Li no jornal desta semana:
28 milhões de brasileiros convivem com as drogas
Estudos realizados pela UNIFESP ( a famosa Escola Paulista de Medicina) apontam que existem mais de 8 milhões de dependentes químicos no país e considera que para cada um deles existem pelo menos 4 pessoas afetadas pelo problema (incluindo familiares)
Esta semana aconteceu a festa de formatura da minha pequena. Eu levei e ficou acertado que o pai da amiga B iria buscá-las na hora que acabasse a festa. La pelas 6(!) da manhã.
Quando eram 4 e meia meu celular toca:
- Pai, você pode vir me buscar? A B passou mal de tanto beber, entrou em coma alcoólico e o pai dela veio aqui buscar ela, então eu estou sem carona para ir para casa. (!!! Opa)
Perguntei se ela queria vir embora ou ficar um pouco mais. Ela me disse que estava muito chateada com a BFF (1) dela e que estava sem pique de aproveitar a festa mais. Eu interrompi.
- Fique um pouco mais querida, tente aproveitar sua festa, sua amiga está com o pai e está bem, não se chateie e aproveite sua festa com seus outros amigos... Ela ficou, e fui buscar ela ás 8 da manhã!
Pelo que sei minha filha não bebe e é bastante centrada na questão dos excessos (menos com o excesso de tempo nas redes sociais) mas mesmo assim achei que o fato era uma boa oportunidade de falar sobre bebida, drogas e temas relacionados e foi sobre isto que conversamos no dia seguinte.
Aqui cabe um parênteses: eu tenho que assumir que sou o que há alguns anos era chamado de “CAXIAS”
Ou seja, sou um cara que nunca fumou, nunca usou drogas e nunca bebeu (habitualmente). Minha filha mesmo diz: “pai, você é muito NERD, nem sabe o que é isto”...
Então, de certa forma, eu ficava meio receoso porque achava que os pais que experimentaram e/ou exageraram um pouco mais, que transgrediram e se rebelaram, tinham mais propriedade e vivência para falar sobre isto. Achava que um filho ia ouvir melhor quem já experimentou de tudo e realmente podia dizer se era bom ou não!
Mas depois de um tempo eu entendi que na realidade os meus valores são tão válidos quanto quaisquer outros, e que na realidade obstetras não precisam engravidar para falar de parto, padres não precisam casar para falar de casamento e psicólogos não precisam se matar para falar de suicídio (!)
O que eu passei para a minha filha foram meus valores “caretas”. Sobre os males do fumo, como age a cocaína e o crack e seu mal, sobre a importância de fazer sexo seguro. Claro que cada coisa na sua idade, pontuando as coisas que aparecem nos filmes, o que vemos nas ruas, as noticias de jornais, as estórias de famílias e amigos.
Ser “careta” pode não ser “legal”, mas eu gosto de ser careta!
E você ? Faz o tipo Caretão? Como age ou agiria com seus filhos?
E você ? Faz o tipo Caretão? Como age ou agiria com seus filhos?
(1) BFF = BEST FRIEND FOREVER para quem não sabe...
(2) Definição de CAXIAS: Substantivo masculino e Adjetivo , Bras. Pop. Diz-se de, ou pessoa que é muito certinha, pessoa estudiosa, pessoa educada, que cumpre com extremo escrúpulo as obrigações do seu cargo.