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13 de fevereiro de 2017

Muitos! E em todos os lugares! (é textão mas até é divertido)

Semana passada eu vivi um momento que considero sintomático... um sintoma ruim aliás,  em relação aos tempos que estamos vivendo...

Este mês completo 30 anos que me formei como arquiteto e, graças á tecnologia, algumas pessoas nunca perderam contato durante todo esse tempo (eu tenho umas 4 ou 5 amigas nessa condição), e estão organizando um encontro de 30 anos. Para isso começaram a encontrar e chamar outras pessoas. Formou-se um grupo bem grande no WhatsApp, com as pessoas trocando imagens do passado, mostrando filhos e até netos, uma grande fofocaida do bem!
Muitas risadas ao percebermos que todos estavam usando óculos, e espanto em ver que muitas pessoas pouco mudaram, e que alguns de nós estão francamente mais bonitos hoje em dia... cada vez que você abria o grupo tinha 100, 200 mensagens novas (o que pode ser um saco para muitos) eu estava me divertindo ao ver o entusiasmo das pessoas... 

Tudo corria muito bem, com alguns reclamando do excesso de mensagens, até que um dos membros do grupo postou uma imagem super desagradável.. a meu ver: (ao lado)
Eu fiquei esperando a reação das mulheres do grupo, até para entender o "contexto" possível daquela imagem... contei até 10, 20... passados mais de 15 minutos eu vi que ninguém falou nada... mas como sou meio lesado eu queria entender porque raios aquilo apareceu  e ninguem falou nada... então eu postei no grupo:

- Fulano (me dirigindo ao que postou) porque você postou essa imagem? Não entendi o contexto dessa imagem nesse papo de pessoas que estão se encontrando depois de 30 anos...
- De que imagem está falando ? (me pergunta o mesmo fulano)
- Seria bom a gente não perder o foco do grupo (argumentou a amiga que abriu o grupo)
- Estou falando dessa imagem com a mulher "dando pro marido e pro amante"! (disse eu... como se eu acreditasse que ele não sabia do que eu estava falando)
- Que imagem? (insistiu ele, claramente ele queria me intimidar a mudar de assunto... e eu fazendo a Polyanna)
- Fulano, como amigo de muitas mulheres e pai de uma mulher eu queria entender o contexto dessa imagem (dessa vez eu me dei ao trabalho de anexar a referida imagem novamente)
- Ah isso! Hahaha, acho que eu estou precisando de óculos como todos do grupo, acho que postei errado... "mas todos aqui são maiores de idade e não acredito que se acham surpresos com uma imagem sensual" (me respondeu o Fulano)
Contei até 10... 14...16... pensando seriamente em não responder... mas não deu...
- Desculpe Fulano, esta imagem não é sensual... é misógina e sexista...
Ai já apareceu um monte de gente aplaudindo...  ele dizendo, ok, desculpe foi sem querer...mas eu continuei pois já que tinha merda no ventilador...

Disse isso e me retirei do grupo...
 ( no final agora vejo ficou meio confuso... eu queria dizer que eu não concordo com minha avó que dizia - os incomodados que se retirem - eu acho que os incomodados tem o direito de se sentirem incomodados desde que respeitem os outros)
Acabei recebendo várias mensagens em privado, especialmente das amigas, agradecendo meu posicionamento, e ate um colega, que eu não falo há mais de 20 anos, me ligou para dar parabéns e me convidar para um almoço ou happy hour agora na próxima terça.
Por mim o assunto estava encerrado... eu realmente fiquei chateado com a história toda e senti que não dava para ficar lá fingindo que nada aconteceu, e fiquei triste por ver um colega de faculdade, de um curso tão cabeça aberta, ter este tipo de atitude...Mas para o Fulano não estava terminado... e o que se seguiu foi mais ou menos assim:

