9 de dezembro de 2013

Filho de peixe, peixinho será?

Não sejamos hipócritas! Acho que essa é a principal dúvida que está implícita quando se conversa sobre a criação de filhos por homossexuais:
- uma criança criada por um homossexual tem maior tendência a se tornar homossexual?
A resposta é NÃO! 
FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É?
Para corroborar essa minha afirmação, eu poderia fazer uso de estudos, de pesquisas, de teses de mestrado, de publicações na área de psicologia, sociologia, filosofia e medicina; mas prefiro pensar junto com você, para tirarmos nossas próprias conclusões, baseadas inclusive nas questões mais freqüentes sobre a homossexualidade. 
Para começarmos a refletir sobre esse assunto, acho que temos que definir as “origens” da homossexualidade.
Se levantarmos a hipótese da criança nascer homossexual por questões genéticas, teríamos que revogar todas as teorias sobre a transmissão de genes, afinal de contas, você conhece algum homossexual cujos pais biológicos são homossexuais? Ou cujos avós ou bisavós são homossexuais?
E também, se o argumento for que a homossexualidade se origina no ambiente em que a pessoa vive,  a pergunta será a mesma: Quantos homossexuais que você conhece foram criados em ambientes com a presença de homossexuais? 
Daí já podemos fazer duas reflexões que são verdadeiras e podem ser provadas estatisticamente:
- Filhos biológicos de homossexuais não têm maior tendência a serem homossexuais.
- Crianças educadas em lares com a presença de homossexuais não têm maior tendência a se tornarem homossexuais.
Outro argumento de caráter sociológico é a hipótese  que os homossexuais são justamente as crianças frutos de lares desestruturados, com o famoso “Pai ausente”... mas é fácil perceber que se fosse assim, o percentual de homossexuais seria bem maior, pois a figura do pai ausente era praticamente um ícone dos ultimos 2 séculos de evolução  humana, especialmente depois da revolução industrial, onde se enfatizou a questão do macho provedor ou da revolução sexual, quando as mulheres saíram á luta! Ou seja, a teoria do lar desestruturado não justifica para que se impeça um homossexual de criar pessoas felizes e saudáveis.
 Também se ouve dizer que se deve impedir a criação de crianças por homossexuais porque elas crescerão em ambientes degradados, de “moral duvidosa”, onde os conceitos de família, de amor, de fidelidade, não são conceitos éticos, que os pais e mães homossexuais querem forçar que seus filhos sigam seus caminhos, que pais e mães homossexuais querem que seus filhos sejam homossexuais e fazem tudo neste sentido...Santa bobagem! Como diria o menino prodígio.
Eu garanto que qualquer pessoa que tenha enfrentado dificuldades na vida para ser quem é, para poder amar quem quer, para poder viver sem ser discriminado, não iria querer nada parecido para seus filhos. Garanto a vocês que nenhum pai ou mãe ficaria “satisfeito e felizes” em ter um filho homossexual. Todos nós amamos nossos filhos e queremos que sejam felizes, que sofram menos, que chorem menos.
A única “diferença” é que pais e mães homossexuais estão constantemente preocupados em mostrar aos seus filhos, sobrinhos e filhos de amigos, que cada ser humano é único, que os sentimentos e sensações são direitos de cada um.
A “diferença” é que pais e mães homossexuais não expulsam seus filhos de casa por eles estarem felizes por se relacionarem com uma pessoa do mesmo sexo. Não teríamos vergonha de nossos filhos!
 No nosso país:
- Homossexuais são impedidos legalmente de criarem filhos em comum justamente porque as pessoas acham que as uniões não são sérias, que são relacionamentos baseados única e exclusivamente em sexo, e que são desfeitos por outra coisa melhor, ou diferente, a cada final de semana. (ufa! isto mudou desde 2005!)
- Homossexuais não podem criar filhos porque são impedidos de se unirem perante a lei de um país que se diz laico, e também porque são impedidos de construírem um patrimônio em comum para garantir o futuro de seus filhos como outras famílias fazem.  (isto também mudou )
- Homossexuais não devem criar crianças, biológicas ou adotivas, porque os homossexuais querem dominar o mundo e impor seu modo de vida a toda a população. Os homossexuais querem se tornar o segundo sexo. (alguns ainda pensam assim,  isto não mudou!)
- Homossexuais não podem ajudar outros seres humanos a se estruturarem, a crescerem, pois eles são seres humanos desestruturados, promíscuos, sem moral, sem ética. (alguns ainda pensam assim,  lamentavel!)
Enquanto essas crenças, que você mesmo me ajudaria a derrubar com um pequeno sopro de bom senso e inteligência, sobreviverem, as nossas crianças continuarão a sofrer.
Enquanto as pessoas se convencerem disto, os filhos homossexuais de pais heterossexuais continuarão com medo de que seus pais deixem de amá-los se eles souberem a temida verdade.
Enquanto tudo isso não mudar, os filhos de pais e mães homossexuais continuarão sendo olhados com o canto do olho, em busca de algum “sintoma de anomalia”.
E para você? Filho de peixe peixinho é?

