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20 de julho de 2015

Nem sempre podemos fazer como Sofia...


Ontem a noite  me aconteceu um episódio interessante...  Uma pessoa que conheci lá pelos idos de 97/98 me re-encontrou... na realidade eu já tinha re-encontrado ele uns três anos atrás, bem depois que eu tinha me separado... .. ele tinha meu contato e me mandou uma mensagem...
Ele foi um cara pelo qual me interessei lá no século passado, um professor, uns 10 anos mais novo que eu, bom de papo, que parecia alma boa. Saímos "um par" de vezes, mas ele não quis engatar nada comigo... #rejeitado! 
Pelo que me lembre (lembrar não é o meu forte) ele tinha uma situação não resolvida com um relacionamento anterior, com idas e vindas, e não tinha espaço para algo novo, no caso eu... Nem tivemos nada mais sério, mal trocamos uns beijos...
Ele entrou em contato porque tinha encontrado uma carta e um cartão que eu tinha dado para ele no meio de uns guardados (eu até tenho medo de fuçar nos meus  guardados!). Na época eu dei de presente para ele a biografia da Clarice Lispector, que tinha sido recém lançada e  que ele curtia.
Conversamos um pouco por mensagem, com a clássica promessa "vamos marcar um café"...

O episódio, com cara de "deja vu", me deu um pequeno "insight" sobre esta questão das escolhas, e eu até comentei com ele... - Imagina como nossas vidas seriam diferentes se tivéssemos feito outras escolhas anos atrás... (se bem que eu estava "alfinetando" o fato que ele não me "escolheu" na época! rsrsrs)
Ele argumentou, e eu concordei, algo como não existirem "escolhas certas e escolhas erradas, pois o importante é o que se aprende com elas" ... foi uma conversa boa e divertida... com ele concluindo que a "vida é como um paciente do CAPS, sempre sendo internada e recebendo alta"

Para mim todo dia exercemos nosso poder de escolha, quase a todo minuto, acordar, sair da cama, comer, comer o que, comprar... mas principalmente precisamos escolher AMAR e NOS DEIXAR SERMOS AMADOS... e isto não só falando de amor entre uma dupla, amor de casal (ou trio ou outra configuração) mas todo dia, a todo momento, escolhemos AMAR e NOS DEIXAR SERMOS AMADOS pelos amigos, por algum colega de trabalho, por nossos pais, filhos e irmãos. E eu penso que AMAR alguém talvez seja mais espontâneo, mas deixar SER AMADO requer um pouco mais de trabalho... e talvez assuste mais...

Talvez assuste porque você sempre ouve Saint Exuperry sussurrando no seu ouvido quando percebe que está, por pouco que seja, impactando a vida de alguém. Talvez assuste porque ás vezes você não pode - ou não quer - retribuir. Talvez assuste porque não nos achamos merecedores daquela forma de amor.
Eu demorei muito para aceitar, ou entender, que eu era uma pessoal "legal", que tinha gente que gostava de mim apenas pelo que eu era, e não pelo que eu fazia pela pessoa, eu demorei para me permitir SER AMADO... mas acho que demorei principalmente porque AMAR é uma coisa muito presente em minha vida, e talvez eu fosse mesquinho em achar que "só eu sabia amar"...
A primeira coisa que começou a me ensinar a ser amado foi a paternidade, mas mesmo assim eu demorei para acreditar que não era um amor só baseado no "cuidado" e "no que eu fazia", demorei a entender que era o mesmo amor que eu sentia... eu me deixei SER AMADO e me tornei um melhor pai.
Resultado de imagem para sophie's choice
Meryl Streep - maravilhosa sempre -
ficou, durante anos, com fama de
"chorona" por causa deste filme!
Mas quem colocou uma "pá de cal" foi mesmo o Mr. Jay, que me ensinou que alguém pode me amar mais do que eu amo a pessoa... como ele sempre faz questão de me dizer, e me provar... Com ele eu aprendi a ME DEIXAR SER AMADO.

Sofia teve que fazer a que pode ser considerada a mais difícil das escolhas, tanto que o nome da personagem virou sinônimo de escolhas difíceis, mas talvez a escolha de SE DEIXAR SER AMADO seja a mais difícil...

