8 de outubro de 2014

Nossos ídolos não são mais os mesmos! Ou são?

Semana passada eu fui assistir ao musical "CAZUZA" que está em cartaz em São Paulo no lamentável Procópio Ferreira (cadeiras velhas e sem numeração, fileiras apertadas, uó).
Eu gosto muito do Cazuza, tive oportunidade de assisti-lo ao vivo, e gosto da maioria das músicas dele. "EXAGERADO" é música incidental obrigatória em vários momentos de minha vida.... quem lê um pouco do que já escrevi entende perfeitamente isto!
O espetáculo começa com uma grande cena de orgia, incluindo vários casais homossexuais, e foi divertido perceber na plateia hétero um certo desconforto - os machões sem saber se aplaudiam ou ficavam quietos, esperando a aprovação de suas namoradas e esposas... o cara que estava do meu lado começou a teclar no celular...rsrsr. Teatro em São Paulo, no fim de semana, sempre tem muita gente do interior assistindo, talvez por isto o desconforto apareceu mais, e por ter muito poucos gays na plateia.
São três horas de espetáculo, o que é um pouco cansativo, achamos que ele poderia ter cortado pelo menos uns 30 minutos de blablabla. A parte que mais me impactou foi a questão do envolvimento intenso dele com as drogas, com os excessos, fiquei realmente triste por imaginar que ele ainda estivesse entre nós não fossem estes excessos.
Quando comentei isto no intervalo com Mr. Jay ele dise que a relação com as drogas não é bem assim, que muita gente usa e não perde o controle... Eu sou realmente careta em muitos aspectos.
Aliás, minha filha me mostrou um filme muito esclarecedor sobre esta questão, CORTINA DE FUMAÇA
Também fiquei feliz em ver muita gente jovem no teatro, garotada que, como minha filha, que tb foi conosco, não tinha nem nascido em 1990 quando ele morreu! Sinal que as coisas boas, especialmente músicas, eternizam seus compositores e cantores!
A questão da AIDS é mostrada de forma bem direta - sem entrar no moralismo que sempre cercou a relação da Lucia Araújo com o Cazuza -  mas mostra bem como foram aqueles tempos bicudos da AIDS, quando muitos de nossos amigos e ídolos morreram, independente do dinheiro que tinham para se tratar. 
Pensando agora, como pai e como gay, acho que a produção falha ao não fazer uma menção á prevenção - não no espetáculo que isto seria ridiculo, mas quem sabe distribindo folhetos no final do espetáculo, ou camisinhas... sei la´... fazendo algum coisa, assumindo alguma responsabilidade!
 
E para encerrar, nosso imporvável cantor de limgua presa, num cenário absolutamente... Exagerado! Praia do Pepino em 1986!






19 comentários:

  1. O musical Cazuza esteve por aqui mas não vi ... sinceramente nunca estive no rol dos fãs dele e do Barão ... talvez um certo preconceito tenha me impedido de ir ver ... semana q vem estarei por aí e quem sabe vou assisstir...
    O Procópio é horrível mesmo ... me imagino 3 horas esprimido ali ... OMG!

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    1. Bratz! Ontem falamos de você! Sai a noite com o Jose Soares e ficamos pensando como teria sido divertido ter sua presença! Abraços!

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  2. Fui ver o musical quando esteve aqui em BH. Apesar de longo, gostei, embora tenha achado dramático em excesso.

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    1. E dependendo do teatro que você assistiu Elian, as tres horas não foram tão torturantes! abs, obrigadopela visita!

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  3. É impressionante ver como a homofobia está "internalizada" nas pessoas. Nem aplaudem um mero espectáculo com medo das comparações à homossexualidade. Cá seria exactamente o mesmo. Enfim, há um longo caminho a percorrer...

    um abraço!

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    1. Mark, obrigado pelo coment, não fico feliz em saber que por ai as coisas não estão melhores... este será ainda um longo caminho a percorrer...

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  4. Tenho pessoa (gerente de hotel) que conviveu "diretamente" com o Cazuza e companhia. Ela confirmou: os excessos eram excessivos "a nível de" drogas.

