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3 de fevereiro de 2017

Os prazeres da normalidade...

Esta semana, um amigo, que foi casado com uma mulher, teve dois filhos, e há alguns anos entendeu que precisava viver a sua orientação sexual de forma plena, estava comemorando uma vitória significativa...
Pela primeira vez estavam jantando juntos ele, os filhos, a mãe dos filhos, o namorado da mãe dos filhos e o namorado dele, que também estava acompanhado da filha dele e da ex-esposa.. uma verdadeira festa dos "meus, seus e nossos"...
Pelo que eu sei, em casais que se separam, já é considerado uma PUTA vitória quando o casal consegue ficar amigo... quando entram novos companheiros é mais difícil ainda... porque por mais que as coisas estejam "resolvidas" acho que permanece um certo sentimento de posse e ciumes... 
Agora imagina colocar nessa equação da relação com o ex, o fato do ex ter "saído do armário" e assumido sua condição homossexual... 

Com certeza ele tem motivos de sobra para comemorar!

Resultado de imagem para eu quero ser normal

Ás vezes pode parecer bem "estranho" comemorar algo que deveria ser "normal" (?) Mas no caso da homossexualidade, em que os parâmetros da "normalidade" são diferentes, isso é bem significativo. Eu mesmo passei recentemente por um desses momentos de "doce normalidade" uns dias atrás...

Foi aniversário de um ano, e batizado, das filhas do meu cunhado (as quais o Mr. Jay é padrinho) e eles fizeram um festão de três dias aqui  no interior de SP ... mas o que me marcou foi o jeito como fui tratado... Eu fiquei super feliz com o tratamento que recebi da família da esposa do meu cunhado... fui tratado o tempo todo, e apresentado, como TIO das meninas...
Agora vc deve ter dado aquela parada e se perguntado:
-DÃÃÃÃ, vc é o tio das crianças o que tem isso de importante? como vc deveria ser tratado?

Se você pensou isso são duas as probabilidades...a primeira é que vc é heterossexual, e não tem ideia do que é não ser aceito... a segunda probabilidade é que vc nunca tenha tido um relacionamento longo qe lhe confrontasse com essas questões de "ser apresentado" á família... ou sempre é apresentado como "amigo"... 
Ser aceito plenamente, dentro da tal normalidade, ser apresentado como quem vc realmente é, poder estar do lado do cara que vc ama de maneira plena, não é algo tão simples e normal para quem é gay... não mesmo!
É uma sensação muito boa e libertadora... e até mesmo divertida... pela sensação de liberdade...

Tenho que acrescentar que meu cunhado, único irmão de meu marido, "apesar" (kkkk) de ser hétero é muito gente boa... e a esposa dele também... eles foram padrinhos do casamento e nem hesitaram em vir mesmo com as filhas com pouco mais de oito meses, ou seja, um casal dez, que com certeza vão criar filhos para este mundo melhor que precisamos... especialmente com o TRUMP dando ordens...

E você, já passou por essas situações de se sentir "normal"?

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11 de abril de 2016

the mother-in-law ( Parte 2 )

Esta história começa AQUI, melhor ler antes para entender o assunto.



No dia seguinte, eu entro em contato com Mr. Jay para ver como estavam as coisas, ver se ele já tinha enfrentado "as feras" e saber se estava bem:





Imaginem minha surpresa! A mulher que algum tempo antes disse que nunca mais viria para São Paulo porque o filho ia se casar, de repente estava saindo com ele para distribuir convites do casamento? Como diria o português: "o mundo deu um giro de 360 graus"!
Como eu sabia que ele estaria com ela no carro não pude ligar imediatamente para entender o que estava acontecendo... mas enviei "ordens expressas" (kkkk) para que ele me ligasse assim que possível. Quando ele finalmente me ligou, lá no fim do dia!!!! Me contou o que aconteceu:

Ele chegou, dormiu, e no dia seguinte, logo pela manhã, entregou o convite para eles, mas já dizendo algo como: "- Eu sei que vocês provavelmente não irão mas eu queria convidar vocês".  Ao que a mãe, para estupefato dele, respondeu "- Nós vamos sim, se seu pai não puder ir eu vou sozinha!"
Eu infiro que corri o risco de ficar viúvo antes de casar, pois imagino que o coração do Mr. Jay deve ter dado uma paradinha neste momento! Mas ele nem questionou... 
E não bastasse isso ela ainda foi rodar a cidade com ele distribuindo convites para os amigos e parentes, ou seja, de certa forma dando seu aval e mostrando a todos que estava apoiando a situação. O que é um passo a mais além da aceitação,  na minha opinião.
Minha primeira hipótese foi uma ação orquestrada pelo irmão mais velho dele e pela cunhada, a mãe deles havia passado vários dias com eles. Meu namorado ligou para o irmão: "Você conversou alguma coisa com a mamãe sobre meu casamento?" E o irmão do outro lado da linha "Porque? Aconteceu algo?"
Quando o Mr. Jay contou para o irmão a súbita mudança de atitude da mãe o irmão relaxou "UFA! Ainda bem, nós conversamos MUITO com ela aqui , mas ficamos quietos e nem te falamos, porque se ela não mudasse de opinião você não ficaria bravo com a gente"
Ou seja, o irmão dele, mesmo sem meu namorado ter pedido, ajudou a resolver esta situação, tomou a iniciativa mesmo se arriscando a ter alguém bravo com ele. Mas o Mr. Jay também acha que o gelo que ele deu na mãe nos últimos meses, e que talvez fez ela pensar que poderia perde-lo para sempre, deve também ter tido um peso na decisão dela. 

A situação mudou tanto, tanto, que - pasmem - a mãe do Mr. Jay veio passar o feriado da páscoa em nossa casa! Super solicita, cordata, simpática, ficou super amiga da minha filha (agora toda vez que se falam pergunta dela), Foi jantar na casa da minha mãe na quarta, fizemos uma bacalhoada na sexta para uns amigos... tudo na mais pacifica e civilizada convivência...coisa que eu, pelo histórico que conhecia, não imaginaria  que aconteceria um dia. E lembra que falei do bom filho? Neste dias ele foi lá e comprou um Smartphone para ela...

Contando tudo isso para minha amiga Vera Moris ela pensa numa outra coisa. Ela acha que a legalização das uniões, com aval do Estado, através de cartórios, com registros oficiais, muda tudo. O que antes era uma coisa escondida, sem nome, ou com nomes alternativos (como união civil, contrato de parceria) agora tem um nome, casamento civil, um nome igual ao nome que todos carregam em suas certidões. E contra isto, contra o Estado, a Lei, fica mais difícil se debater, dizer que não é válido, que não aceita. Talvez por isso, em inglês, o equivalente a sogra é "mother-in-law", mãe-pela-lei (numa tradução livrissima). Ou seja, a mãe do Mr. Jay se torna minha mãe pela lei, queira ela ou não! Somos parentes!  E a minha sogra ainda tem o cabelo parecido com o da Jane Fonda, neste filme!
Que lição tirar desta história?  Eu diria que as pessoas estão dispostas a mudar, elas podem mudar, e talvez elas só precisem de uma chance! O amor, acha um caminho!


E com você? Já passou por uma situação em que a pessoa mudou subitamente de ideia? Em que você deu o primeiro passo e veio um resultado diferente do que esperava?


5 de abril de 2016

the mother-in-law

Uma das questões que se apresentou, quando começamos a pensar em casar, era a minha sogra! 

Os pais do Mr. Jay, que moram no interior de Minas, nunca lidaram bem - traduza por ACEITARAM - o fato dele ser homossexual. Ele assumiu-se ainda adolescente, e os pais tiveram reações bem extremadas, desde tentarem curá-lo através da religião e de psicólogos, até isolarem e expulsarem ele de casa. Um roteiro que é seguido - de forma até compreensível (mas não aceitável) - por muitos pais e mães de jovens gays quando estes se revelam ou são descobertos.

Quando conheci o Mr. Jay, três anos atrás, eles estavam num estágio de convivência em que o fato dele ser gay, e tudo relacionado a isso, era um assunto para não ser falado. Eles vinham beeeem eventualmente visitar ele em São Paulo e ele ia para a casa deles em Minas passar uns dias a cada ano, nas festas de fim de ano, mas havia este acordo implícito: "don´t ask, don´t tell".
Eu sequer conhecia os pais dele. Até mesmo quando fui para Minas, num fim de semana em que ele foi padrinho no casamento de uma amiga, não os encontrei, embora eles soubessem que o filho- e o namorado do filho - estavam na cidade, já que visitamos outros parentes do Mr. Jay.

