nenhum tipo de "risco" á minha cria. 
Ou seja, não dava para levar qualquer um para casa. 
Mas também era importante preparar o terreno, e para isto eu adotava o método "o gato subiu no telhado",ou seja, ir preparando ela aos poucos. (não conhece a estoria do gato que subiu no telhado? clique aqui)
Eu só apliquei este método duas vezes, pois apenas apresentei aquele oriental de quem falei no post  JAPAN POP SHOW e o meu namorado atual. O método consiste em, primeiro mostrar a ela que estou saindo com alguém legal, comentar aonde fui, o que fui assistir, onde jantei, onde passeie. depois ir pontuando algumas características e gostos do dito cujo. E eu tb ia fazendo isto na outra ponta, contando para o cara a rotina de casa, as estorias de casa, mostrando fotos... enfim, um processo de aproximação.

O importante é que ambos percebam que tem espaço na minha vida para ser pai, para ser namorado, para ser profissional, para ser amigo de outras pessoas, para ter tempo para mim.

E acho que eu consegui fazer isto, especialmente porque as pessoas envolvidas, minha filha e meu namorado , são pessoas especiais! E gostam muito de mim....acho    =op



Sobre meu namorado atual? Curioso?
Bom, como eu retomei o meu blog recentemente, eu quero continuar o fio da meada do meu diário pessoal, para então chegar nele, pois eu cheguei nele depois de um processo de luto e evolução, que quero dividir com vcs ok? topam esperar mais alguns posts para eu chegar no momento atual? OBRIGADO!


26 de agosto de 2013

Similaridades nem sempre são uma boa idéia!

Quando eu resolvi que era hora de retomar a busca por um companheiro, por um relacionamento, eu naturalmente tinha alguns pontos que, eu pensava, seriam favoráveis e facilitadores para uma relação dar certo, o tal DISCERNIMENTO que eu falei em outro post.

Uma desta idéias pré-concebidas estava no quesito "idade". 
Até aquele momento eu sempre tinha me envolvido, me relacionado, com pessoas mais novas que eu, meu ex, com quem fiquei quase 10 anos, era 13 anos mais novo que eu. e num retrospecto, eu sempre havia me envolvido com pessoas no mínimo 10 anos mais novas que eu.
Como a ideia era mudar paradigmas, e partir para algo novo e melhor, eu estabeleci que eu iria buscar uma pessoa de idade próxima a minha, um cara acima dos 40 anos, perto dos 50. Era uma das coisas que eu tinha em minha "planilha".
Então, com isto em mente, eu passei a só "puxar papo" e "dar bola" para caras com idades próximas á minha. Quando alguém mais novo chegava perto eu logo dizia que preferia alguém mais velho, com idade próxima a minha...
Eu buscava uma certa similaridade.
E com isto eu acabei tendo contato, e conversando, com caras de idades próximas á minha. Eu imaginava que estes homens estariam em momentos mais tranquilos de suas vidas, mais bem resolvidos, mais tranquilos.
Mas não foi bem o que aconteceu... aliás, aconteceu muita coisa:
Encontrei homens de 40 e poucos anos muito interessantes, pessoas com vidas profissionais bem sucedidas, que falavam em ter um relacionamento legal, mas que demonstravam claramente que não estavam dispostos a reservar tempo em suas vidas para isto, em suas agendas.
Encontre um homem com quase 50 que tinha o discurso "eu não sou assumido porque não preciso falar para nínguem sobre minha vida íntima".
Conversei com homens, com mais de 40 anos, que nunca tiveram nenhum relacionamento por mais de dois ou tres meses.
Encontrei um homem, por volta de 45, bem sucedido profissionalmente, que tinha tido um relacionamento de 4 anos com outro cara, mas que não conseguiu me explicar como , em 4 anos, ele nunca tinha dormido nenhuma noite com o namorado (transado sim, dormindo fora de casa não)
Encontrei homens que eu nem tive vontade de falar que era um cara com filhos, e outros que quando eu contei vi claramente suas faces se retorcerem num esguio de incompreensão e embasbacamento.
Encontrei até um que mentiu descaradamente sua idade no chat, que dizia ter 45, mas que pessoalmente aparentou, e confessou, ter 62.
Encontrei muitos caras magoados com seus ex, magoados pela traição e pela falta de cumplicidade, magoados pelos danos causados, e que não pareciam disposto a acreditar, de novo, que o relacionamento entre dois caras é possível!