(esta é uma reedição de um post de 2005..que parece totalmente "demodê" hoje em dia,
o que me parece muito bom!)

3 comentários:

  1. Anônimo12:01 AM

    Não existe uma única causa específica para a homossexualidade. Pura genética? NÃO! Pura influência familiar? Também NÃO! Uma causa sociológica? NÃO.
    Não se pode negar que talvez exista uma interação desses três fatores no surgimento da homossexualidade o que cá entre nós não é de importância alguma já que a homossexualidade existe desde o início da história humana.E buscar a origem da homossexualidade me parece a busca pelo santo Graal....
    As justificativas apontadas por você contra a adoção homossexual são de cunho tendenciosos e moralistas, porém deve-se, no mínimo, questionar se o movimento para a adoção homossexual não está adquirindo contornos um tanto radicais. Quando penso em adoção, penso em primeiro lugar na possibilidade de uma criança poder readquirir o afeto familiar que lhe foi negado e assim florescer como um indivíduo cercado de uma estrutura que não vai dar somente proteção a ela, mas também afeto genuíno. Qualquer casal ou pessoa que queira adotar deve estar minimamente preparado para lidar com uma criança que virá carregado de problemas de rejeição e abandono. Por um lado o homossexual que esteja consciente de sua experiência de abandono e rejeição ( e todos nós temos esses dois "amigos" na nossa vida) poderá ser um ganho fenomenal para saber lidar com esses sentimentos em uma criança. Nada melhor para curar uma pessoa abandonada e rejeitada do que alguém que conhece esse abandono e rejeição e soube trabalhar esses dois sentimentos de maneira positiva e transformadora. Porém, assim como ocorre com a adoção heterossexual, podemos encontrar casais e indivíduos que sentem a necessidade de adotar uma criança não como um desejo genuíno, mas como uma forma de mascarar questões como o falso altruísmo ou mesmo questões de uma vaidade extrema. Joan Crawford que o diga....e sua filha quando escreveu a biografia "Mommy dearest"!
    É inegável que a homossexualidade "per se" NÃO é fator para impedimento para uma adoção, mas deve ser levado em consideração o ser humano que habita por trás de sua sexualidade e a forma como ele/ela se posiciona perante ela para que possa lidar amorosamente e positivamente com uma nova vida.
    Ser filho/filha adotivo de um casal ou indivíduo homossexual não determina a sexualidade da criança, mas a presença do amor ou do não amor genuíno nesse casal ou indivíduo determinará o crescimento emocional dela.
    bjs

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  2. Todas as justificativas são toscas e não me surpreendem, já que são oriundas de um país governado por uma emissora de TV e que se orgulha de ter a maior população cristã do mundo. Mas cá entre nós, com todo esse preconceito, eu ainda acho muita " barra " pra uma criança lidar com isso nesse contexto todo. Ainda mais com essa onda de bullying.

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  3. Perfeita a análise e a percepção do José Antônio ... nada a acrescentar ...

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