Cabe ressaltar que, apesar dos pesares, meu futuro marido é um bom filho, ligava para a mãe duas ou três vezes por semana, conversavam amenidades, falavam sobre a família, ele deixava ela falar das coisas dela... Além disso, sempre que ele ficava sabendo que precisavam de algo, ou até mesmo quando ele ia lá e via que podia melhorar algo na casa deles, ele tomava a atitude de fazê-lo. No período que o conheço ele já comprou um maquina de lavar roupas nova para a mãe, já trocou o telefone sem fio deles, pagou viagens, e várias outras coisas...

Quando falamos seriamente em nos casar eu perguntei para o Mr. Jay - "Como você vai fazer com seus pais?" - A princípio ele disse que não ia nem convidar eles, que já sabia qual seria a reação e que não estava com vontade de passar por esta situação. Eu argumentei que ele precisava ao menos convidá-los, e a decisão de não vir é que deveria ser deles.
Logo depois dessa conversa os pais dele vieram para São Paulo, iam se hospedar na casa dele por uma noite pois iriam tomar um voo para uma viagem de férias no dia seguinte, com passagens compradas pelo já citado "bom filho". Meu namorado resolver então romper o acordo implícito de não se falar do assunto e tentou explicar para eles que ele iria se casar e que provavelmente, da próxima vez que viessem a São Paulo, eles iriam se hospedar na casa que dividiríamos... eles se mostraram desgostosos com o assunto e o comentário da mãe dele foi:
"- Então não teremos mais onde nos hospedarmos quando viermos a São Paulo"

Resultado de imagem para bad parentsNão é preciso dizer o quão triste ele ficou com a reação da mãe, embora afirmasse que a reação era o que ele previa, registrou o "baque", tanto que a partir daí deixou de ligar para a mãe com frequência e ficou os últimos 4 meses sem fazer uma ligação sequer. Reação similar á dos pais, eles se distanciaram muito. Para mim era difícil sequer emitir uma opinião sobre o assunto, mas eu sabia que eles fizeram meu Mr. Jay sofrer no passado, por estes fatos, e outros que presenciei, eu tinha uma imagem negativa  deles... mas nunca externava isso, sempre estive do lado do meu Jay nestas situações, mas nunca achei justo colocar mais lenha na fogueira...sempre tive em mim a certeza que este assunto se resolveria - provavelmente uma certeza fruto da experiência da minha querida amiga Edith Modesto com seus jovens do Purpurina - eu, como ela, sei que o amor acha um caminho!

Quando começamos a fazer a lista dos convidados, e a preencher os convites, a primeira reação dele foi de sequer querer fazer convites em nome dos pais, mas argumentei mais uma vez que ele deveria fazer a parte dele, que era comunicar e convidar, que isto no futuro o deixaria tranquilo de ter dado o primeiro passo. Argumentei que se ele já sabia qual seria a reação dos pais isto não  o magoaria mais. E ele sabe que se eles falassem alguma outra bobagem eu estarei do lado dele.

Até que chegou o dia dele ir até Minas entregar os convites... 
Clique AQUI pra ver a contiuação!


E você? como seus pais lidam com sua homossexualidade? É assunto proibido?







13 de agosto de 2015

Cetoconazol, Isoconazol e Miconazol

Continuação do post MICOSE GAY

Obrigado por quem acompanhou, e opinou, sobre o assunto do post anterior! As muitas respostas e comentários, alguns por e-mail, me fizeram pensar... e eu conclui que eu não preciso nem de Isoconazol, nem de Cetoconazol e nem de Miconazol (*)

Afinal de contas, eu não tenho uma doença a ser curada! Eu apenas quero ter a liberdade de gostar das pessoas por quem me sinto atraído, de exercitar este gostar e, se eu quiser, demonstrar este gostar!
Eu querer "isolar" e segregar a pessoa que tem micose é reproduzir as práticas de décadas atrás, quando crianças autistas ou com síndrome de down, por exemplo, tinham  que ficar trancadas em casa, ou eram segregadas em escolas especiais...
Eu me sentir mal quando vejo a micose, ou o outro se sentir mau quado vê o meu beijo gay, não me dá o direito de querer proibir a micose, nem dele proibir o meu carinho. O limite da nossa liberdade não pode, não deve, não vai! Invadir a liberdade do outro! 

Além disso, como bem lembrado em alguns comentários, reforço aqui, eu não tenho uma doença! Eu poderia até argumentar que ele poderia curar a micose dele antes de sair de havaianas, mas como saber se ele já não tentou? com saber se o que ele tem nem é micose, ou outra coisa que deformou os dedos dele? Mas e como ficariam meus argumentos com alguém que sofreu paralisia cerebral, ou é portador de uma síndrome? Eu deveria me indignar por ele esfregar "sua condição" na minha cara?