E você? Já aprendeu a SE DEIXAR SER AMADO? Ou acha que isto não é uma escolha?


23 de novembro de 2013

Decisões para TODA a vida!


Sabendo que eu sou pai por adoção muitas pessoas chegam até mim e dizem: Eu adoro criança! Estou até pensando em adotar!
Eu dou o "maior apoio" digo para as pessoas irem em frente, mas eu sempre brinco dizendo: que ser pai é uma aventura maravilhosa, mas é uma aventura para poucos!
E completo brincando: se você gosta REALMENTE de crianças, vai trabalhar numa creche!

Os filhos crescem!

E conforme eles vão crescendo você vai aprendendo a SER PAI, ou melhor, você vai modificando o seu SER PAI. Porque aprender, aprender mesmo, acho que ninguém aprende! Aprendemos a ser "o pai possível"! Diferente do pai que você tinha sonhado que seria! Mesmo se você tem mais de um filho, você sempre vai ter que aprender a ser o pai que seu filho precisa!
Em casa estamos passando por uma fase bem especial, minha filha fez 17 anos, terminou o colegial (detesto falar 2o. grau ou ensino médio) e tem que escolher uma profissão! E está com todo aquele peso de tomar uma decisão que vai durar a vida toda! O primeiro passo em sua caminhada profissional!
Eu acho que eu fiz um bom trabalho como pai, sempre me preocupei em deixar ela fazer as próprias escolhas e sempre fiz com que arcasse com as consequências. Apesar de ser bastante protetor...
Mas eu fico pensando se eu poderia ter ajudado ela a se preparar mais para este momento. Se eu poderia ter mostrado mais coisas da vida para ela ter mais instrumentos para tomar as suas decisões.
Da minha parte eu tenho dito duas coisas:
Primeiro que ela pode escolher a carreira que lhe interessar, que temos a sorte de eu ter um bom trabalho e poder arcar com esta escolha dela, arcar com os gastos enquanto ela estiver estudando. Digo que ela estar fazendo uma coisa que gosta é 80% de chances de ser bem sucedida e se sentir realizada.
Em segundo lugar eu digo para ela que, apesar de parecer, a escolha dela não é "para sempre", que ela pode (e vai ter que) fazer novas escolhas profissionais em toda sua vida, e que ela pode manobrar muita coisa ao longo dos anos, e até cito minha trajetória profissional como exemplo, que comecei num área e estou em outra bem diferente hoje em dia.
Falo para ela sobre a IMPERMANÊNCIA, a IMPONDERABILIDADE, e sobre as coisas que estão fora do nosso controle.
Mas estes são argumentos de alguém que já passou por isto...  para ela é importante entrar numa faculdade "de ponta" para trabalhar e ficar rica e se aposentar antes dos 40 ( quem não pensou assim!). Ela quer estudar em uma universidade pública pois "é pão-dura e se recusa a pagar 3 mil por uma faculdade boa".  Aliás "faculdade paga é para mauricinho filho de papai" segundo ela.
Então eu tenho que usar o que já aprendi : a gente pode proteger nossos filhos de muitas coisas, mas nunca vai impedir que eles sofram, que se sintam frustrados, e foi difícil entender isto como pai! Eu tive que aprender (ainda estou tendo) que eu não posso proteger ela de tudo, que não tenho controle sobre tudo e que não vou estar com ela em todos os momentos. Eu tive que aprender que eu tenho que mostrar que "estou por aqui", mostrar que quando ela estiver indo em direção ao futuro dela e ela der uma olhadinha para trás ela vai poder me ver, mesmo que eu esteja lá no fundo da sala com os olhos marejados (babão, preocupado e orgulhoso)
Para ser pai você tem que aprender a fazer seus filhos confiarem em você! E isto já é o suficiente para eles confiarem neles mesmos!
Bom hoje tem FUVEST, ela tem estudado bastante (podia ser um pouco mais), vamos torcer!
E você, quer ter filhos ou trabalhar na creche? Ou nem trabalhar na creche?  =0)

29 de agosto de 2013

E como ficam os filhos ?