Uns 20 minutos depois que eu sai do grupo toca o meu celular, um número que não conheço, era o Fulano, e olha a primeira frase do cara:
- Poxa, não entendi seu comentário, se fosse uma mulher criticando o que eu disse até entendia, mas um homem fazendo isso é ridículo...
- Cuma? (nem soube o que responder)
- Eu não gostei que vc me chamou de misógino, eu nem sabia o que era essa palavra, tive que procurar no google para ver o que era, eu me ofendi, eu não sou um cara que odeia mulheres, eu tenho esposa, tenho neta eu me ofendi.
- Quero que você entre lá no grupo e me peça desculpas por ter me ofendido...
- Cuma? (nem lembro se falei algo)
- Eu quero que você entre lá no grupo e me peça desculpas na frente de todos, ficou muito mal para mim...eu me senti ofendido e quero que você resolva isso!
Ai ele parou de falar e eu pude argumentar algo como:
- Fulano, eu não disse nada sobre você, eu disse que a imagem que vc postou era misógina e sexista, um cara que respeita as mulheres jamais sequer teria postado uma imagem daquela, em qq grupo, aliás, nem deveria ter aquilo salvo no telefone, eu não vou voltar para o grupo e não acho que preciso me desculpar com você!
- Se você não fizer isso eu vou ter que tomar providências, se a gente tivesse pessoalmente a história seria diferente (sentiram o cheirinho de ameaça?). Vai ser por sua causa que eu vou ter o quinto infarto! Você foi muito covarde de falar aquilo e sair!
Eu estava com vontade de terminar aquele papo mas tava difícil escutar tanta abobrinha:
- Fulano eu sinto muito que você tenha tido quatro infartos, com certeza não fui eu quem os causou, mas pelo que estamos conversando posso lhe garantir que a sua questão é muito mais psicológica do que cardiológica, seu estado emocional alterado por uma palavra que você nem sabia que existia mostra isso. Se você acha que eu fui covarde, que eu estou errado e que eu tenho que aguentar consequências por favor fique á vontade, tudo que eu disse foi por escrito e você pode usar contra mim.
- Você me ofendeu usando palavras que eu nem conhecia, eu não odeio as mulheres, a imagem era só sensual!
- Se você não conhecia o termo misoginia é porque você não está minimamente envolvido com a defesa das minorias e não entende como o preconceito contra as mulheres tem feito vitimas ao longo dos anos!  respondi eu.
- Você está sendo irônico e sarcástico, você sempre foi muito esquisito na faculdade, (!!!!) eu sempre observei isso - emendou o Fulano...
- Fulano, eu realmente era estranho e esquisito na faculdade ... porque eu era viado, bicha, invertido, boiola, pederasta... e talvez isso fosse estranho para você! (mal sabe ele que sou mais viado e bicha hoje em dia)
- Então você vai entrar lá e se retratar? 
E eu: - Sem chance, se eu entrar lá eu vou acabar usando mais palavras que você não conhece e vai ficar pior,  e tem mais, a sua ligação está me incomodando e eu quero desligar! tá... ai meu nível de ironia e sarcasmo atingiu o ápice!
- Então você admite que me ofendeu e que eu estou certo em pedir retratação.
- Fulano, pense o que você quiser, vou desligar, boa tarde!

Eu mereço? O pior para mim foi ele falando, mais de uma vez  que "se eu fosse homem ele até entendia minha reclamação".. cara, que machismo indecente, nojento! Os preconceituosos estão em todos os lugares e destilam seu veneno de todas as formas...
Olhando de fora eu fiquei pensando que não deveria ter saído do grupo, mas como eu detesto briga, achei melhor sair... e depois no telefone, resolvi encurtar algo que não iria a lugar nenhum... e só ia mesmo causar um infarto no cara... mas fica difícil ficar quieto ás vezes!

E você, nas duas situações como teria agido? Já passou por algo parecido?





3 de abril de 2015

gosto se discute?

Esta semana eu me peguei sendo extremamente preconceituoso, arrogante e cínico!
Eu e minha filha fomos comer no shopping, no caixa eu notei que o atendente do restaurante, tinha uma tatoo enorme e colorida  no antebraço esquerdo... que eu não conseguia ver direito o que estava escrito.... aí,  como sagitariano curioso eu perguntei - " O que está escrito na sua tatoo?"
Eis que ele me mostrou:
Deste jeitinho... com as mesmas cores e tudo...

Eu não consegui disfarçar meu estupefato... nem minha filha... 
Mas ela ainda foi delicada, disse:
- Que legal, naquele tom de "vergonha alheia" que ás vezes temos que assumir.
Só que eu fui dei um escroto, bem mal educado, num comentário desnecessário 
- Eu jamais faria uma tatoo em homenagem a alguém que se mostrou extremamente preconceituosa, como a Joelma".  E fiz este comentário propositalmente, porque tinha percebido que o rapaz era gay... na minha visão estreita era um gay que absurdamente gostava da banda Calypso...
O rapaz ainda tentou remediar "eu tenho um amigo meu, que trabalha com a Joelma, que disse que ela foi mal interpretada"... mas eu fiz aquela cara de "me engana que eu gosto".

Perceberam o quão grosseiro e estúpido eu fui?
Ás vezes a gente fica tão preocupado em "se defender", em "marcar território", de "educar as pessoas para a diversidade", de "denunciar as injustiças" que a gente esquece de ser educado, de respeitar os outros...e  já sai julgando, apontando o dedo... coisa que a gente acha tão errado fazer... me peguei fazendo igual...