Eu concordo que devemos, por civilidade, prestar atenção se coisas nossas não incomodam os outros, pode ser um rádio mais alto em casa, um perfume em excesso logo cedo no elevador, comer de  boca aberta, suar demais na academia e não limpar os aparelhos, o cheiro do tempero coreano que estamos usando, bafo de cebola, e infindáveis coisas podem incomodar os outros. Mas o fato de incomodar não dá o direito do outro me arguir, me proibir, me cercear... Se está me incomodando eu talvez até tenha o direito de falar, num restaurante por exemplo, para a pessoa falar mais baixo, mas muitas vezes, dependendo a situação, eu vou ter que sair dali e não tentar  expulsar ele.

Assunto resolvido, tenho que aceitar a micose como parte da individuo, e respeita-lo por isso, ou apesar disso. Então amigos antimicóticos, be prepared!



 (*) Isoconazol, Cetoconazol e  Miconazol são medicamentos conhecidos para o combate da micose!

5 de julho de 2015

Fato Relevante ao Mercado (parte 2)

(para entender o assunto leia primeiro AQUI)

Eu trabalho na área de Recursos Humanos e estou muito acostumado a entrevistar e avaliar pessoas - o que não quer dizer que eu não me engane e faça avaliações equivocadas - então eu tinha um bom roteiro do que deveria conversar com a candidata a empregada 
Eu pedi indicações para várias pessoas, e uma das que veio falar comigo era prima da empregada que trabalha com minha mãe (há mais de 15 anos). Esta funcionária da minha mãe é evangélica, daquelas que usam saia obrigatoriamente e vão ao templo todo dia...mesmo antevendo algum problema falei para a tal da prima vir conversar comigo.
Quando a moça chegou já fiquei um pouco mais tranquilo, pois ela não usava a indefectível "saia abaixo dos joelhos" que as denominações cristãs mais ortodoxas recomendam que as mulheres usem. Perguntei da experiência dela, o que sabia fazer vida familiar etc...
Ai foi o momento de iniciar a operação "o gato subiu no telhado"
- Em nossa casa moram eu, minha filha e o Mr. Jay, Você deu sorte que é uma casa "sem patroa".(patroas sempre são mais chatas que patrões) Eu trabalho, minha filha faz faculdade e o Mr. Jay viaja bastante, então muitos dias você nem vai encontrar ninguém aqui.
Expliquei outras coisas, falei que não tinha patroa porque minha filha é adotiva, falei que o Mr. Jay era mineiro e que ia ensinar ela a fazer umas comidas que ele gosta, que não como carne, etc  etc etc... porque a gente não pode esquecer que quem está contratando também está sendo avaliado...
Então falei para subirmos para eu mostrar o apartamento  para ela.
- Este aqui é o quarto de minha filha, este aqui é o quarto de hóspedes, este aqui é o meu quarto e do Mr. Jay (acho que nesta hora o cérebro dela deve ter procurado duas camas, mas os olhos só viram a cama de casal, o gato subiu no telhado)
- E quando você quer começar? -  eu perguntei, dando a chance dela pular fora se não tivesse gostado de algo que disse, ou achado a casa grande, ou qualquer outra coisa...
- Amanhã - disse ela.

Isto foi na terça, e parece que tudo vai bem... a não ser que ela seja muito "tapada", e não tenha entendido nada, parece que ela se adaptou rápido á nossa realidade. Se bem que ela ainda nem encontrou os outros dois moradores da casa que estão viajando - uma de férias e o outro a trabalho. Mas acho que ela já entendeu o que aconteceu com o gato! Provavelmente a empregada da minha mãe, prima dela, já deve ter passado minha ficha corrida, pois ela sabe que sou homossexual, mas pelo sim pelo não eu também dei meu recado...

E ai? Acham que meu método foi objetivo o suficiente? Ou sutil demais e ela não entendeu nada?


10 de fevereiro de 2015

Fazendo o JOGO DA IMITAÇÃO...