    Aliás, qualquer um que tenha amigos, ultimamente, percebe os excessos. A maioria dos jovens (e não tão jovens) parece que só sabe se divertir bebendo e só acha que se divertiu se ficou bêbado. Não "alto", não "relaxado", não "alegre". Bêbado mesmo.

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    1. Grande Eduardo! Talvez vc seja com eu, que tem dificuldade em entender a necessiadade das pessoas em precisa se exceder! Se bem que ... se exceder nopastelzinho de nata até dá para entender! rsrsr

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    2. Putz, e como dá!! Bora voltar lá! :-)

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  5. Olá meu querido, sou um viúvo de Cazuza, adorava aquele cara, amo sua música e Exagerado foi minha trilha (quando me apaixonava rs - hoje não mais rs). Costumo lembrar dele como um anjo caído na terra, e como todo anjo fora do paraíso, abusou e pagou seu preço. Apesar de tudo, os gênios normalmente não ficam muito por aqui - vide Amy - não aprovo o uso de drogas, mesmo as lícitas, como disse o bloger Eduardo, nossa juventude parece que só sabe se divertir indo além, muito além da zona de conforto que deveríamos preservar. Muito bom lembrar Cazuza, também não vi o musical, mas adorei tuas observações. Obrigado por me visitar e trazer sempre coisas boas e interessantes para este blog, que gosto muito.
    ps. Carinho respeito e abraço.

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    1. Eu não chego a me considerar VIUVA dele , mas entendo seu sentimento Jair.... mas sempre ouço que sem os tais "estado alterados de consciência" não se faz arte...

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  6. Que honra sua em assistir o espetáculo.
    Abraços!

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    1. Só não foi honra maior porque o Procópio Ferreira é um LIXO! abraços RO FERS!

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  7. Eu nunca fui muito "musical", na verdade devo o povo que seu sobre música a um cara de quem gostei, tinhamos "um combinado"... as mensagens dele vinham com música, as minhas iam com algum trecho de frase ou poema...

    Mas me recordo de todo o choque que foi a questão do Cazuza, principalmente no final da vida dele. Já fiquei impressionado quando vi o filme, imagino assistir e viver a emoção do teatro.

    Quanto as cenas, as pessoas realmente ainda não sabem como se portar... Um tempo atrás, tive a chance de assistir a uma aula de um projeto de dança, vários casais, tudo alegre... até que o pessoal descobriu que independentemente de homem ou mulher, a primeira dança sempre era com um professor. Era notório o desconforto dos homens...

    Quando assisti Brokeback Mountain também era visível que alguns homens não sabia como se portar.... Temos um bocado a evoluir!!!

    Grande abraço.

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    1. E também teve recentemente, homem de lata, o caso envolvendo o filme PRAIA DO FUTURO em que foi relatado que alguns caras saiam do cinema quando descobriam que "o capitão nascimento estava fazendo um filme gay" rsrsrs

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  8. seria de fato bem interessante distribuir as camisinhas, seria uma excelente ideia.

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    1. mas também, não dá para pensar em tudo! em todo caso já mandei um email para a produção deles!

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  9. Drogas licitas e ilícitas traçam uma linha tênue entre controle e descontrole. Uma vez conversando com um filosofo que experimentou todo o tipo de droga, para saber as sensações que elas provocavam, por pura e simples experiência antropológica, me disse que para usar drogas a pessoa tem que tem um psicológico muito bom, deve estar num estado de plenitude, se a pessoa tiver com um problema, o mais simples que seja, ele pode tomar proporções muito grandes e a droga se torna um escape, por isso que algumas pessoas se tornam adictas. Apesar dele de Cazuza tyer morrido no ano que eu nasci, gosto muito da poesia de suas músicas. Gostei do filme dele, se o Musical voltar a BH, pretendo assistir, apesar de não ser muito fã do gênero, a ultima versão dos miseráveis(filme), Tive que adiantar algumas partes, para não ficar entediante.

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