24 de fevereiro de 2017

Ser quem você precisa ser...

Minha pergunta:

Você é, para seus amigos, o amigo que eles precisam?
Você é, para seu namorado, seu marido, o cara que ele precisa que você seja?
Você é, para seu filho, sua filha, o pai que ele precisa?
Você é o pai, o irmão, o sobrinho que as pessoas precisam?

Eu sei que quando pergunto isso sua reação pode ser: "Que absurdo eu sou sempre a mesma pessoa, eu sou como eu sou, eu não tenho que ser como as pessoas querem!".
Tá, em princípio eu concordo com isso. Eu não vou ficar me modificando, fingindo ser outra pessoa, só para estar com alguém, mas eu não estou falando disso, eu estou falando de pessoas que você gosta, que você ama, que você quer, de algum forma, ajudar ou ver bem.

Você não tem aquele amigo que você precisa ligar de vez em quando, ou mandar uma mensagem, um oi, para ele não ficar triste, achando que você não lembra dele, que não gosta dele?  Mas também tem aquele dia que você tem que ligar para dar "um puxão de orelhas nele", trazer ele de volta para o planeta Terra não tem?
E para quem você se relaciona, quem você namora, está casado, não tem vezes que você tem que mostrar entusiasmo por uma coisa dele, que ele gosta muito, para deixar ele feliz? E não tem outras vezes que você tem brigar com ele, impor uns limites?
E para os filhos? Tem o dia que você tem que ser super compreensivo e acolhedor, para amortecer as dores do crescimento, mas também tem o dia de dar uma segurada, ser mais rigido e exigente para poder lhes dar o chão que ás vezes perdem não é?
E o mesmo vale para seus pais, seus irmãos, e tantos outros que gostam de você, de quem você gosta, cuja presença "acrescenta valor" uns ás vidas dos outros! Você, além de ser você mesmo, precisa ser um pouco do que as pessoas precisam que você seja não é mesmo?

É claro que algumas vezes "ser o que o outro precisa" não vai deixar o outro feliz, porque ás vezes você precisa fazer uma critica, reclamar da atitude, impor limites, e o outro não vai gostar disso, mas "ser o que o outro precisa" não é um concurso de popularidade. Se o outro percebe que estes momentos de critica também são de apoio, são criticas porque você gosta dele, ai sim está tudo certo, você está realmente sendo quem o outro precisa, no momento certo, do jeito certo.

Acho que isso faz parte do processo de aprender a amar as pessoas, conseguir sair de "você" e ser um pouco "do outro", da maneira que o outro queira te "usar", no  bom sentido, porque você está "se deixando usar". 
Penso que a gente não consegue ser o que outro precisa se um dos dois é muito egoísta, porque não será uma relação de troca, pois o egoísta vai pensar, de alguma forma, que você tem "obrigação" de fazer aquilo e que ele não tem que lhe dar nenhuma retribuição. Veja, eu não estou dizendo que a gente faz porque espera retribuição, mas a gente sabe que em algum momento aquela pessoa vai ter poder nos ajudar... será quem nós precisaremos que ela seja.

"Ser o que o outro precisa" é uma das bases de um bom relacionamento, de qualquer tipo. Mas eu diria que você só consegue ser do jeito que o outro precisa se você estiver bem com você mesmo, com quem você é. Se você não se sente bem sendo "o que o outro precisa", se isso te agride, se você não sente que isso melhora a relação de vocês, ou , pior ainda, se você faz pelo outro apenas para manter o outro preso - ou dependente - de você, então, "ser como o outro precisa" não está adiantando nada, não é bom para nenhum dos dois.

Você concorda? Você sabe ser quem o outro precisa? Ou acha que isso não é importante?






8 comentários:

  1. Não gosto deste expressão: "Ser quem o outro precisa". Para mim ela está carregada de conceito cultural, um tanto quanto hipócrita, de uma moral judaico-cristã. Não acho que temos que ser nada em relação ao outro. Devemos ser sempre e sempre, em qualquer situação, em qualquer momento "nós mesmos", o original. Dentro disto então procurar ser compreensivo, tolerante, cooperativo e amigo mas sem perder nossa identidade. Ser tudo isto ao nosso modo, sem violentar nada do que somos pelo simples fato de que precisamos satisfazer o outro, seja ele quem for. Se for um ente querido então, isto vale mais ainda, pois entendo que, pela intimidade existente, um deve conhecer tão bem o outro a ponto de saber de suas capacidades, seus limites, seu modo de ser, de sentir e de agir.
    Sempre procurei e procuro agir assim. Estar sempre presente de quem eu gosto e de quem desfruto intimidade, em todos os momentos, em todas as circunstâncias mas sempre segundo o meu modo de ser.

    Uma instigante discussão esta que você propôs queridão ...

    Beijão

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  2. Anônimo4:17 PM

    Acho que passamos grande parte da vida aprendendo a ser assim. Não é fácil, por vezes, sermos quem os outros precisam. Entra muita densidade e profundidade nessa resposta. Tudo vai variar conforme as pessoas, a maturidade emocional, o sentimento, etc.

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  3. Os meus sobrinhos adoram-me, isso conta?

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  4. Anônimo5:47 AM

    Você descreveu a compaixão! É sim.....ela é necessária para que todo relacionamento seja seguro e seja sólido em tempos de individualismo grandiloquentes!

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  5. Eu concordo com basicamente tudo o que o Paulo Roberto disse.
    Não sou aquela pessoa que chega nos outros, puxa a orelha e faz ´´Ai! Ai! Ai!`` só pra demonstrar que se preocupa. E nem gosto que façam isso comigo.
    Claro que se um amigo estiver fazendo alguma coisa errada, nada me impede de tentar mostrar o erro a ele. Mas vamos lembrar que, em alguns casos, nem adianta mostrar o erro. A pessoa vai querer fazer aquilo de qualquer jeito e ponto final. Principalmente quando existe algum tipo de sentimento profundo envolvido.

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  6. Anônimo6:24 AM

    Olah!! :)
    Td bom??

    Sou o jovem de 16 anos q deixou o desabafo http://paigay.blogspot.com.br/2016/05/1-2-3-4-5-6-7-8-9-10-11.html?showComment=1464622181489#c5765132744862902144

    Vim contar uma super novidade tô trampando consegui trabalho!!

    Eh uma vaga temporária da Páscoa de 1/2 período por eu ser menor e também p/ continuar estudando.

    Salário eh piso legal da função ainda ñ dah p/ me bancar sozinho mas eh um bom começo pois eu vivia aflito por ñ conseguir trabalho.

    Nessa empresa tem um programa especial p/ jovens e passado o meu período temporário tenho boa chance de continuar trampando e talvez ter uma boa oportunidade na empresa.

    Nos meses q passaram consegui me controlar bem, me entender melhor, me aceitar mais, sigo na segura proteção do armário enquanto trabalho e estudo.

    Vai demorar mas vai chegar o dia q eu possa viver sozinho e ñ ter mais medo da minha família homofóbica.

    Tô mais seguro, tô mais maduro, ficarei bem. :)

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  7. Sou o amigo que meus amigos precisam. sem sombra de duvida. e sempre em diferentes registos.

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  8. Eu sou um bom amigo e poderia ser para mais pessoas mas não me conhecem a esse ponto.

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