28 de dezembro de 2013

PAI - Tirando o time de campo...

Como eu disse em PAI, quando comecei este assunto, durante muitos anos fiz tentativas reais de ter uma boa relação com meu Pai, mas num determinado momento,  o desamor que eu sentia da parte dele se tornou uma coisa tão difícil de lidar que eu transformei ele em beligerância. Eu não perdia chances e oportunidades de mostrar meu antagonismo, especialmente nas situações familiares quando ele era (opa! ainda é) extremamente desagradável e agressivo.
Acontece que eu não sou assim, e cada vez que eu era desagradável ou agressivo com ele - mesmo que eu achasse que de certa forma fazendo isto eu estava protegendo minha mãe e meus irmãos - isto não me fazia bem, porque eu estava de certa forma cultivando sentimentos que eu não queria ter. Sei que parece confuso, mas mesmo as mulheres que apanham de seus maridos ainda os amam, e acho que meu sentimento era este. Eu achava que eu era o errado, eu que "dava motivo", afinal de contas eu sou o filho gay que decepcionou...
Até que chegou um ponto em que eu não aguentei mais o desprezo e o sentimento de "desinportância", que também permeava o ambiente de trabalho e, num grito interno de desespero eu abri mão de tudo, resolvi deixar meu trabalho, mesmo sem ter garantia de nada, e tentar me recuperar psicologicamente...
Uma loucura podem dizer, mas nesta época eu já estava fazendo terapia e já me sentia fortalecido para tomar este tipo de decisão.
Ao fazer isto ele lançou mais ira e agressão contra mim, tentou de todas as formas me prejudicar do ponto de vista financeiro e patrimonial, para mostrar que quem desafia ele corre o risco de sofrer sanções e punições (com certeza mandando um recado para meus irmãos). Mas eu tinha tanta mágoa e raiva em meu coração que eu nem conseguia raciocinar direito, só queria fugir daquela situação que tanto me agredia!
Por sorte e por intervenção de um bom advogado, além do apoio de meus irmãos que tb tinham interesse em resolver certas questões pendentes, uma parte das coisas se resolveram, e o que eu perdi eu considerei o preço da minha liberdade... Para meu pai a situação foi quase humilhante, pois ele teve que ceder sem conseguir me subjugar com ele gostaria...
Mas eu ainda me incomodava por não entender porque aquele desamor era assim tão gratuito!

Ainda vou precisar de mais um post para terminar esta história... 

4 comentários:

  1. Delicada essa questão. Tu estás mobilizando uma área muito profunda, HHP. Mas sobre a qual todos nós,homens, a certa altura da vida temos de parar e nos debruçarmos para olhar com atenção. E isso custa um pouco do nosso sangue, porque dói. Um abração, e força! Aguardando o próximo post.

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  2. compreendo a tua situação, é realmente complicada! mas também devia haver esse desejo teu por parte do teu pai e parece-me - pelo que percebi - que não há. talvez esse fosse um bom começo para tudo melhorar.
    Mas, primeiro estás tu! Não desistas e primeiro de tudo e mais importante, não te culpes por seres quem és! Tu não decepcionas por seres tu mesmo, ele é que decepciona por não aceitar esse teu eu que é, no fundo, também parte dele!
    Boa sorte para tudo!
    Enorme beijo*

    resp: penso que acabei por responder ao teu comentário no meu blog com o que disse. Apenas os motivos são diferentes...
    Sigo o teu blog e vou ficar atenta!

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  3. Anônimo7:17 PM

    Seguindo e observando com carinho!
    bjs

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  4. nossa, e vc nunca conseguiu uma resposta sobre isso?

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Obrigado por seu comentário! Assim que possível lhe dou um retorno!