17 de junho de 2015

Como diria o Homem Aranha...

JUNTO COM GRANDES PODERES
VEM GRANDES RESPONSABILIDADES
Quando se tem filhos, ou melhor, quando se cria filhos - porque ter é fácil - existe uma linha bem tênue entre nossa vontade de protegê-los das coisas e nossa vontade que cresçam... Qualquer atitude, ou decisão, que se tome, tem sempre estes dois aspectos envolvidos...
Aqui em casa estamos vivenciando um momento particularmente sensível neste aspecto. Crescer e Proteger.
É um momento que além de ser o ápice da adolescência, ela tem agora 18 anos, somou-se a entrada dela na faculdade, novos amigos, mais liberdade de gerir o tempo, o fato de não ser mais virgem, o fato de não depender de mim para pagar a faculdade por ter entrado na USP e também o fato de estar se virando, andando sozinha de ônibus e metrô (diferente de antes quando a vida dela se restringia ao bairro), além de tudo o que está aprendendo, coisas que abrem bastante a cabeça....

Do meu "lado da mesa" eu tenho a sensação de que ela está muito perdida com tudo isto. Os sintomas aparentes são as muitas faltas na faculdade - o que para um "caxias" como eu é quase um sacrilégio - muitas festas universitárias, pouco estudo em casa...  Ela parece estar muito feliz e orgulhosa de suas conquistas, enquanto eu fico realmente preocupado e tento me inteirar do que vai acontecendo, sem me intrometer, deixando que ela faça as escolhas, mas isto tem gerado alguns atritos. 
Do lado dela ela usa o argumento que eu devia "deixar ela tomar uns tombos para ela aprender"  - que eu até concordo - mas que é sempre entremeado pelo meu argumento que não adianta nada a gente ter "pessoas por perto e não aproveitar a experiência delas, pois foi assim que o ser humano evoluiu". A minha sensação é que ela adquiriu grandes poderes mas não entendeu ainda as responsabilidades que eles trazem...
Mas vai tentar explicar isto para um adolescente, com os hormônios no controle, que acha que é indestrutível e que tudo sabe...  lembra de você quando era adolescente?

Eu fui um adolescente terrível! Não do tipo que usa drogas ou vai preso, mas daquele tipo mau humorado, vivendo dentro de uma concha, meio ogro e ranzinza, nunca me abrindo para nada, que andava todo de preto (o que se chamava de "dark" na época), além de ser ás vezes muito estúpido e grosseiro, especialmente com minha mãe, quando ela tentava querer saber mais das minhas coisas...

Minha pequena é uma pessoa excelente, eu não estou reclamando ou resmungando... Ela tem muitos valores que admiro, é uma menina(mulher) doce e carinhosa, inteligente, simpática e empática... tanto que na faculdade ganhou o apelido de "bixete entrosa" porque ela conhece e conversa com todo mundo, alguns veteranos nem acreditam que ela está no primeiro ano, por ela fazer parte de várias turmas. Na família, desde pequena, ela tem o apelido de vereadora (candidata a) pois ela sempre se detêm para conversar com todo mundo, cumprimenta todo mundo na rua...e isto é uma característica positiva dela, que não aprendeu comigo pois eu sou bem "ogro" ainda, o que me faz entender que nem tudo que ela faz precisa aprender comigo...

Um dos grandes ensinamentos que tentei passar para ela, desde pequena, é que na vida temos coisas, que TEMOS que fazer, coisas que QUEREMOS fazer e coisas que PODEMOS fazer. Eu sempre explicava que nem tudo que QUEREMOS fazer nós PODEMOS fazer, e que a maioria das coisas que TEMOS que fazer nós não QUEREMOS, e que também a gente não aproveita muito bem as coisas que PODEMOS fazer, porque ás vezes são coisas que não QUEREMOS... e eu realmente acredito nisto... e acho que em grande parte ela entende isto.... apesar de estar meio perdida na parte do TER e QUERER... achando que tudo PODE...

Mas vou te contar.... por ter ainda uma boa lembrança de como eu era eu encaro tudo com uma certa normalidade e até me divirto com muita coisa... como sempre digo, ter filhos é uma aventura incrível, em que a gente acaba se conhecendo melhor. Quando criamos filhos nos tornamos pessoas melhores!

E você? Como foi sua adolescência? OU como está sendo?