Só que, só que, só que.... eu não sou um cara sozinho, solteiro, procurando um namorado, um relacionamento, eu sou um cara, homossexual, que também tem uma filha, que estava procurando um namorado...
E ai existem pequenas nuances que precisam ser levadas em conta:

- primeiro, que minha criança conviveu por 10 anos com meu ex. Ele nunca assumiu a posição de "co-pai", eu mesmo não fiz questão que acontecesse, preferi que ele assumisse a postura de "namorado do pai e amigo da filha", a paternidade era um projeto meu, e quando ele chegou em nossas vidas os laços já estavam estabelecidos há anos.
Mas de certa forma, quando eu me separei eu fiquei preocupado em como seria para ela, com seria esta quebra de laços.Esta é uma preocupação de todos que tem filhos não? 
Eu posso dizer que foi super tranquilo, ela já era uma pessoa bem especial e madura para seus 16 anos, e assumiu rapidamente a posição de me apoiar, de estar do meu lado, nesta transição. E torcer autenticamente pela minha felicidade.
Ela ficou triste, sentiu falta, mas tirou de letra.

- a segunda coisa é a hora de contar! Não, não é a hora de contar que eu sou gay, é a hora de contar para o cara que eu tenho "um pacote mais completo e complexo". Eu normalmente omitia isto num primeiro contato, num primeiro papo ou encontro, e foi uma medida acertada, porque muitas vezes eu nem passei da primeira conversa, e não tinha motivo para eles nem levarem esta informação com eles.
Eu até dava uma certa sondada durante a conversa, falava se o cara tinha vontade de ter filhos, ou de amigos e amigas homossexuais que tem filhos. Para alguns eu contava no dia seguinte ao primeiro encontro, por tel, por skype, como forma de poder perceber se isto poderia fazer parte do relacionamento na cabeça do cara.
E muitos que contei nem teve o segundo encontro.
Mas entender e aceitar isto era fundamental para os passos seguintes...

- a terceira questão, quando se tem filhos é, em que momento você vai "introduzir" (desculpe o trocadilho) o pretendente na família...em que momento vc apresenta o namorado novo aos filhos. E este dilema dezenas de divorciados e separados heteros tb tem que enfrentar.
Eu não sei se existe uma fórmula matemática para isto, mas eu resolvi que só o faria depois de estar genuinamente envolvido com a pessoa ( coração e não apenas tesão) e depois que eu pudesse ter algum grau de certeza de que a pessoa não ofereceria nenhum tipo de "risco" á minha cria. 
Ou seja, não dava para levar qualquer um para casa. 
Mas também era importante preparar o terreno, e para isto eu adotava o método "o gato subiu no telhado",ou seja, ir preparando ela aos poucos. (não conhece a estoria do gato que subiu no telhado? clique aqui)
Eu só apliquei este método duas vezes, pois apenas apresentei aquele oriental de quem falei no post  JAPAN POP SHOW e o meu namorado atual. O método consiste em, primeiro mostrar a ela que estou saindo com alguém legal, comentar aonde fui, o que fui assistir, onde jantei, onde passeie. depois ir pontuando algumas características e gostos do dito cujo. E eu tb ia fazendo isto na outra ponta, contando para o cara a rotina de casa, as estorias de casa, mostrando fotos... enfim, um processo de aproximação.

O importante é que ambos percebam que tem espaço na minha vida para ser pai, para ser namorado, para ser profissional, para ser amigo de outras pessoas, para ter tempo para mim.

E acho que eu consegui fazer isto, especialmente porque as pessoas envolvidas, minha filha e meu namorado , são pessoas especiais! E gostam muito de mim....acho    =op



Sobre meu namorado atual? Curioso?
Bom, como eu retomei o meu blog recentemente, eu quero continuar o fio da meada do meu diário pessoal, para então chegar nele, pois eu cheguei nele depois de um processo de luto e evolução, que quero dividir com vcs ok? topam esperar mais alguns posts para eu chegar no momento atual? OBRIGADO!


