14 de junho de 2010

Para que servem os grupos?

Neste fim de semana, os grupos de que faço parte de alguma forma, estiveram envolvidos em discussões para lá de interessantes, eu diria até estimulantes.
O Grupo de Pais Homossexuais, coordenado pelos psicólogos Vera Moris e Edson Efendi, discutiu a relação dos pais com as ex-esposas, com filhos e companheiros. O interessante é que os companheiros foram convidados a participar pela primeira vez, para se pudesse ouvir também o lado deles, em especial sobre a divisão de tempo e atenção.
Já no Grupo de Adoção - Projeto Acolher - houve a palestra da geneticista Fernanda Jeehe, que expôs o real peso da questão genética na formação das pessoas e o quanto isto deve ser determinante no processo de escolha de um filho por adoção.
Por último, o Projeto Purpurina, coordenado pela incansável Edith Modesto, abriu a discussão para os relacionamentos, os namoros e o sexo, tema muito propício para a semana dos namorados justamente num grupo que lida com adolescentes homossexuais.

Para mim os grupos de apoio, com se caracterizam os tres que citei, são fundamentais no apoio ao desenvolvimento das pessoas. Primeiro porque de certa forma, as pessoas se sentem menos sozinhas, pois no grupo podem se reconhecer no outro, se assemelhar ao outro, e por mais que gostemos de ser únicos e exclusivos, nos reconfortamos quando somos "iguais" a outros, em especial no que pode a princípio ser nossa fraqueza.
Depois porque nestes grupos as pessoas, entre iguais, tem oportunidade de abordar assuntos que dizem respeito a seu mundo mas que tem paralelo com as experiências de outros, o que pode siginificar um aprendizado, uma compreensão, do seu mundo a partir da visão do outro.
Como são pessoas em situações parecidas fica mais fácil estabelecer um diálogo, mesmo pessoas com níveis de escolaridade e social bastante diferentes, elas tem um "idioma" em comum, um assunto em comum, que permite que durante alguasm horas elas convivam em estdo de igualdade.
Com isto tudo as pessoas acabam se encontrando com a verdade, a sua propria verdade, muitas vezes nas suas próprias colocações, muitas vezes nas colocações dos outros, ouvindo verdades que são comuns a todos...

Eu acho a ideia dos grupos de ajuda mútua muito estimulantes, e você faz parte de algum?

2 comentários:

  1. gostaria de participar de algo assim... parece realmente ajudar as outras pessoas.

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  2. Na minha opinião, os grupos de apoio são INDISPENSÁVEIS, pois eles cuidam de problemas em duas frentes - A primeira é proporcionar um espaço de convivência, onde as pessoas podem se sentir seguras pra se expressar livremente, e trocar experiências. A segunda é do ponto de vista de fomentar a militância, que a despeito do discurso moderninho de que "militância é coisa do passado", ainda é MUITO necessária.

    participei durante muitos anos do grupo Estruturação, em Brasília, e isso foi CRUCIAL na formação e fortalecimento da minha auto-estima como homem homossexual. Não sei, sinceramente, que tipo de pessoa seria hoje sem essa vivência.

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