7 de maio de 2006

FREUD explica?

Nestes últimos dias muito se falou dos 150 anos de Freud, o chamado "pai da psicanálise". Eu não tenho dúvida que ele foi um dos grandes pensadores da humanidade, afinal de contas muito do que ele escreveu e pensou passou a fazer parte do vocabulário de todos. Sem esquecer que ele falava de sexo numa época em que as moças nem usavam decote!
Sei também que muita gente hoje faz uso da psicanálise, da terapia, para tentar se entender melhor, para se questionar com "metodo", depois que ele tornou isto mais popular, masi acessível.
Mas será que Freud "explicou" a homossexualidade?
Não, ele não explicou! Aliás, ele nem tentou "explicar" e nem "curar" o homossexualismo (na época não se falava em homossexualidade).
Eu não sou nenhum especialista, mas pelo que sei Freud entendia que todas as pessoas são basicamente bissexuais, ou seja, ele se negava a explicar a homossexualidade da mesma forma que não se achava capaz de explicar a heterossexualidade. Ele dizia que tudo era um desenvolvimento da pessoa.
Pelo que sei, ele dizia que o que levava um homem a "desenvolver" a homossexualidade eram basicamente tres fatores, um deles seria um complexo de édipo mal resolvido (que ele diz que todo menino tem) e que fazia este menino negar as mulheres por não conseguir encontrar nenhuma outra "mãe". O outro motivo seria a tal da "inveja do penis" do pai e o outro seria uma necessidade de buscar sempre relações que nunca iriam dar certo (as relações homossexuais). Todas estas questões, controversas é claro, servem de combustível há muito tempo para todas as discussões em torno do assunto!
E não adianta a gente querer dar explicações sobre oque faz esta ou aquela pessoa ser homossexual!
Mas, mesmo ele tendo dado a possibilidade da sociedade discutir a questão da sexualidade de forma mais aberta, a evolução ainda foi muito lenta... Só depois de Stoney Wall, de 1970, é que o movimento de defesa dos direitos GLTTB tomou forma, e só nos anos 90 é que a comunidade científica (psicologos e médicos) deixou de considerar a Homossexualidade uma doença, passivel de tratamento!
Freud explica?

(aproveita e dá uma olhadinha, logo abaixo, no cartoon "freudiano" que publiquei ontem)

12 comentários:

  1. querido, hoje mesmo estava conversando sobre isso com uma amiga. estou relendo um texto de um filósofo americano chamado stanley cavell. ele fala sobre o que consideramos normal (estabelecido pela "norma") e natural. eu entendo que homossexualidade, como tudo, é um conjunto de fatores: dizer que é uma questão apenas genética (nasce-se "assim") é tentar arranjar um argumento, como que para pedir desculpas à outrem por algo considerado a priori como desvio. não acredito nisso, acho que como tudo que diz respeito ao ser humano existem as afecções do corpo, os afetos, que a gente elege pela vida afora. posso gostar de coisas diferentes porque me é dado (pelo menos em potencial) o direito de escolher. e daí entra o cavell questionando porque as escolhas de alguns são tratadas como coisas "bizarras", porque estamos sempre prontos a rotular o outro como "lunatic". temos uma tendência desesperada a etiquetar pessoas. agora entender porque alguns escolhem X e outros Y já é querer demais. chega uma hora em que batemos na rocha dura e daí não passamos. beijo!

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  2. Freud achava a homossexualidade um desvio, uma patologia, como fica claro nessa sua curta explicação, algo mal resolvido. Ainda que ele pensasse nessa bissexualidade latente, ele achava que a normalidade era a heterossexualidade. Ainda hoje vejo muito amigo gay que faz análise buscando entender qual trauma ou complexo mal-resolvido o tornou homossexual. A psicanálise fez tanto bem quanto mal à aceitação da sexualidade, acho que depende de como ela é usada, e da forma como o terapeuta aborda isso. Do meu ponto de vista, acho que sou meio como a Cris, acho que é um conjunto de fatores, orgânicos e sociais (afinal a forma de expressão dos desejos muda com o tempo e a cultura). O que não dá pra negar é que a normalidade é vista ainda como a heterossexualidade, e enquanto isso não mudar, qualquer outra forma de expressão do sexo fica relegada ao patológico.