15 de janeiro de 2013

Pai Gay, Filhos e Filhas, Namorados e Novas Relações

Neste sábado, 19 de janeiro de 2013, o GRUPO DE PAIS HOMOSSEXUAIS coordenado e dirigido pela Psicologa VERA MORIS e pelo Psicólogo Edson Efendi fará sua primeira reunião de 2013.
Este encontro é aberto inclusive a convidados!
Você já me viu falar sobre este grupo! Ele surgiu a partir da pesquisa de Doutorado que a Vera Moris fez ( e eu fui um dos entrevistados) sobre o convívios de homens homossexuais e seus filhos. Os grupos (rio e sp) se reunem mensalmente sempre com temas referentes a este universo.
Acho que a  conversa deste sábado va ser interessante, porque é um grande problema dos homens que tem filhos em relações heterossexais e depois de entenderm-se gays querem integrar estes dois mundos..o que muitas vezes gera conflitos, decepções, triseza..
Mas, por ouvir tantas e tantas estórias, quero dizer que a grande maioria no final tem resultados positivos...
Como disse além dos membros do grupo este encontro é aberto a convidados, além dos membros efetivos do Grupo, por isto, se você pensa em ter filhos ou está numa relação com alguem que tem filhos, talvez seja uma boa idéia participar.
Fale com a Vera pelo email vemoris@uol.com.br

Para saber mais vá ao site do grupo: HOMOPATER

11 de novembro de 2012

ADOÇÃO - é sempre bom estar preparado!

No úlimo sábado participei da reunião do HOMOPATER, o Grupo de Homens Gays e Pais coordenado pela psicóloga Vera Moris. Ela me chamou para participar da reunião pois os tema era justmente a PATERNIDADE, em que momento e de que forma surge a Paternidade, quais são nossas principais preocupações na criação de filhos....
A conversa foi muito, muito, muito, interessante, pois reuniu homens que tem filhos das mais divesas faixas etárias, desde crianças, até filhos adultos com 30/40 anos, além de um casal de homens que esta no processo de adoção de uma criança.
Falou-se muito das expectativas que temos em relação aos nossos filhos, de nossos mêdos, de nossas angustias como pais, desde a violência urbana, virgindade, futuro, estudo, carreira... um papo muito interessante em que duas horas foram pouco!
Com relação aos homens que adotam e pretendem adotar, eu deixei minha sugestão. É muito importante que participem das reuniões de grupos de adoção, elas são super importantes para preparar as pessoas, para conhecer mais sobre o assunto, para ver o que acontece em outras familias, em outras adoções. Porque as sitações são particulares e não tem manual!
Mesmo para quem ainda não deciciu, que só esta pensando, é legal participar, isto pode ajudar a tomar decisões. E olha, os homens e mulheres, solteiros ou não, homossexuais ou não, são muito bem vindos nestes grupos!
Vai aqui a dica dos grupos aqui de sampa:

PROJETO ACOLHER - reuniões na região de Santo Amaro

PROJETO ACALANTO- reuniões na região da Freguesia do Ó

GAASP - Grupo de Apoio á Adoção de São Paulo - reuniões na região de Vila Mariana




29 de novembro de 2011

as respostas de nossos filhos.... (1) pode rir!

7:30 da manha, num dia qualquer

No caminho para o colégio ela foi sem dizer uma só palavra, retocava a maquiagem no espelho , enquanto tinha os ouvidos plugados no Ipod....
Sem dizer uma só palavra....
Eu me senti um pouco desprestigiado...no silêncio de minha função de motorista:

- Poxa filha, você veio o caminho todo sem falar uma palavra com o papai, que chato!

Ela olhou lentamente para mim...tirou os fones de ouvido, e me disse com cara de "fastidio":

- Ah pai! Eu não tenho assunto a esta hora da manhã!

!!!!
durma com um barulho destes! mas, no fim das contas...é divertido ser pai de adolescente...

20 de novembro de 2011

não atualiza...e dá lhe bronca!