28 comentários:

  1. Anônimo5:41 PM

    Identifico-me bastante com essa fase da adolescência, porque também eu fiz muitas asneiras, faltei a muitas aulas, ia a todas as festas e aprendi bastante... Toda essa euforia típica traz consigo um ensinamento básico, e talvez dos mais importantes: saber parar. Não passa de uma fase que termina no último ano da faculdade e porquê? Porquê já vivenciamos tudo o que tínhamos para experimentar. Faz parte! Mas eu não sou pai, nem aspiro a ser, por isso vejo as coisas de forma mais crua e simplista. Uma coisa eu sei, os meus país deviam andar sempre com o coração nas mãos cada vez que saía de casa e eu estudei fora... Hehe

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    1. Samantha, obrigado por seu comentário... para um Pai é bom ouvir isto... saber que esta fase vai "passar" e saber que os outros pais se preocupam e sentem da mesma forma! Obrigadão!

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    2. Anônimo6:20 PM

      De nada! Sempre às ordens! :)

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  2. Minha adolescência não foi inicialmente divertida, teve a parte da diversão mas no geral foi um saco, coincidentemente na epoca entrei na USP e detestava essa rotina que vc citou ônibus e metro, além do ritmo pesado das aulas, dava um desanimo enorme. Dei o azar de perder o meu pai 3 meses depois de entrar na facul, e peguei um caminhão de dp no 1º ano.

    No final deu certo, mas tive meio que me virar sozinho para tudo, ter as responsabilidades muito cedo e ter a noção de certo e errado mais por conta própria, já que eu evitava sobrecarregar minha mãe com meus problemas.

    Talvez isso possa ter influenciado a ser um adulto responsável, mas é sempre bom ter alguem para te dar conselhos e mostrar o melhor caminho, por mais que não aceitamos grande parte deles e temos nossos momentos de rebeldia.

    Acho que se um dia eu tiver filhos, vou viver de calmantes kkkkk para levar de forma light e evitar ser muito super protetor. Só de pensar no mundo violento e fdp que vivemos assusta bastante ter filhos.

    Mas lendo relatos de rotinas como a sua por exemplo, me parece valer muito a pena ter filhos. um abraço.

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    1. Fabrício, com certeza vale a pena! E acho que com toda sua vivência você será um ótimo pai! Obrigado por contar sua historia! me ajudou a entender o que ela esta vivendo!

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  3. Tive uma adolescência simpática. claro que só damos valor, anos depois lolololololol

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  4. Anônimo8:49 PM

    Nasci velho! Tal qual o Japão que pulou da idade média para a idade moderna sem ter o renascimento ( essa é a palavra que melhor descreve a adolescência...renascimento! ) eu pulei minha adolescência por ter ingressado muito cedo no mundo profissional das artes! da infância para a vida adulta! De alguma maneira "mágica" eu consegui lidar com isso! Alguns amigos dizem que eu sou uma criança antiga! Fui adulto demais quando criança e ainda sou uma criança em vários aspectos da vida adulta!
    A filhota vai achar o meio termo entre a rebeldia e dever!
    Quanto a você, bom.....lembrei de uma frase velha como eu....: " Se és filho, pai serás! O que fizeres receberás!

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    1. Sei... entendi o vaticínio! então eu tb devo ter sido um filho muito amoroso... pois recebo muito amor de minha pequena! HAHAHAH

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  5. Anônimo11:13 PM

    Imagino eu que criar um filho seja uma tarefa MUITO DIFICIL, existe todo um ensinamento ... coisas que as pessoas (no caso os filhos) querem e não concordamos e tudo mais ... meu pai sempre me deu a liberdade, e como ele mesmo diz hoje: eu fiz o certo, olha a pessoa que vs é hoje - (sem querer me gabar) acho que ele fez certo mesmo - o ensinamento do meu pai sempre foi: "VAI, FAZ, QUEBRE A CARA E APRENDA SOZINHO" porque ninguém vai te ensinar melhor que a vida.

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    1. seu pai deve ter sido um grande PAI, na melhor sentido da palavra, e com certeza, mesmo ele te dando espaço, ele sempre soube que vc sabia que ele testava por perto! abs

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  6. Querer e o Poder, todos nós só aprendemos na base da porrada, ou já se esqueceu de sua adolescência ... é assim mesmo ... ela supera esta fase e se encaixa ... qto ao seu sentimento eu entendo, se tivesse filhos acho q ficaria louco nesta e outras fases com eles ... rs

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    1. Eu vou dizer... acho que as fases mudam mas as preocupações continuam, conheço pessoas preocupadas com seus filhos de 40, 50 anos...minha mãe mesmo ela ás vezes demonstra que se preocupa com tudo que seus filhos fazem... e o mais novinho tem 47! rsrsrs

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  7. Xiii eu fui uma mocinha com rodinhas nos pés! Estava em todas as festas, arroz de festa no duro!
    Por outro lado sempre fui per demais de responsável. Um festa nunca prejudicou meus estudos ou me trabalho. Comecei a trabalhar com 14 anos, não por necessidade, mas para poder dizer O dinheiro é meu.
    Hoje sou o avesso. Fiquei uma nova velha (tenho 36 anos) reclamona e mau humorada! hahahahahahahaha

    Adoro seus textos sobre sua filha!!! A D O R O

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    1. Obrigado Patricia, seu comentário, e outros ,estão com certeza me ajudando a entender e lidar melhor com a questão! obrigado beijo!