Na hora eu nem percebi direito o que tinha feito, ainda estava ligado no módulo "justiceiro",  e até liguei para o Mr. J para contar o absurdo da tatoo, para contar "vantagem" de como eu tinha "marcado território" contra os homofóbicos... só fui perceber horas depois, em casa... o quanto tinha sido idiota...
Idiota... do pior tipo, aquele tipo que "come cocô"...

Talvez o rapaz tenha feito a tatoo anos antes das declarações da Joelma, talvez ele tenha feito depois, talvez a Joelma nem seja homofóbica, talvez mesmo ela sendo homofóbica ele goste dela, talvez ele se envergonhe de ter aquela tatoo e fique constrangido cada vez que alguém comenta isto, talvez a banda Calypso não seja tão ruim quanto eu acho, talvez um monte de coisa...
A unica certeza, que não é talvez, é que eu tenho que aprender a ser menos idiota!

Você tem algum conselho para alguém que está tentando ser menos grosso, preconceituoso, arrogante e idiota?

7 de junho de 2014

Homofobia na Livraria

Na semana passada fui com o Mr. Jay até a Saraiva do Shopping Morumbi para ele retirar o Macbook dele que estava na garantia mas tinha apresentado um problema na tela. Dentro da Saraiva funciona um balcão da Apple justamente para manutenção e ele tinha deixado a máquina lá antes de viajarmos.
Muita gente esperando para ser atendida... o que por si só já eh estafante.
Só que o casal que estava sendo atendido antes do Mr. Jay estava demorando muito tempo para ser atendido e ele foi lá ver o que estava acontecendo... chegando lá ele percebeu que a demora era porque o proprietário do Iphone não sabia o usuário e a senha dele do Itunes (ou do Icloud) e estava tentando, sucessivas vezes, "adivinhar" a senha...
Mr. Jay, que é um consumidor bem ciente de seus direitos, reclamou para o atendente, disse que o balcão dele era para retirada de equipamentos e que se a pessoa não sabia a senha ela tinha que ir em outro lugar para tentar descobrir...o atendente respondeu:
- ele chegou na sua frente e também é um cliente que esperou, agora o senhor tem que esperar...
Mr. Jay não se conformou com a resposta e saiu no encalço do gerente da livraria:
- fica aqui e se eles acabarem me chama - pediu.
Passados alguns minutos o atendente virou para o infeliz que estava ainda tentando adivinhar a senha e disse:
- senhor, eu vou ter que dar razão ao outro cliente (no caso o Mr. Jay), se o senhor não sabe a senha eu preciso atender outra pessoa.
O rapaz concordou, mas a mulher que o acompanhava disse:
- deixa o viadinho esperando, eu só saio daqui depois de conseguir!
Como eu tive certeza que ela disse isto para eu ouvir eu tinha duas alternativas: ou eu ficava quieto e ela ficava com a sensação que eu tinha vergonha de ser gay por isto não ia retrucar, ou ...cheguei perto dela e falei calmamente:
- ei, escuta aqui, ele é meu namorado, se ele é o viadinho eu sou o viadão, e se você repetir isto de novo você vai passar a noite na delegacia se explicando!
Ela me olhou com uma cara que misturava "ele não parece viado" com "oops! acho que vou me ferrar!".
O atendente, percebendo que o clima ia esquentar, pediu desculpas e pediu para o rapaz verificar na casa dele e voltar outro dia... nisso o Mr. Jay chegou e o atendente o chamou. Quando eu contei para ele o ocorrido (péssima ideia agora eu sei) ele, tomado de ira, berrou no meio da livraria, em direção á tal mocinha
- vem aqui me chamar de viado sua vaca! (Mr. Jay irritado = barraqueiro)
O namorado dela então voltou e veio tomar satisfações com o Mr. Jay, enfiando o dedo na cara dele (só que foi engraçado porque o cara era quase 1 palmo mais baixo que o Mr. Jay), eu, para evitar que o caldo esquentasse, dei um passo e encostei no cara (dois palmos mais baixo que eu!) o que deve ter intimidado ele um pouco que saiu ameaçando:
- vou te esperar lá na saída, você não sabe com que está mexendo! (não ouvia isto desde os tempos de colégio) , o que era uma bravata em se tratando de um shopping com umas 30 saídas diferentes...
E eu ainda ironicamente acrescentei, quando o cara foi saindo, puxado pela namorada:
- só volta aqui quando você souber a senha, porque nós sabemos a nossa!