Do jeito que falo parece que tive muitos encontros, mas na realidade alguns destes perfis se justapõe, e outros foram apenas conversas no tel ou no chat. Mas de certa forma eu percebi, até que rápido, que este paradigma - "homens com idade próxima a minha teriam experiencias próximas a minha", era uma bobagem. Este foi um ponto na minha lista a ser revisto.

E você, prefere mais velhos? mais novos?

24 de agosto de 2013

Discriminando um homem para chamar de seu...

Discriminar, quando usado no universo LGBT, sempre está relacionado a algo ruim. Somos discriminados quando somos colocados "de lado" em função de nossa orientação sexual ou quando não exprimimos uma imagem corporal compatível ao que é esperado por outros - a bichinha quáqua, a lésbica masculinizada, a maricona que desmunheca...
Mas eu acho que todo mundo faz isto.
Acho que a gente quando busca um relacionamento também pratica um exercício de discriminação, certos tipos físicos, certas atitudes, maneiras de se vestir, lugares que frequenta, e CLARO, práticas e preferências sexuais, acabam por nortear nosso caminho de busca. Alimentamos nosso "mecanismo de busca" da mesma forma que alimentamos o GOOGLE :  macho+são paulo+loiro e apertamos o ENTER! oops!

Mas eu acho que quem busca um relacionamento deve fazer um pouco mais que discriminar, ele deve procurar DISCERNIR, que é um dos sinônimos de discriminar.

O dicionario diz: 
discernir -(latim discerno, -ere, separar, distinguir, reconhecer, decidir) Verbo Transitivo.
1. Distinguir.
2Estabelecer conveniente diferença (entre coisas ou pessoas).
3. Discriminar.
4. Conhecer.
5. Julgar.
6. Apreciar.
7. Medir.
8. Avaliar bem.

DISCERNIR é um verbo, uma ação deliberada, de apreciar, avaliar, julgar e estabelecer conveniente diferença entre pessoas.
Todos sabemos que o príncipe encantado não existe, então temos que saber avaliar o potencial de cada sapo que cruza nosso caminho! Para quem não conhece a estória do príncipe e do sapo, clique AQUI
Esta procurando uma pessoa? Comece pensando nos "not´s" absolutos para um relacionamento dar certo na sua opinião. Coisas que vc  sabe de antemão, que não funcionariam, ou que atrapalhariam, e muito o seu relacionamento.
Eu, por exemplo, tenho um NOT que me parece dificil de contornar quando penso num relacionamento: para mim seria muito difícil me relacionar com alguém que estivesse DENTRO DO ARMÁRIO. Seria muito difícil eu me relacionar com alguém que não se aceita como homossexual ou alguém que se esconde da família, que "não frequenta ambientes gays", ou que acha "que a sua sexualidade e o que faz dentro de quatro paredes é só problema seu".
Eu até respeito o momento de cada um, os limites pessoais e familiares de cada um, não sou a favor de fazer o outing forçado de quem quer que seja, mas do ponto que estou em minha vida não tem como eu "voltar para o armário". E também não acho muito produtivo eu tentar me envolver achando que a pessoa "vai mudar".

Mas eu conheço muito gente que não se preocupa em "discernir" o que busca, em "discriminar", e acabam se envolvendo com pessoas que tem incompatibilidades físicas, emocionais, sociais, etárias, que só servem para não dar certo, na realidade acho que as pessoas fazer estas escolhas para não dar certo! Tipo um "boicote" para não dar certo.

E isto não quer dizer que não defendo o princípio de que a gente deve deixar as portas para se envolver com pessoas diferentes e interessantes, eu defendo exatamente isto, que vc deixe a porta aberta, mas que seja sábio para buscar algo com mais possibilidades de sucesso!

E você? Sabe discernir?


Japan Pop Show!