Ontem numa festa encontrei um amigo, Thiago +++ , também blogueiro, e "tomei uma chamada" por fazer tanto tempo que não atualizo meu blog! Mas foi uma chamada com carinho, dizendo quanto gostava de ler minhas coisas e que eu devia voltar a postar!
Além do problema que todos tem de falta de tempo, que poderia usar como desculpa, na realidade foi um misto de mudanças da vida, desorganização, reorganização e perda de entusiasmo.
Eu sinto que quando este blog começou, em maio de 2005 (!), a comunidade GLBT tinha poucos recursos, e falava pouco, da paternidade gay,  das relações dos gays e suas famílias, cenário que mudou incrivelmente nos últimos tempos.
Surgiram vários grupos, vários blogs, o espaço na midia, na dramaturgia, (se bem que ainda não vi pais e mães homossexuais nas novelas) , tudo isto andou bastante.
Até mesmo as leis, não através dos nossos inéptos legisladores, mas por meio do STF, deu passos largos.
E ai eu fiquei com a sensação de "passar o bastão" para outros que podiam falar melhor sobre estes assuntos. Mas não estava triste não, sempre me senti feliz pelo blog ajudar gente a falar sobre o assunto, divulgar coisas que aconteciam, fazer gente se encontrar, grupos se fortalecerem. Feliz e orgulhoso do trabalho de formiguinha que sempre defendi!
Para os amigos, e curiosos (rsrsrs) atualizo: Minha filha agora tem 15 anos, meu casamento já vai para 10, minha terapia continuo, meu trabalho deu um "360", não tô conseguindo emagrecer - alíás engordei de novo depois do fatidico assalto - minha militância tá meio adormecida também...
Agradeço a todas as mensagens que tenho recebido neste periodo, gente que se preocupou comigo e ficou curioso, espero que estejam todos bem também!

Beijos a todos e um especial ao Thiago , que me aproximou de novo do blog! Aliás, ele me contou que deu uma entrevista que vai ser publicada na nova revista do Andre Fischer/ MixBrasil. Quero Ler!

30 de maio de 2010

5 anos de HOMEM, HOMOSSEXUAL E PAI !

Hoje , 30 de maio, este blog completa 5 anos! Foram mais de 220 mil visitantes! Mais de 600 posts, uma média de 1 post a cada 3 dias...
Eu confesso que nem achei que ia chegar tão longe, a idéia inicial era aglutinar, fazer pensar, matutar, dividir sentimentos e experiencias...
De todas as mídias sociais que surgiram neste período, o Blog é o que ainda mais me encanta, e entusiasma, é um espaço maior, em que podemos dosar algo pessoal e algo reflexivo. No mundo "blog" conheci e li sobre muitas ideiais interessantes, muitos desabafos de muita gente, um verdadeiro mundo paralelo, mundo anonimo.
E a força do blog se provou mis de uma vez, gente que encontra grupos, gente que discute e divide opiniões!
Não tenho planos de encerrar, nem de diminuir o ritmo, acho que manter um blog tem sido uma experiencia muito boa, tenho aprendido muito, acho que vou ficar por aqui pelo menos mais uns 5 anos...

1 de março de 2010

Eu não conto para proteger eles!

Neste sábado participei de mais uma reunião do Grupo de Pais Homossexuais coordenado pelos psicólogos Vera Moris e Edson Efendi. Como sempre uma reunião descontraida mas com muito conteúdo, estiveram presentes vários homens, vários pais, com suas histórias, suas experiências e suas conquistas!

Desta vez a conversa girou muito em torno do momento em que os homens, que tiveram seus filhos a partir de relacionamentos heterossexuais, pensam em revelar sua orientação homoafetiva a seus filhos.

Tudo começou quando um dos presentes, disse que estava disposto a contar aos filhos e queria dividir conosco a "estratégia" que tinha bolado para dar cabo á questão. No caso dele, ele estava esperando seu relacionamento recém-iniciado estar um pouco mais "firme" para contar com o apoio do companheiro para a empreitada.

Aliás, esperar estar num relacionamento estável para contar, ou seja, o pacote completo, é a decisão de muitos homens, especialmente se o companheiro for um cara legal e amistoso com as crianças - mas umcontou justamente o contrário, que ele nunca tinha contado porque o companheiro não apoiava, mas por outro lado, ele percebeu que se ele realmente quizesse contar ele jáo teria feito.

Um dos amigos até "contou e descontou", ou seja, contou para o filho, mas ficou tão ansioso com as perguntas e cm a situação com a criança que acabaou "recontando" dizendo que era "brincadeira"...