Na Saraiva ficou o maior "climão", mas eu vi que as pessoas que estavam esperando de certa forma apoiaram o que aconteceu, especialmente porque tiramos aqueles dois que estavam atrasando todo o atendimento porque não sabiam a senha do telefone!
Da minha parte ficou uma sensaçao de "missão cumprida", porque eu me lembro de várias vezes, no passado, que eu me fiz de surdo e nada respondi, sinal que estou melhorando ou que estou ficando mais barraqueiro!

E você? já pasou por situações assim? Como reagiu?

18 de janeiro de 2014

VIOLENCIA E PRECONCEITO

Foi difícil não ficar chocado esta semana com a morte do jovem Kaike VEJA AQUI se você ainda não leu ainda sobre o assunto.
Independente do fato que a morte estar sendo tratada como um suicídio, o que parece bem estranho, a tragédia traz para o primeiro plano novamente as discussões sobre preconceito e homofobia. 
Eu tenho um pouco de dificuldade de entender a violência ligada ao preconceito, não vou dizer que eu não tenha nenhum tipo de preconceito, com certeza eu tenho muitas idéias pre-concebidas sobre pessoas, grupos, atitudes... por exemplo? Eu tenho pouca paciência com gente preguiçosa (ou que eu acho que é preguiçosa), e acabo tendo idéias preconcebidas sobre isto.. e assim por diante.
Que atire a primeira pedra quem não tem nenhum preconceito ! Olha ai a violência!
Mas eu não entendo como as idéias pre-concebidas podem gerar o ódio que faz com que a pessoa que não gosta de você, ou por você ser negro, ou pobre, ou nordestino, ou gay, ou tudo isto junto, queira que você morra, que você não exista, que você desapareça!
Eu entendo que perceber a possibilidade das pessoas serem diferentes parece estar ligado a cultura, a conhecimento, ou seja, pessoas mais evoluídas teriam menos preconceito... mas isto não é verdade, mesmo nos paises ditos desenvolvidos o preconceito de raça, de credo, étnico e sexual não parece ter diminuído significativamente. Só para falar da sexualidade podemos citar a barreira contra casamentos gays na França, nos Eua, na Russia...
Eu não fui vítima de muito preconceito ao longo da minha vida, mas aqui e ali eu sempre percebo umas olhadas enviesadas por eu estar mais gordo do que seria o padrão "da raça"....
Tem como mudar isto?

20 de novembro de 2013

ás vezes eu acho um saco ser gay!


No mês de outubro eu fui com o Mr. Jay num casamento de uma amiga dele. Na realidade tanto a noiva quanto o noivo são amigos dele de longa data, pessoas que se conhecem desde o tempo de colégio!
Fiquei realmente emocionado em ver como ele é querido por estes amigos - que moram na cidade dele e que ele vê raramente - as pessoas se emocionavam quando encontravam ele e as conversas eram fluidas e animadas. Ele foi inclusive padrinho de casamento do lado da noiva.
São amigos que sabem que ele é gay e que também me receberam muito bem, a quem fui devidamente apresentado como "namorado", e que parecem aceitar tudo com muita naturalidade e zero preconceito.
Mas, de certa forma, o preconceito social e a homofobia internalizada estão sempre por ali! Ou seria "por aqui"?
Num determinado momento estávamos sentados numa mesa eu, ao lado do meu namorado, um outro amigo dele - também gay - e três casais de amigos deles, e eu estava super feliz e me deu uma vontade danada de dar um beijão nele, da mesma forma que vários casais fazem nestas situações...
Mas eu não dei...
Não dei o beijo porque eu sabia que era o local inadequado para isto, não dei em "respeito" ao ambiente, não dei porque achei que podia constranger ele, não dei para não criar polêmica e não chocar. Eu não dei o beijo que eu queria dar. Eu não dei aquele beijo única e exclusivamente porque eu sou gay!
E isto não é "culpa" do Mr Jay ou porque estava no ambiente da cidade dele, eu não dei aquele beijo que queria dar porque também não daria se fosse um casamento de amigos meus, ou da minha família, eu não dei porque apesar de tudo, e de todo o caminho, eu até hoje não beijo meu companheiro em qualquer lugar, a qualquer hora que eu queira, eu não beijo porque eu sou gay!
E eu até que sou bem desencanado com isto, beijo ele com bastante frequência em lugares públicos, mas sempre em momentos que eu acho que "não vai dar problema", e eu tenho que prestar atenção nisto apenas porque eu sou gay!
Aliás, eu até gosto de dar uma "chocada" de vez em quando, roubando um beijo no meio do shopping eu num lugar em que isto não é esperado, até como medida "pedagógica" para marcarmos território, uma militância meio bobinha... mas eu sempre sei que são lugares que eu, de certa forma, posso controlar a situação...mas tudo isto só porque eu sou gay!
E isto está em todos nós, mesmo o Mr. Jay fica meio embaraçado em nos beijarmos na frente da minha filha - barreira esta que já transpus há muitos anos!.
Gays são aceitáveis como na novela, seres assexuadas e sem emoções, seres "respeitosos" e que "sabem se comportar".
E eu acho isto um saco! Tem vezes que eu acho um saco ser gay!
 