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  8. Educar, ser pai/ mãe é algo de especial, mas também angustiante.

    Tem de tudo e pode ser de extremos.

    No geral, é o melhor do mundo, não?

    Beijos


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    1. Sim Perola, o balanço é MUUUUUUUUITO positivo! Eu recomendo! obrigado pela visita!

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  9. Olá,

    sou seu mais novo seguidor e agradeço muitíssimo honrado pela sua presença em um dos meus blogues o :"Como era fácil fazer sexo".

    Ficaria muito feliz caso optasse por seguir-me também.

    Ser pai sempre é uma ótima forma de aprendizado e atualização existencial, pois, sempre que pensamos estarmos educando estamos na verdade,sendo reciclados por esta garotada que nasceram na era do conhecimento e informação.

    Minha adolescência foi correr atrás das meninas e quando as alcançava, aí começava o outro grande desafio: Ok, e agora?

    Sobre a época que eu era adolescente peço sua permissão para publicar aqui em duas partes um crônica que escrevi, pedindo desculpas por ocupar tanto o seu tempo.

    A crônica de costumes é: E O SORVETE ERA CHICA BOM

    Segue abaixo e um abração carioca.


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  10. O SORVETE ERA CHICABOM PARTE 1

    E O SORVETE ERA CHICABOM.


    O mundo era preto e branco. Dont be cruel, é com Elvis Presly. Copacabana vazia e João Gilberto cantando "Ho-ba-la-la".

    Nara, Boscoli e Litlle Richard.Carros pretos importados. Cadillac o mais extravagante, bonito e sensual carro já fabricado no mundo. De preferência conversível, tipo Eldorado Biarritz, o sedan 62 DeVille, o outro sedan Fleetwood sixty Special. Estes carros estavam em perfeito estado, até o inicio da década de 80. A Chevrolet em 69 lançou um “carrinho” fantástico: Camaro ZL1 duas portas e laterais cromadas.

    Maiôs eram bem comportados.A mulheres faziam permanentes nos cabelos.Só me lembro muito vagamente...

    Bob Dilan e Mr.Tambourine man.

    Coisa mais bonita é você assim.
    Tijuca é o Alto da Boa Vista. Mas,sou mais o Grajaú.Afinal ela morava lá.Carlos Lyra toma carona de bonde.Só andávamos nos estribos.Coisa de adulto.

    Heartbreak Hotel é de 56. Eu era muito miudinho. Mas, já escutava Elvis Presley. E Rock around the clock, com Bill Halley and His Comets. Bem aí eu estava quase nascendo para o mundo. Quebrando o cinema carioca, na tijuca. Nas matinês.

    E para baratinar mais ainda minha cabeça, lá vem: E Deus criou a Mulher. Brigite Bardot a inspiradora dos meus primeiros e solitários prazeres. Copacabana continuava vazia.

    Os bondes eram superlotados. A vida tinha cheiro de flamboyant. E as lotações?Vieram antes ou depois. Depois é lógico.Será? Rua Nascimento Silva 107, apto 201, Tom volta para Copacabana. E eu também estou voltando no tempo.O ano? 1954. Eu ainda era miudinho. Só se nascia depois dos 18. Antes eram só espinhas.

    Nas ruas tinha uma árvore que dava umas frutas amarelas com uma “sica” danada. Não me lembro o nome. Agora lembrei: oiti. Mais tarde eu, e mais três amigos fizemos um conjunto de rock: The Four Bad. Um deles tocava violão e cantava, o resto era o coro. Então, eu era o resto.

    Menina só usava saia. Saia abaixo da canela. As saias subiram, muito mais tarde. Sei lá quando.Mais era o maior barato.Cada coxão! E Chuck Berry ainda não foi apresentado por quê? E com vocês: (não posso ser ingrato) Jerry Lee Lewis, cantava Great Balls of Fire. Mas é na música Only You que ele faz o solo de piano mais bonito que já ouvi na minha vida. E olha que eu já ouvi muitos solos! Casou-se com uma sobrinha. A menina era quase uma recém-nascida. A carreira dele fez água. O conservadorismo norte-americano o destruiu, algumas vezes. E ele enchia a cara de álcool.