No fim de semana assisti um dos filmes de temática LGBT menos gays que já tinha visto - O Jogo da Imitação 
O filme é baseado na biografia de Alan Turing, matemático inglês aceito por todos como o inventor do computador, como bom Nerd eu já conhecia um pouco da história dele, inclusive sobre a questão da homossexualidade e do final da vida dele - que eu não vou contar porque não quero estragar a surpresa. 
Digo que é um dos filmes gays menos gays que já vi porque não tem nenhuma cena de nudez, nem um mísero cara sem camisa, nenhum beijinho... nada... aliás, só se fala do assunto homossexualidade efetivamente no fim do filme... o que deve pegar de surpresa algum homofóbico mais xiita que assista o o filme! Mas acho que o filme, por sua abordagem, transmite uma mensagem incrível e efetiva, de como o preconceito é estupido e injusto.

Na hora que assisti ao filme lembrei um pouco da história do Oscar Wilde no final do século XIX e pensei nas centenas de milhares de histórias anônimas similares... realmente era infinitamente mais difícil ser homossexual num passado bem recente... 

Os computadores foram criados para, de certa forma, nos imitarem, pois mesmo funcionando de uma forma diferente que nosso cérebro, eles imitam as nossas necessidades para chegarem ás soluções que nós precisamos, e faz parte do imaginário de todo mundo imaginar o dia que os autômatos se parecerão conosco e serão até confundidos com pessoas por imitarem até mesmo nossos sentimentos... e sabe de uma coisa?  A maioria de nós gays acaba agindo como os computadores em certo momento da vida, para sermos aceitos passamos a imitar o comportamento hétero... para sermos confundidos com humanos héteros... 
Na infância ás vezes imitamos o gosto dos amigos por futebol, na adolescência imitamos os amigos que acham as "minas" gostosas, na família imitamos bons alunos e filhos educados, alguns vão adiante e imitam maridos ardorosos e se tornam pais aceitos socialmente... imitamos para nos confundirmos, imitamos para sermos aceitos. Cada um de nós  faz o seu JOGO DA IMITAÇÃO, dependendo da época, do meio em que vive, imitamos para sobreviver...
Muitos gays inclusive criticam os gays que querem se casar e ter filhos de estarem "imitando" os héteros, para serem aceitos... 

E você? Já jogou muito o seu "jogo da imitação" particular?








20 de dezembro de 2013

PAI - em busca de aceitação!

continuação de PAI


Quando eu entendi no que eu era "diferente" consolidou-se em mim a certeza de que eu não era amado porque não era aceito. Meu pai não gostava de mim porque eu era fresco, talvez até arrumadinho e efeminado para os padrões dele. 
O fato de me entender gay - e gostar muito mais das propagandas de cuecas das revistas Playboy que meu pai tinha escondidas em casa, do que das gostosonas nuas - me fez ter certeza que o errado era eu nesta relação, eu que era errado em ser gay e eu aceitei que meu pai não tinha "obrigação" de me amar porque eu era motivo de decepção e talvez vergonha para ele, para sua masculinidade.
E fui tocando minha vida, com a certeza no coração que não era amado por meu pai - e que a culpa era minha - mas sempre desejando de certa forma que as coisas fossem diferentes, desejando que eu pudesse contar com ele, conversar com ele. Trabalhava, estudava, mas sempre esperava uma palavra, uma frase : - parabéns pelo seu novo trabalho, parabéns pelo seu novo carro... já que para ele os bens materiais pareciam tão importantes. Mas isto nunca aconteceu. 
Há uns vinte e cinco anos atrás eu resolvi fazer uma outra tentativa de me aproximar, de certa forma a minha "anima" precisava disto - eu sempre, sempre, fui muito ligado nas questões de família. Eu resolvi largar minhas coisas, meu escritório,  e ir trabalhar com ele, a empresa que ele fundara estava crescendo e precisava de braços confiáveis, braços e mentes que se dedicassem não como empregados, mas como família. 
E trabalhei muito durante 20 anos, muito. Mas o esquema sempre foi o mesmo, nenhum reconhecimento, nenhum apoio direto, e o meu sofrimento em certo ponto virou raiva, desprezo. Comecei a desafiá-lo direta e abertamente. Com 30 anos eu sabia que tinha qualidades, sabia o que eu estava construindo, sabia do sucesso das coisas que tinha implantado e gerido, e também sabia de meus defeitos....

Neste período a Empresa cresceu muito, as "animas" dos meus irmãos também levaram eles a assumirem posições na empresa, e eu percebi mais claramente que a questão da "não atenção", de nunca sermos "suficientes", era também dirigida a meus irmãos. De sermos controlados mantendo a nossa auto-estima bem baixa...Ai assumi a posição do herói, eu tinha que defendê-los do "mal" e colocar o "mal" em seu lugar...

(continua  clique AQUI