Éramos bem diferentes, mas talvez pudesse
funcionar....
Algum tempo depois de me separar, ultrapassada a minha efêmera fase "da putaria",  eu acabei me envolvendo com uma pessoa bem interessante. Pessoa! quando o cara não é assumido ele sempre fala, sai com uma "pessoa"...rsrsrsrsr
Me envolvi com um cara, um homem!
Um japa, de 40 e poucos anos, engenheiro, que trabalha numa empresa de tecnologia. Um cara muito inteligente, que fala (mesmo) 6 idiomas, budista, versado em música clássica, uma pessoa calma, serena, que tinha lá seus conflitos, pois afinal de contas é uma pessoa normal...mas muito carinhoso, atencioso.
Conversamos, saímos, jantamos, beijamos, fomos a concertos, dormimos juntos, jantamos, fomos a ópera, transamos, almoçamos, fomos ao cinema, tomamos café da manhã... uma relação, uma amizade, um bem querer, que estava fluindo bem a meu ver. Apesar de ele ser bem pouco entusiasmado para o sexo, o que eu creditava a algumas experiências ruins que ele teve... e que eu, de certa forma, achava que podia ajuda-lo a reverter.
Para mim era um espanto, um conforto enorme, estar com um cara que comprava assinaturas de concertos (sala são Paulo, cultura artisitica) para o ano seguinte! Uma coisa mega estável e confiável! O oposto do que eu tinha vivido durante tanto anos!
Só que nenhum dos dois falava em namoro, em amor. Eu porque não achava que estava preparado (e nem era hora) de me envolver novamente e ele ... ele eu não sei.
Mas ai você encontra um cara educado, com bom papo, carinhoso, que vc acha bonito e gostoso, culto, um mundo de descobertas... something that looked like a relationship... é fogo!
Eu confesso que tenho uma pequena inclinação por orientais, gosto da cultura oriental, dos valores familiares que esta cultura tem, acho muito bonito homens de pele lisa. Tesão mesmo. E o mocinho era bem japa, se vestia como japa-engenheiro, sabe como eh? Calça impecável, com barra feita, camisas sociais discretas ou camisas polo... em alguns aspecto muito divertido.
E ele também foi se tornando receptivo a aprender coisas novas, a experimentar coisas novas. Eu comprei uma sandália havaiana para ele (nunca tinha tido uma), camisetas mais apertadas (ele tinha um corpo bem legal e usava só roupas largas!!!!), um sapatenis (nunca tinha tido nenhum) e ai ele se vestia para mim, e parecia adorar isto, ser menos "japa" quando estava comigo.
Mas faltava algo...  era divertido, era estimulante, mas eu sentia que nunca nos envolveríamos como eu gostaria. Mas eu até fantasiei isto, tanto que ate apresentei ele para minha menina, e ele dormiu em casa por várias vezes. E ele tb, pois me apresentou a amigos, fomos a festas, almoços, jantares...
 
Este contato acabou sendo interrompido por um triste acontecimento, a mãe dele, que mora em outro estado, numa cirurgia aparentemente rotineira, acabou sofrendo um AVC, e ele, que é filho único, teve que dar total assistência para a mãe. Durante mais de dois meses ele se afastou de São Paulo.
A questão toda é que, como ele não é assumido, apesar de ter mais de 40 anos e viver uma vida bem gay em SP, onde vivia sozinho desde os 16 anos de idade, ele não permitiu sequer que eu fosse para lá neste período todo, que tentasse ajudar com algo mais que nossas conversas diárias no Skype. E isto nos afastou muito. Mas eu de certa forma me mantive conectado a ele, fiel a idéia de talvez tentar algo mais sério com ele.
Quando ele voltou ele mesmo me disse que entraria numa fase "cocoon", que ele precisava rever seus valores, que estava muito estressado, com toda a situação, com o contato diário com seu pai, um homem muito rígido e pouco carinhoso, que ele teve que conviver diariamente e que foi muito desgastante.
Ou seja, eu tomei um "fora", quando ele me fez perceber que não teria tempo, e estrutura, para continuarmos nossa estória. Tanto é que, até hoje, ainda não nos vimos pessoalmente apesar dele eventualmente, me mandar e-mails, falando sobre sua vida, a situação da mãe dele...
 