Outros, que tinham filhos mais velhos, contaram de chofre, começando pelo fiho mais "mente aberta", indo até o filho que aparentemente era mais racional e inflexivel (e este pai ficou muito surpreso quando foi justamente este filho que o aceitou mais rapidamente)

Uns contaram para a familia toda e criaram um ambiente emque a criança pudesse falar abertamente e ter bastante certeza que aquilo não era algo errado, nemum segredo (meu caso)

Mas muitos, muitos, estão adiando este momento, alegam que não querem ver seus filhos sofrerem, que não querem que seus filhos tenham que lidar com esta situação dificil que nem eles mesmos ainda sabem lidar. Não contam para pais e mães para protege-los, nem falam disto com irmãos e cunhadas, para protege-los, para não consstrangê-los, numa postura muito mais dentro do armário ainda.

Ou seja, aprendemos com cada historia de vida, cada experiência, cada angustia!

A partir dos métodos que cada um empregou, dos planos que cada um levou a cabo, das desculpas que adotamos para assumir uma ou outra postura, percebemos que não podiamos prever os resltados das ações, e não podiamos confiar em fatores externos (como um namorado) para validar nossa orientação sexual.

Na realidade a grande conclusão que tiramos foi que o problema estava muito mais nestes homens assumirem suas posturas, suas personas e consciências, do que propriamente a alegada "proteção" aos filhos. Percebemos que ao não contar geramos uma grande mentira (ou ausência de verdade plena) entre o pai e seus filhos, o que acaba por prejudicar e criar muitas possibilidades positivas que surgem depois da revelação.

Os homens tem medo de perder o amor de seus filhos, tem medo que seus filhos se envergonhem e os rejeitem, os homens tem medo de perder o respeito dos filhos. Mas a Vera, com muito discernimento e clareza, nos fez ver que bons pais querem justamente isto, evitar que os filhos sofram,que tenham dissabores, e por isto tentamos proteger eles tanto, em especial quando o assunto tem um peso forte de tabú, como é a sexualidade das pessoas.

Para falar sobre isto, vários pais presentes, que revelaram a homoafetividade para seus filhos em diferentes oportunidades, e idades, deram depoimentos positivos. De historias que derma certo, de estorias de revelação que geraram relações entre pais e filhos mais verdadeiras e sinceras.

E você, que estratégia usaria para contar para seus filhos?

10 de dezembro de 2009

Grupo de Pais Homossexuais completa 2 anos!

Você sabia que não está só?
Eu ja falei algumas vezes do Grupo de Pais Homossexuais que se reunem mensalmente em Sao Paulo, não é? Pois este Grupo completou 2 anos em outubro! Este grupo reune homens homossexuais que tem filhos, em sua maioria advindos de casamentos heterossexuais anteriores, para discutir a relaçaõ com filhos, ex esposas, como contar aos filhos e outras coisas relacionadas.Muitas amizades se fizeram, muitos fantasmas evanesceran...para muitos dos que pearticipam do grupo.

Neste final de semana, no sábado, haverá a ultima reunião, e no dia seguinte um grande churrasco de confraternização! Se você tem interesse em participar das reuniões deste grupo entre em contato com a psicologa Vera Moris, que é quem coordena o grupo (vemoris@uol.com.br )



Mas como fazem os homens que nao moram em SP para poder tambem conversar e dividir suas questoes?
Para isto existe um grupo virtual de discussao e troca de ideias, no YAHOO Grupos chamado g-pai-h. Este grupo une homens de todo o Brasil, incluindo Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas, Interior de Sao Paulo...Para fazer parte voce deve acessar o email dos moderadores do grupo (vemoris@uol.com.br) ou (edsondefendi@uol.com.br) e pedir sua entrada. Eh um grupo fechado , com sigilo e confidencialidade.

17 de novembro de 2009

Seu filho sabe que você é gay!!!!?!!!?