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  11. O SORVETE ERA CHICAOM PARTE 2

    Elvis começou a tomar um monte comprimidos. Uns para dormir, outros para ficar acordado. Isto no final. Final de uma carreira incomum. Elvis Não morreu. Desculpe o lugar comum. Perfume? Deixe-me lembrar... Fácil: Lancaster, mais popular e Bond Street, este pegava mais pesado. Era mais caro. E a gente não colocava perfume. Tomava banho de perfume.Todas as meninas eram virgens.

    E como se fazia sexo? Pela ordem? Então vamos lá: com as empregadas domésticas, prostitutas, uma ou outra - mais uma ou outra mesmo! - mulher que dava mole. E qual a mulher dava mole, naquela época? E as namoradas? Não gosto nem de lembrar. Que dor! Era uma dor mais em baixo. Eu me despedia das minhas namoradas com uma dor latejante!

    Baden Powel, Edu lobo, Elis Regina. Acho que estou misturando de novo. Valeu! Faz-se um belo suco de saudade, extraído nesta centrifuga do tempo. Dá para misturar à vontade. As roupas tinham muitos botões. Eu tinha uma camisa amarela que usava no conjunto de rock que era um sucesso. Os botões eram pretos. E eram muitos. O instrumento era o violão. Quem não tocava violão, estava aprendendo. Para tocar rock no violão era necessário saber apenas, uns quatro ou seis acordes e estávamos conversados. Quem complicou muito o violão foi a bossa-nova.

    Aliás, a bossa nova - apesar de ter sido a música que encheu de sons, tudo de bom da minha vida - tinha alguns sérios problemas que nunca foram resolvidos. Quando as caras tocavam todo mundo tinha que prestar atenção. E sentados. Não se dançava bossa-nova como bossa nova. Quem tentou criar uma dança específica foi um bailarino americano chamado Lennie Dale e que, também cantava. Mas não pegou. As mulheres até que começaram a ensaiar. Mas os homens se consideravam muito machões e a coreografia da dança exigia que se desse umas reboladas. Afinal eu sou de uma época que poucos homens rebolavam. É verdade!

    Mulher trabalhava preferencialmente, como professora primária. Todo primeiro emprego do homem era como bancário. O que eu posso fazer. Quer que eu minta? Aí o mundo começou a entrar em outros tempos. Vieram os Beatles e um monte de gente atrás. E acabou, hoje dando nisso. Ouçam: o funk Espanhola - porque eu ainda não tenho coragem para escrever algumas poesias contemporâneas , como as da cantora Tati Quebra Barraco. Chega de saudade. Mas, a realidade, é que sem ela não sei viver.

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  12. A minha adolescência/vida universitária foi ótima, pelo menos falando por mim. Acho que para os meus pais, foi um pouco mais difícil. Embora tenha estudado em universidade particular e começado a trabalhar apenas no segundo ano de faculdade, meus pais sempre me deram bastante liberdade. Faltas na faculdade eram permitidas, desde que isso não afetasse as minhas notas (isso teoria minha é claro, acho que eles nunca ficaram sabendo das minhas faltas e das inúmeras justificativas falsas que entreguei naquela universidade). Sobre as festas, a independência e as turmas, essa é realmente a hora que ela vai começar a se conhecer como mulher no mundo e decidir quem ela quer se tornar. E pode ter certeza, que poucos serão os erros que vc comentou, que ela também vai cometer, pois estamos falando de gerações, épocas, perfis de jovens e inclusive sexo diferentes. Uma hora a gente cansa de ter que correr atrás de matéria pq não foi pra aula, cansa dos atrasos, das ressacas, das festas, pode até demorar 5 anos, mas cansa. Cansa pq a gente aprende o que nos faz bem e o que nos leva para onde queremos chegar e ai sim, já podemos ser considerados um pouco mais como adultos. Eu me vejo beem longe de ser um adutlo-modelo-de-responsabilidades, mas de uma coisa eu tenho certeza, não quero mais ser o universitário que por muito tempo eu fui.

    :)

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    1. Obrigado F... com seu comentario e com outros, eu fiquei bem mais tranquilo, acho que tenho realmente que relaxar um pouco mais neste assunto! abs!

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  13. Que orgulho para um pai. Até imagino o quanto você batalhou, afinal ela não conquistou tudo isso sozinha.
    Parabéns à vocês.
    Abraços!

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  14. A verdade é que os mais servem para educar e impor limites. Ser amigo poderá ser na teoria uma grande ideia, mas na prática quando somos adolescentes também queremos que nos imponham regras e nos digam não, embora a gente se revolte. Esta fase é muito importante porque nos molda como seres humanos e nos prepara para o futuro.

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