Não vou dizer que não fiquei triste (porra! ele era tão legal, podia ter dado certo!), mas agora, que estou saindo realmente com A pessoa incrível que estou, é que percebo que eu não seria pleno naquele relacionamento, ao qual não demos nenhum nome...
De certa forma ele foi o amigo da transição que acho que eu precisava, para perceber que as coisas podiam ser diferentes....
 
E você já teve um amor de transição?
 
 
 
 
JAPAN POP SHOW? Não sabe o que é?
Quem tem mais de 35 anos deve lembrar. Na TV GAZETA, tinha um programa voltado para a comunidade nipônica, com apresentações musicais... eis um resumo que achei na internet:
 
 
"No ano de 1978, a Gazeta estreou o programa nipo-brasileiro Programa Nelson Matsuda, uma produção independente, do Japan Pop Show Empreendimentos ou N.Matsuda TV Produções Ltda. Era exibido ao vivo, do Teatro Cásper Líbero no 3o Andar do prédio da Gazeta. Era apresentado pelo próprio apresentador, Nelson Matsuda. Foi O Primeiro Programa de Variedades Nippo-Brasileiro, Com Auditório, Inaugurando Assim, a linha de shows da Gazeta, feito de manhã, de tarde ou de noite.
Ainda no ano de 1978 ou no ano de 1979, a Gazeta estreou o programa nipo-brasileiro Imagens do Japão, uma produção independente, do Imagens do Japão TV e Jornalismo Ltda, Imagens do Japão TV Programações e M.Okuhara TV Produções Ltda. Era exibido ao vivo, do Teatro Cásper Líbero no 3o Andar do prédio da Gazeta. Era apresentado por Rosa Miyake, Mário Okuhara e Alberto Murata. O Programa Misturava Informação, Cultura e Entretenimento. Tinha Acontecimentos do Japão, Miss-Nikkey, Concurso de Calouros, Musicais Com Brasileiros e Japoneses e Etc".

22 de agosto de 2013

o sucesso dos TIOZINHOS, GORDINHOS, DE BARBA...

Como eu fiquei muito tempo casado, eu fiquei meio por fora do "mercado", não sabia exatamente o que esperar quando encontrasse novas pessoas, eu não sabia o que o "consumidor" tava consumindo...(pode rir!)
Quando me separei eu me lembro que até pensei em como seria difícil encontrar alguém interessado num cara de quase 50, acima do peso, com filhos...a tal da ditadura de estética gay eu sabia como funcionava, mesmo porque eu mesmo sou um consumidor desta estética de certa forma.
Eu fiquei algum tempo numa fase "cocooning" e até acabei deixando a barba crescer... meu ex não gostava de barba, então para agrada-lo eu não deixava ela crescer - já sei, já sei, de que a gente pode ser bem babaca para agradar o outro.
Ai comecei a sair com amigos, a passear mais de fim de semana, a encontrar conhecidos no teatro, no concerto... e as pessoas começaram a falar: - como vc está bem! como vc está bonito! esta barba ficou muito bem em vc!... vc tá parecendo até mais novo...
A princípio, movido pelos meus padrões de estética gay, eu achava que as pessoas estavam sendo legais comigo, que queriam me pôr para cima porque sabiam da separação, porque sabiam que eu tinha sofrido muito, mas eu percebia que vez ou outra parecia que eu atraia a atenção de algumas pessoas...
Tá certo que tenho uns bellissimi occhi azzurri para adornar, e eu tb dava crédito a eles aos eventuais elogios...
Mas ai, quando a sua MÃE vem e fala : -Você esta muito mais bonito com esta barba grisalha! ... e , como mãe é mãe, eu comecei a refletir e me deparei com um outro mundo...
 
