Talvez eu seja apenas mais um dos simplórios citados pelo Ed Motta
Se bem que quando chamo meus posts, meu blog, de simplórios, estou usando o melhor sentido da palavra, estou dizendo que eles abordam assuntos muitos simples, ás vezes tolos, alguns francamente ingênuos, com pouca ambição, de pouca profundidade...
Há alguns anos eu li um livro que me impactou bastante, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes do filósofo Comte-Sponville. Não vou me lembrar literalmente de nenhuma passagem do livro, mas a ideia geral era falar que as virtudes, em especial as chamadas pequenas, são o que nos torna "humanos" e que todas elas habitam dentro de nós, como um planta que pode ter um principio ativo, uma propriedade farmacológica, que pode curar alguma doença, mas que só pode faze-lo depois de ser descoberta, estudada e pesquisada. Mas a mesma planta que salva também pode envenenar, as mesmas virtudes que nos tornam humanos podem nos desumanizar. Isto pode valer para a generosidade, para a temperança, para a fidelidade, a boa-fé e tantas outras Grandes Virtudes.
Eu sou uma pessoa de riso fácil, sou capaz de rir de minhas vicissitudes sem muito esforço, sou uma pessoa que encara a vida com leveza na maioria do tempo, eu não me acho grande sabedor de muita coisa, aliás eu adoro descobrir que sou "ignorante" em alguma coisa e fico verdadeiramente entusiasmado quando aprendo algo ... sou um cara que confia nas pessoas por princípio, me considero um cara generoso, e que gosta de coisas ditas tolas e simples, meio crianção, as vezes aparvalhado e atrapalhado, enfim, eu sou um simplório!
Mas não foi sempre assim, em muitas situações, durante um bom tempo, eu me achava a tal da "grande porcaria", o "cara" que ia fazer e acontecer, o "tal" que tinha importância extrema... mas fui aprendendo que aquilo era uma defesa - ou um ataque - porque eu achava que o simplório não seria aceito, porque não era "legal", "sofisticado" e "enturmado" ... e eu me achar melhor que os outros era uma verdadeira proteção.. foi com o tempo que aceitei minha essência, minhas tolices, meu background, como algo positivo, essencial para mim. Mas pelo que sei isto também não tem nada de extraordinário, faz parte da dinâmica do envelhecimento, todo mundo descobre, e aceita, sua essência com o tempo.
E não teria como meu blog não refletir isto... Eu sei que tem amigos - pessoas legais e que gostam de mim - que vão dizer que o que escrevo é importante... e eu concordo! Elas são importantes para mim! Se bem que, em minha defesa, eu poderia citar uma frase atribuída e Leornado da Vinci: "A simplicidade é o último grau de sofisticação".
E você? Se considera um simplório? Ou quer passar longe disto?
E você? Se considera um simplório? Ou quer passar longe disto?