E você? Como lida com estas situações?
 

9 de junho de 2008

O preconceito duro e crú!

Muitos de vcs devem conhecer, ao menos de nome, a escritora e educadora Edith Modesto.
Pois bem esta é uma triste estória de preconcetio que ela vivenciou recentement em Brasilia, quando participava da I conferência GLBT.
Para quem não conhece ela é uma mulher que se reinventou, pois depois que soube que seu filho era homossexua, l ele usou toda sua força para entender o assunto, e mais do que isto, como um anjo ela luta incansávelmente para fazer com que a vida de mães e pais de homossexuais se transforme também. Ela é fundadora do GPH que já ajudou muitas familias a se reencontrarem quando se perderam nos preconceitos e tabús, ele evitou que dezenas de filhos e filhas fossem expulsos de casa.
E isto ainda não era o suficiente, ela ainda criou o Projeto PURPURINA, que tem dado novas perspectivas a um centena de jovens, que tem se fortalecido em auto-estima e amor próprio.
Pois bem este anjo, esta pessoa que é só coração (mas com dentes afiados naturalmente...) passou por uma das piores situações de preconceito que alguém podia passar, ser agredida apenas por parecer algo...
Vejam o relato dela:

"Considerem somente um desabafo.
No último dia da Conferência, em Brasília, três mães do GPH - Assoc. Bras. de Pais e Mães de Homossexuais, um pai e dois filhos (Danilo, gay, e Thais, lésbica), fomos almoçar no Shopping mais próximo. Estávamos muito alegres com os trabalhos da I Conferência LGBT nos quais tentamos ajudar na medida da nossa possibilidade e estávamos com camisetas do GPH, com exceção do Danilo.
Lá pras tantas, lembrei-me de que meu marido gosta de milkshake e entrei na fila do Mac Donald's. A caixa me disse que não tinha. Voltei para nossa mesa e, quando comentei, a garota estranhou e me disse que tinha visto pessoas tomando o milkshake.
Eu disse: "Ah, então a máquina já está consertada.. ." E voltei à fila.
Quando chegou a minha vez, a moça respondeu: "Eu já não disse pra senhora que não tem milkshake?".
Voltei à mesa e disse à Thais que ela devia estar enganada pq não tinha mesmo.
Nesse momento Danilo levantou-se e me disse: "Edith, ela é homofóbica! Vc quer ver?"
E ele foi até lá comigo e em poucos minutos voltamos com um milkshake. Eu fiquei completamente desorientada, me deu enjôo de estômago.
Todos se levantaram e foram pra lá, ameaçando chamar a polícia, reclamar para o PROCON...
Meu marido é cardíaco e eu fiz tudo para impedi-lo de ir, o que me deixou mais nervosa.
Fui para o banheiro com ele.
Quando voltei, eles tinham chamado a gerente, tomado nota dos nomes de todos, mas a moça caixa (não dava pra ver) estava grávida de 8 meses.
Então minha amiga disse a ela que esperava que o bebê dela nunca passasse por situações de discriminação com a que ela tinha me feito passar e deixaram pra lá.
A gerente foi muito educada, tirou a moça do caixa e disse que todos fariam novamente o treinamento pra não discriminar ninguém, etc.
Os nosso jovens ficaram muito desapontados, pq acharam que a polícia deveria ter sido chamada.
Mas somos de São Paulo e estávamos em Brasília. Além disso, meu marido, tem quase 80 anos e não pode ficar nervoso.
Achei melhor mesmo terem perdoado. Foi um escândalo e tanto na Pr. da Alimentação do Shopping. Pessoas próximas ficaram a favor, outras riam, ridicularizavam. ..
Só que eu nunca tinha passado por uma situação dessas.
As pessoas me olham torto, de vez em quando, mas só!
Me senti péssima e tenho certeza de que ela, vendo o arco-íris na camiseta, pensou que eu era lésbica.
Senti na pele o que minhas amigas sentem em situações como essa. Um horror!
Edith Modesto"


E ai , como você se sente com este relato? Já viveu algo parecido?