O tal do mundo BEAR!
Um "nicho de mercado" em que as pessoas gostam de caras mais gordinhos, mais peludos (não é meu caso), com barbas, mais velhos, grisalhos, carecas (não eu), que não ouvem tanta musica queer...que usam roupas apertadas não porque é fashion (rsrsrs)
Um mundo de baladas específicas, festas específicas, bares específicos. Não é gueto não, pois a maioria destes caras mais velhos esta muito bem resolvida com sua sexualidade, é "nicho de mercado" mesmo!
E eu fiquei mais surpreso porque percebi que muitos amigos meus já estavam neste mundo, partilhavam este estética, que interessante como ás vezes a gente fica embotado e preso nos conceitos antigos da gente! Incrível! Mas eu vivia mesmo no cabresto, na rédea curta, então era bem natural que eu não me apercebesse de muitas coisas, como quando eu voltei a sonhar!
 
Me deparar com isto foi um tanto libertador e muito instrutivo, meu ex era um cara bastante preocupado com a estética, e muitas vezes eu fiquei triste por perceber que eu não era o "padrão" que ele gostava, e este até foi um argumento que usei para mim mesmo para justificar as puladas de cerca dele, afinal de contas eu é que não emagrecia, eu é que não me cuidava, para manter o tesão dele por mim aceso! Sabe aquele papo de que a "culpa" da infidelidade era minha?
E ai, só ai, eu percebi que eu tinha um padrão estético muito parecido com os relacionamentos anteriores dele, e que a pessoa com que ele estava saindo naquela altura também tinha o mesmo padrão, gordinho, mais velho, alto... eu estava no mundo bear sem nem saber... e meu ex eh um chaser!
 
E ai eu comecei a me sentir melhor ainda, menos incomodado em estar fora dos padrões que eu mesmo achava ideiais, e ai, bom, e ai são outras estórias...
 
E você ? conhece a estética e o mundo bear?
 
 
 
 

20 de agosto de 2013

Eu sou LÉSBICA!

Todo mundo conhece a piadinha....

Qual a diferença entre o segundo encontro de gays e o segundo encontro de lésbicas?
No segundo encontro as lésbicas levam a mudança!
E no segundo encontro de gays?
Quem disse que VAI TER um segundo encontro?

(PARENTESES) eu tenho pencas de amigas lésbicas e eu as adoro! então nada de ficar falando de misoginia!

"Eu não sou uma vadia, eu sou A vadia,
e para você eu sou Sr. Vadia!"
Como eu tinha dito no meu post anterior, eu resolvi desacreditar em relacionamento quando o meu acabou, então eu, durante algum tempo, resolvi "me divertir". Se eu engatava papo com alguém, pessoalmente, numa sala de bate-papo, ou outra coisa,  eu já dava um jeito de deixar claro que eu não buscava um relacionamento, que eu não estava nesta "fase".
Eu procurava ser honesto, não queria magoar ninguém, nem dar falsas esperanças, eu nem falava que meu relacionamento tinha "acabado de acabar", eu falava de outras coisas! heheheh!
E confesso que foi...interessante....
Era uma sensação nova estar com alguém sem pensar em ter que encaixar ele em sua vida, sem querer saber muita coisa sobre o que a pessoa pensava do futuro, para alguns em nem falei que tinha filha, sem precisar saber se ele seria bom caráter para conhecê-la ou não.
 Era estranho estar com alguém, dar uns beijos, e até partir para o "sexo-recreativo", sem ter que continuar aquilo, sem ter ligar no dia seguinte...ou mandar flores...
E até era reconfortante não precisar descobrir o quanto a pessoa tinha gostado de vc, ou até mesmo esperar algum tipo de OI no dia seguinte. Mas não era confortável para mim.
Era divertido, refrescante, fazia bem "para a pele", excitante...
Até mesmo o jogo da conquista é interessante... seduzir, ser seduzido, todo mundo sabe do que eu estou falando!
 
Mas para mim não muito certo...Eu confesso que eu sou meio lésbica, fusional, relacional.
 
Em poucas semanas eu já comecei a me pegar fazendo planos, querendo continuar o papo, e ás vezes nem jogava o cara na cama muito rápido porque eu queria uma coisa que durasse mais, tipo - deixar ele ter motivos para querer me ver de novo (que feio!) rsrsrsr.
 
Lembra do meu terapeuta? Quando eu contei estes novos pensamentos ele riu de novo... e observou
- Eu não ia dizer, mas eu sabia que você não ia muito longe com esta estória...
 