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  3. Bem, se o komentarista estiver certo sobre Freud achar a homossexualidade um desvio, prefiro ficar com Kinsey, que o encarava como uma variação do comportamento sexual humano.
    Eu, sinceramente, não sei se uma pessoa tem capacidade para explicar uma coisa tão complexa quanto a sexualidade. Acho muito difícil! Teorias? Posso ter as minhas, apesar de que acredito que as de Freud tenham seguido uma linha mais científica para serem formadas.
    Mas no meu caso:
    Quando era criança, era fascinado pelo meu pai e com uns sete anos, isso foi integralmente transferido para a minha mãe.
    Tinha muita curiosidade sobre o pênis do meu pai, curiosidade essa que nunca foi satisfeita. Motivo pelo qual nunca me furto de ficar nu na frente de meu filho, mostrando que aquilo á algo super normal.
    Quanto a relações que nunca dão certo, nunca embarquei em nenhuma na qual não visse futuro...
    Agora, isso explica a minha homossexualidade?
    Eu, sinceramente, acho que tentar explicar isso e o mesmo que tentar explicar o dom natural para a música? Será que Villa Lobos tinha foi traumatizado por algum instrumento musical? Ou Machado de Assis tinha tara por lápis e canetas??? Vai saber!

    Abração!

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  4. Fiquei pensando sobre o respeito que os homossexuais conseguiram na sociedade. A principio imaginei que com o passar das gerações a tendência a " aceitação " seria maior , mas tenho dúvidas. Percebo em muitas pessoas a negação total mesmo sendo esclarecidas , estudadas.Parece que é uma junção de falta de índole com desinformação. O sexo precisa ser encarado de uma forma mais livre , mas essa premissa precisa partir das camadas que regem a sociedade , como a Igreja. E isso não acontecerá tão cedo...Voltei !!Bjs

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  5. Adoro Freud ler os textos dele como tudo que envolve psicologia e psicanalise...
    Enfim nao teria o que explicar nem ele, afinal isso nao é doença, nascemos assim...
    bjos

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  6. Perdi a data para fazer um post em homenagem ao aniversário de 150 anos de um dos maiores pensadores do século 20, conhecido popularmente como o pai da psicanálise, Sigmund Freud. Hoje escrevi sobre ele. Lendo sobre quem escreveu sobre este gênio achei melhor não me estender muito. Melhor ver os comentários. Encontrei textos realmente bons.

    Um abraço

    Marco Aurélio

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  7. Anônimo6:28 PM

    Pelo que tenho estudado a base é mesmo a questão edípica. A 'inveja do pênis' é importante para a mulher (o homem não inveja o pênis do pai porque ele tb tem um, a mulher é que não tem). São questões extremamente complexas. Aquela 'mudança' que Ricardo comenta que aconteceu na vida dele é exatamente a resolução do complexo de Édipo... os homens deslocam a libido antes projetada para a mãe em outras questões, enquanto 'se aproximam' mais dos pais, como objetos de identificação.
    Êita que meu curso tá funcionando que é uma beleza!!!!

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  8. Anônimo5:38 PM

    Great site lots of usefull infomation here.
    »

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  9. Oi cheguei até aqui tentando entender o q está acontecendo em minha família.Po atualiza o blog.Muito bom. abraços. Olvidia

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  10. Anônimo10:07 PM

    não simplifiquem Freud,por favor!!!!!

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  11. Anônimo4:55 PM

    Entender a homossexualidade humana como uma predisposição génetica é o mesmo que estigmatizar essas pessoas a serem homossexuais pelo resto da vida, e sabemos que muitos casos tem mostrado o contrario,pessoas que hoje fazem uma escolha em ser homossexual e amanhã casam-se, controem uma família com pessoas do sexo oposto e sequer fantasiam uma vida homossexual. E como se explica isso? Vc não nasce homossexual, torna-se, é uma opção sexual que o indivíduo faz.

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  12. Nunca li tanta bobagem na minha vida. Acho que muito aqui, sem terem base psicanalítica para falar, se apropriam - muito grosseiramente - de uma teoria que não dominam, ao meu ver, nem minimamente. A psicanálise, no tocante à homossexualidade, não é isso. Não é disso que se trata. tenho um texto que, talvez, irá esclarecer melhor isso pra vcs: http://www.cchla.ufrn.br/bagoas/v02n02art03_ceccarelli.pdf

    peço que leiam, para, até mesmo, percveberem quão errados muitos aqui estão.

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