Uma das grandes questões para os homens homossexuais que tem filhos, os tais "pais gays", é a maneira como a sua orientação afetiva e sexual é percebida e administrada pelos filhos, por isto muitos homens homossexuais decidem, manter estas questões no armário, omitir (esconder) dos filhos que o pai gosta na realidade de outros homens.
A principal questão que faz com que estes homens decidam por este segredo é o medo de que os filhos não saibam lidar com a questão, alguns temem que os filhos sofram preconceito, outros que os filhos tenham problemas psicológicos e de afetividade, e tem também os que acreditam, que de certa forma, podem "influenciar" seus filhos a "virarem" gays.
Existe também um segundo coeficiente, que é a questão se estes homens serão aceitos ou não por seus filhos, muitos temem "perder" o amor de seus filhos, por estarem de certa forma decepcionando ou traindo o que os filhos acreditavam ou que mostravam aos filhos.
E não vou dizer que estes motivos todos, e mais alguns, não tem lá sua razão de ser, são medos e possibilidades. Mas sem dúvida acho melhor viver com as possibilidades do que com os medos. Se não falarmos deste assunto, se não dividirmos este assunto com nossos filhos, nossos amigos, as pessoas que realmente amamos, dificilmente poderemos viver plenamente estas relações, sempre haverá uma "mentira", um "segredo" entre você e seu filho.
Sem querer pegar pesado, saber a verdade é um direito do seu filho, e se você não puder oferecer esta verdade a ele dificilmente vai poder exigir que ele te diga a verdade! Mas eu sei que as coisas não são tão simples.
Eu sempre escuto esta pergunta: - "Mas seu filho sabe que você é gay?!?!?!"
Note que a frase tem pontos de exclamação e interrogação, ou seja, a pessoa percebeu que minha criança sabe que eu sou gay e está espantada por eu ter contado...
Olha, as vezes a cara das pessoas é bem divertida. Geralmente a pessoa percebe porque, no meio de uma conversa citamos o nome do "maridon" e a pessoa pergunta
- Quem é fulano?
E a criança responde...
- é o namorado do papai que mora com a gente!....
Ai a pessoa olha pra mim, com uma cara misto esfinge e esbugalhada e tasca a pergunta:

- "Mas sua criança sabe que você é gay?!?!?!

- Sim sabe - respondo segurando um pouco o certo sabor de conquista por poder falar abertamente sobre o assunto.
Mas não foi sempre assim, minha criança é adotiva, e sempre falamos sobre adoção abertamente, mas sobre o fato de eu ser gay não falávamos de forma tão aberta, eu nada escondia, mas nos primeiros meses(eu adotei minha criança ela tinha 3 anos e meio), eu não dava "nome aos bois".
Até que um amigo meu refletiu - "Você fala tão abertamente sobre adoção, porque não falar sobre a sua afetividade da mesma forma?" reflexão esta que me levou a começar a dar nomes aos bois, de maneira gradual e permanente, até podermos chegar num estágio de relativa tranquilidade em relação a isto hoje.
Também foi muito importante poder encontrar e conviver com outros homens e mulheres que tem filhos ou vivem relacionamentos homoafetivos, que nos deram um certo sentido de pertencimento, não deixando que minha criança achasse ser a unica a viver num lar homoafetivo.
Falar sobre si mesmo, de forma aberta e verdadeira, é muito libertador, e nos faz ficar mais próximos das pessoas que amamos.
Eu tenho um monte de historias para contar sobre isto, como percebo que minha criança consegue lidar com isto, mas vou contar a mais recente.
Na escola um menino chegou e falou
- É verdade que seu pai é gay?
- Sim
- Então é por isto que vc é uma criança estranha não é?
A minha criança respondeualgo como:
- Olha, eu vivo com um gay, durmo no quarto do lado de um gay que dorme com outro gay, viajo com um gay , meu pais tem um monte de amigosd gays, e não acho isto um problema, mas se você acha isto um problema é melhor vcê procurar um psicologo, porque, vc sabe, eu entendo bastante de gays e tô achando que vc também é!!!!
Tá bom ou quer mais?

30 de maio de 2005

Familias Homossexuais existem?

A ideia deste espaço é reunir informações e discussões sobre a maternidade e paternidade homossexual, divulgando textos, sobre as famílias alternativas e suas realidades.
Junte-se a esta discussão!