E você? Em que fase está?
 




18 de agosto de 2013

Qual é o caminho certo? A putaria talvez?

Quando meu casamento de 10 anos acabou em junho passado (e tem muitos posts antigos falando sobre isto!) eu pensei em acreditar em alguns clichês:
 1 - "casamento" não dá certo, as pessoas nascem sozinhas e morrem sozinhas, casar é juntar duas pessoas miseráveis que vão passar anos tentando fazer as duas se odiarem...
2 - "casamento de dois homens não dá certo porque homem só quer putaria", afinal de contas biologicamente o homem é programado para ter muitas mulheres, a acasalar com várias fêmeas e perpetuar a espécie e o DNA do macho dominante, ou seja, não dá certo porque não tem fidelidade e compromisso.
3 - "casamento gay" é apenas um simulacro hetero-normativo que os gays de baixa auto estima usam para serem aceitos e digeridos pelo sistema.
 
Como você pode ver, são argumentos fortes e contundentes, e talvez você acredite em um ou dois deles, ou em todos! Eu, depois de uma separação eu estava me fazendo sofrer tanto, eu resolvi desacreditar um pouco nesta coisa de relacionamento...
Cheguei para meu terapeuta, logo depois da minha separação, em julho do ano passado, e disparei:
"- É o seguinte! Eu resolvi que este negócio de casamento não é para mim, eu não quero casar nunca mais! Já tá provado que dois homens juntos não dá certo! E não adianta eu ficar me dedicando a uma relação que, de uma hora para outra a pessoa desiste!
Eu quero ficar na putaria, sair com um monte de gente, me divertir, conhecer outros corpos e outras bocas, sem compromisso, sem ficar criando laços e fazendo planos!
E tem mais, você é meu terapeuta! Dá um jeito nisto, vamos reprogramar a minha mente, o meu corpo, já faço terapia faz tempo e tá na hora das coisas mudarem, mais rápido que eu tô precisando!
Faz favor de dar um jeito nisto"
 
...ele? sorriu carinhosamente e falou:
- Vamos conversar!

16 de agosto de 2013

Tadinho do meu BLOG....será que ele tá com inveja do FACE?

 
Meu blog tá meio abandonado não é?
Mas não é falta de amor não...
Eu estava com outras prioridades, outros pensamentos...
Mas não tem aquele amigo que vc fica um tempão sem ver, sem falar, e mesmo assim quando se encontram a amizade reascende na hora? Eu posso citar alguns, a Regina, o Rilke, André, Patricia....
Então vamos combinar que este blog é assim!
Aliás, nem sei se blog ainda está "na moda". Ontem li uma matéria falando que 70 milhões de brasileiros estão no FACE, 40% dos brasileiros! Um puta número!
E o FACE realmente é muito legal, eu tenho dois, um pessoal, que só tem umas 30 pessoas, só gente da família mesmo, e um profissional.... bem mais cheio.
Meu FACE é "famoso" entre os amigos porque adoro por fotos de comida .... como sou vegetariano é minha contribuição pessoal ás pessoas olharem as comidinhas veggie com outros olhos... se bem que nem tudo que eu posto é tão saudável assim!
Eu estou no FACE faz pouco mais de um ano, meu EX, como sabem, era mega ciumento e eu, para evitar perturbações, nem tinha FACE - eu sei que vão dizer que isto era babaquice, mas em nome do amor, de um relacionamento, a gente faz muita "babaquice", se bem que eu prefiro achar que eram (estas e outras) concessões e arranjos - mas era babaquice!
Aliás, eu me permiti fazer muita coisa nestes últimos meses, sem me importar muito se era babaquice, até alimentar o blog, muita gente me cobrou, mas eu estava num distanciamento crítico... e isto foi muito bom, foi algo como um "ano sabático" emocional...
Refazer laços, reencontrar amigos, abrir um pouco mais a mente, enfim, já estou beirando os 50 (!) e tava na hora de me livrar de algumas "mochilas" emocionais que estava carregando, algumas bem desnecessárias!
 
E você o que fez nos últimos meses?